Gestão do Negócio

Quanto custa abrir uma empresa

Vinicius Roveda Vinicius Roveda | Atualizado em: 12/04/2024 | 7 mins de leitura | ← voltar

Descubra quanto custa abrir uma empresa

Se você decidiu empreender, é preciso se planejar. Você já deve ter um plano de negócios no horizonte, mas, antes de tudo, vale a pena entender quanto custa abrir uma empresa. Afinal, sem conhecer as despesas, você corre o risco de já começar no vermelho.

Como estimar quanto custa abrir uma empresa

Quando o candidato a empreendedor tem uma boa ideia para tornar-se chefe e se questiona quanto custa abrir uma empresa, pode se assustar com a quantidade de obrigações a cumprir. Todas elas resultam em gastos, é verdade, mas o valor de investimento inicial não precisa inviabilizar o seu sonho.

Então, qual o primeiro passo? Com um planejamento detalhado, fica mais fácil identificar quais serão os custos necessários para tirar sua ideia do papel. Para facilitar, listamos a seguir os principais, que estão diretamente envolvidos no processo de abertura da empresa, além de outras despesas com as quais é preciso se preocupar nessa fase inicial.

Custos fiscais

O custo para abrir uma empresa será um em São Paulo, outro no Rio Grande do Sul e outro no Amazonas, por exemplo. Cada estado tem suas taxas e também políticas de incentivo. Para não errar, além de se informar previamente, vale recorrer à consultoria de um advogado e um contador – sim, é mais uma despesa, mas fundamental.

De forma geral, conheça quatro custos dos quais você não deve escapar ao abrir empresa:

  • DARE: Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais
  • DARF: Documento de Arrecadação de Receitas Federais
  • Junta Comercial: taxa destinada ao registro público da empresa
  • Certificado Digital: exigido de empresas que emitem nota fiscal eletrônica para confirmar a sua autenticidade.

Apenas com essas quatro taxas, o gasto ficará por volta de R$ 400 – valor sobre o qual devem ser acrescidos os honorários contábeis, por exemplo. É importante se certificar dos custos envolvidos conforme o tipo de empresa que irá abrir. Se for um microempreendedor individual (MEI), não há pagamentos ao abrir a empresa, mas uma taxa mensal.

Capital social

Para iniciar as atividades como empresa, é preciso declarar o seu capital social, ou seja, o total a investir para que a nova empresa se sustente enquanto não tem faturamento o suficiente. O valor representa uma espécie de garantia perante terceiros. Mas qual deve ser esse investimento? Conhecer a sua capacidade financeira (e dos seus sócios) é o primeiro passo, lembrando que o valor está diretamente relacionado à responsabilidade dos gestores.

Mais uma vez, o montante varia conforme o tipo de empresa. Se abrir uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli), a formalização exige um capital social mínimo de 100 vezes o salário mínimo, o que hoje equivale a R$ 88 mil.

Um contrato social precisa ser registrado na Junta Comercial ou no Cartório de Pessoas Jurídicas quando se trata de uma Sociedade Limitada, por exemplo. Essa é a única despesa imediata relativa a esse instrumento legal, considerando que os demais valores são declarados.

Investimento inicial

Agora sim estamos falando de uma despesa que pode ser grande, dependendo do quanto seu orçamento permite. Esse custo está relacionado à compra e instalação de equipamentos essenciais para o início das atividades. No caso dos móveis, uma opção para reduzir a conta é recorrer a peças usadas, mas em boas condições.

Mas isso resolve só parte do problema. A depender da natureza do seu negócio, será preciso investir em tecnologia, softwares, máquinas e no estoque – caso atue com vendas ou produção.

Para definir o tamanho do seu investimento inicial, a melhor ferramenta é o plano de negócios. Se bem elaborado, o instrumento ajudará o empreendedor a decidir exatamente quais são as prioridades da empresa e as aquisições necessárias.

Ainda no quesito infraestrutura, se houver necessidade de aluguel da sede ou de ponto comercial, essa é uma despesa importante não apenas no começo da empresa, mas que se manterá entre os custos fixos mensais.

Registro de marca

Para registrar a sua marca, que se diferencia da Razão Social e do Nome Fantasia, há diferentes custos, que variam entre a consulta inicial até a taxa que garante a exclusividade de uso por dez anos. Todas os detalhes e as tarifas devem ser observadas junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Salários e pró-labore

Essa despesa não é imediata, mas não há como abrir uma empresa sem se preocupar com ela. A folha de pagamento terá um peso importante entre as despesas do negócio, especialmente nos seus primeiros meses de vida. E tentar economizar é quase sempre um erro, seja por descumprir alguma obrigação trabalhista ou por buscar mão de obra barata e pouco qualificada.

Outra definição importante na fase inicial se dá com relação ao pró-labore, que é o salário a ser pago ao dono da empresa e demais sócios. Ainda que o início exija um valor mais conservador, ninguém trabalha de graça, certo? Para que haja organização, evitando retiradas não previstas do caixa, defina uma quantia mensal que atenda à necessidade do empreendedor e também se ajuste à saúde financeira do negócio.

Regime tributário

Você não começará a empresa pagando impostos já nos primeiros dias de atividade, mas deve optar pelo regime tributário mais adequado ao seu negócio, buscando economia no recolhimento. Lucro Presumido, Lucro Real e Simples Nacional são as possibilidades – o último é tido como o mais vantajoso para pequenas empresas. Converse com seu contador para a definição.

Custos variam conforme o tipo de empresa

Ao longo deste artigo, elencamos os principais custos imediatos e outras despesas com as quais o futuro empreendedor deve se preocupar durante o planejamento do negócio. Descobrir exatamente quanto custa abrir uma empresa requer cálculos, é claro, mas essencialmente conhecer a que tipo de gastos o negócio escolhido está sujeito.

Caso você deseje se formalizar como MEI, por exemplo, optará por um processo bem mais simples e menos oneroso, obtendo seu CNPJ sem nenhuma despesa. Mas seu faturamento anual não pode exceder R$ 60 mil – se isso ocorrer, o empresário individual pode se formalizar como Micro Empresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP) na Junta Comercial, arcando com as principais taxas.

As obrigações – e os custos – vão subindo conforme o porte do negócio, que pode ser constituída ainda como Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, Sociedade Limitada ou Sociedade Anônima.

Para escolher o formato jurídico, conhecer os custos e se preparar para o desafio financeiro de abrir uma empresa no Brasil, conte com a experiência e conhecimento do seu contador, que é quem mais entende dos números e pode melhor orientá-lo na tomada de decisão.

Para você, abrir uma empresa no Brasil é um processo difícil e oneroso? Comente!

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