Controle Financeiro

DFC (Demonstrativo de Fluxo de Caixa): como analisar e interpretar suas informações financeiras

Marcio Roberto Andrade Marcio Roberto Andrade | Atualizado em: 30/10/2023 | 9 mins de leitura

Sobre o que estamos falando?

  • DFC é a sigla para “Demonstrativo de Fluxo de Caixa”;
  • Este relatório contábil serve para controlar todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa, trazendo um maior controle financeiro e diminuindo fraudes contábeis;
  • Para alguns tipos de empresa, é obrigatório realizar este relatório pelo menos uma vez por ano;
  • O DFC complementa o Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) para a avaliação frequente do negócio.

Experimente grátis a Conta Azul!

O Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) é uma ferramenta que serve para analisar e interpretar as informações financeiras de uma empresa, ajudando na gestão do negócio.

O DFC é importante para analisar o resultado do fluxo de caixa em um determinado período, mostrando se a empresa tem ganhado mais do que gasta e se está em uma situação financeira favorável. 

Entenda mais a seguir e saiba como elaborar um Demonstrativo de Fluxo de Caixa corretamente. Confira o que você aprenderá aqui:

Um homem sentado em sua mesa, mexendo em seu computador

O que é DFC e para o que serve?

DFC é a sigla para “Demonstrativo de Fluxo de Caixa”. Essa ferramenta é um relatório de contabilidade que registra todas as entradas e saídas de dinheiro de uma empresa em um determinado período de tempo, especificando a origem de cada transação e mostrando, no final, o resultado de todas as movimentações.

As entradas de dinheiro no fluxo de caixa se referem a recebimentos de vendas de produtos e/ou serviços e também de ativos, além do recebimento de investimentos e empréstimos. Já as saídas se referem a pagamentos de fornecedores, dívidas, distribuição de dividendos, entre outros.

Esse relatório tem como finalidade mostrar qual é a capacidade de uma empresa de gerar caixa em um determinado período de tempo. Por isso, é muito usado por investidores que estão decidindo se vão injetar dinheiro em algum negócio.

 Ele também serve como base para a criação do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Além disso, ele pode ajudar a detectar possíveis fraudes contábeis em uma empresa.  

O DFC é obrigatório para empresas que sejam sociedades de capital aberto ou que possuam um patrimônio líquido superior a 2 milhões de reais. Nesses casos, o relatório deve ser feito no mínimo uma vez por ano.

Por que o DFC é importante?

Com a análise do fluxo de caixa é possível entender melhor a performance da empresa e ter mais clareza de para onde está indo o dinheiro e de onde ele vem. Ela também ajuda a dar mais segurança para tomadas de decisão que envolvem dinheiro, como a contratação de um empréstimo ou a busca por financiamento.

Com o DFC, também é possível identificar momentos em que o caixa termina positivo e avaliar qual o melhor investimento desse dinheiro que “sobrou”. Da mesma forma, pode-se antever períodos de baixa, em que o dinheiro pode faltar, já preparando a empresa para enfrentar as dificuldades sem sustos. É como um grande raio-X financeiro do negócio.

Quais são as vantagens do DFC?

Com o DFC você ganha mais controle financeiro na gestão do fluxo de caixa, o que também traz mais segurança, credibilidade e transparência para o negócio.

Isso possibilita um ajuste de rota, se necessário,ações como promoções, lançamentos de novos produtos e serviços ou mesmo a retirada de algum item que não vai bem nas vendas.

Com esse conhecimento sobre a real situação financeira da empresa, investidores ou instituições de crédito podem abrir mais portas e oferecer mais oportunidades para o negócio, otimizando seu crescimento.

Qual a diferença entre DFC e DRE?

O Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) são relatórios contábeis elaborados em conjunto com o Balanço Patrimonial, mas que são registrados de forma diferente pela contabilidade da empresa.

Isso porque o DFC registra o regime de caixa, enquanto a DRE registra o regime de competência.

Em resumo, enquanto o DFC registra todas as entradas e saídas de dinheiro do caixa — analisando a saúde financeira do negócio — a DRE registra não apenas as movimentações em dinheiro. Ou seja, entram também nessa análise as despesas e os rendimentos, trazendo por fim o resultado líquido do negócio (que pode ser lucro ou prejuízo).

Como elaborar um DFC eficiente para a sua empresa?

Existem dois métodos para a elaboração do DFC: o direto e o indireto. Entenda como funciona cada um deles:

Método direto

No método direto é preciso considerar as entradas e saídas brutas de recursos da empresa, o que significa usar dados reais de recebimentos de clientes e pagamentos de despesas e fornecedores. Esse método usa as informações da escrituração contábil.

Método indireto

Já no método indireto considera-se a variação das contas patrimoniais relacionadas à DRE, por meio do ajuste do lucro líquido.

Qual a estrutura de um DFC?

O relatório DFC deve ser estruturado em três diferentes atividades e, por fim, trazer o seu resultado:

1. Atividades Operacionais

As atividades operacionais são os gastos e despesas que a empresa precisa fazer para poder realizar seus serviços ou produzir os bens que serão vendidos, a fim de gerar receita.

2. Atividades de Investimento

As atividades de investimento, como o próprio nome diz, são as iniciativas relacionadas aos investimentos feitos pela empresa com o dinheiro que sobra em caixa depois de cobrir todas as suas despesas, ligadas ao seu patrimônio de longo prazo.

3. Atividades de Financiamento

As atividades de financiamento são os empréstimos que a empresa precisou fazer ou dinheiro que os sócios injetaram no negócio quando o resultado final do caixa foi negativo.

4. Resultado

Por fim, o resultado total do DFC será a soma dos resultados de cada uma das três atividades descritas acima, mais a diferença do saldo inicial e final do período analisado. Afinal, o caixa terminou no negativo (prejuízo) ou no positivo (lucro)?

Passo a passo: como fazer um DFC

  1. Escolha o período a ser analisado;
  2. Identifique as receitas e as despesas relacionadas a cada uma das três atividades descritas acima na DRE e no Balanço Patrimonial;
  3. Identifique investimentos e financiamentos e as movimentações das contas contábeis. As contas não vão aparecer no balanço patrimonial caso não tenham saldo inicial e final;
  4. Organize as informações fazendo um resumo da movimentação de caixa;
  5. Classifique essa movimentação em uma das três atividades: operacionais, de investimento ou de financiamento.
  6. Aqui termina o DFC pelo método direto, que é o mais utilizado no mercado.
  7. Para fazer o DFC pelo método indireto, siga os passos anteriores e mude apenas a parte das atividades operacionais, lembrando também que não haverá diferença entre as atividades de investimento e financiamento. É preciso identificar se as atividades estão somando ao ou subtraindo do valor de caixa e inserir as variações nas contas operacionais do Balanço Patrimonial.

Quais os erros mais comuns ao elaborar um DFC e como evitá-los?

Os erros mais frequentes na elaboração do DFC estão relacionados à gestão do fluxo de caixa — quando acontece de ele não ser controlado nem atualizado corretamente.

Outro erro comum é não especificar cada movimentação de entrada e saída, deixando de categorizar o que é cada despesa e cada ganho, para entender exatamente de onde vem e para onde vai o dinheiro.

Um ponto importante é saber separar muito bem as finanças pessoais das finanças da empresa, problema que ocorre com mais frequência em micro e pequenos negócios. 

Leia também: Como separar despesas pessoais das contas da empresa: passo a passo

Como analisar o DFC?

É interessante comparar DFCs de diferentes períodos, criando um histórico para poder analisar a trajetória da empresa e entender se ela está melhorando ou piorando com o tempo e o que pode estar causando essa flutuação na geração de caixa.

O resultado do DFC pode também indicar a necessidade de trabalhar na cobrança dos clientes, para reduzir a inadimplência; na criação de promoções, baixando os preços de produtos ou serviços; ou até na própria precificação, ajustando os valores cobrados dos clientes, para cobrirem os gastos de produção e ainda gerar lucro. 

Como escolher o melhor software de fluxo de caixa para o seu negócio?

Agora que você já entendeu a importância do DFC e do controle do fluxo de caixa, o próximo passo é descobrir como você pode aprimorar a coleta de dados e a gestão desse instrumento fundamental para a organização financeira da sua empresa.

Com o auxílio de uma boa ferramenta, você pode automatizar todo esse processo, além de torná-lo mais preciso, prático e rápido. Acesse nosso conteúdo para entender o que é um software de fluxo de caixa e como escolher o melhor para o seu negócio.

Leia também