Controle Financeiro

O que é fluxo de caixa e por que ele é essencial para sua empresa

Marcio Roberto Andrade Marcio Roberto Andrade | Atualizado em: 17/10/2023 | 16 mins de leitura

Sobre o que estamos falando?

  • Fluxo de caixa é o movimento de entradas e saídas de dinheiro da sua empresa;
  • Fazer esse controle é importante para ter a visão da realidade financeira do negócio; 
  • Você pode controlar o fluxo de caixa diário e mensal da sua empresa com a Conta Azul Pro. Conheça! 

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Entender a realidade financeira da sua empresa é muito importante para não entrar no vermelho, planejar-se para guardar um reserva de dinheiro e saber se você pode fazer investimentos no negócio.

E para começar esse controle de forma assertiva, é essencial você saber o que é fluxo de caixa. Esse instrumento permite que você olhe para todas as entradas e saídas de dinheiro e saiba o quanto de dinheiro você realmente tem disponível.

Se olhar apenas para o dinheiro que entra, você é levado a uma visão errada sobre a situação da empresa. Então é preciso considerar também os gastos que tem pela frente para saber o cenário real.

Neste texto, ajudaremos você a entender o que é fluxo de caixa e como ele pode ajudar no controle e na organização de seus negócios. Saiba mais ao longo dos tópicos:

O que é fluxo de caixa?

Fluxo de caixa é o movimento de entradas e saídas de dinheiro do caixa da empresa. Ou seja, o que você recebe e o que paga em seu negócio.

Para um bom controle de caixa, é necessário garantir registros detalhados de ganhos e gastos, com disciplina e sem erros. Isso significa que todas as receitas e despesas, por menores que sejam, precisam ser registradas.

Isso porque informações incompletas ou descontextualizadas criam a impressão de que tem dinheiro sobrando na empresa. Por exemplo, se você olhar apenas para o dinheiro que entra, sem considerar os gastos gastos que vêm pela frente, a realidade financeira da empresa pode ficar escondida.

Veja também nosso vídeo para entender mais sobre o assunto:

A importância do fluxo de caixa

Você deve estar querendo entender se investir esforços para controlar o fluxo de caixa realmente valem a pena. Sem dúvidas, a resposta é SIM! É a partir desse levantamento que você constrói uma base de dados exclusiva à sua realidade.

É por isso que esta é considerada uma atividade básica e indispensável de gestão financeira. Com ela você tem os subsídios necessários para a tomada de decisões.

O fluxo de caixa gera uma visão mais precisa sobre o momento financeiro da empresa. Ele evidencia que aquela semana que parecia ótima para o faturamento, na verdade gerou receitas que mal cobrem as despesas.

Para que você entenda a importância de contar com o fluxo de caixa, vamos a um exemplo prático:

  • A boa notícia: em uma estratégia para atrair clientes, você decidiu realizar uma semana de descontos especiais. Como retorno, ao fim do período, vendeu 25% a mais do que o previsto, atingindo um faturamento de R$ 72 mil;
  • A má notícia: ao registrar as receitas e as despesas do período, identificou que a promoção fez seus gastos crescerem e, somando todos os valores envolvidos, encontrou um custo total de R$ 70 mil;
  • Conclusão: o fluxo de caixa jogou um balde de água fria na sua comemoração. O que parecia um lucro importante escondia falhas na estratégia, que, por pouco, não deixaram o saldo negativo.

Por esse exemplo, fica claro que o fluxo de caixa pode, muitas vezes, abrir os olhos do dono do negócio e trazer notícias ruins. É importante entender que ele não é o vilão da história. Muito pelo contrário: é o amigo que zela pela prudência. O instrumento apenas reflete os resultados de suas ações de gestão financeira.

Quais são os benefícios do fluxo de caixa?

Este instrumento traz diversas vantagens. Com ele, o dono da empresa consegue:

  • Prever, planejar e controlar entradas e saídas em um período determinado;
  • Avaliar se o recebimento por vendas será suficiente para cobrir gastos assumidos e previstos;
  • Antecipar decisões quanto à falta ou à sobra de dinheiro;
  • Descobrir se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira;
  • Ter subsídios para ajustar o preço de venda para cima ou para baixo;
  • Verificar a possibilidade de realizar promoções e liquidações;
  • Confirmar se os recursos financeiros próprios serão suficientes para tocar o negócio ou se há necessidade de buscar dinheiro extra.

Com que frequência devo fazer o fluxo de caixa?

Para que seja bem aproveitado e cumpra seus objetivos, o ideal é que você mantenha relatórios periódicos. Eles devem manter os valores registrados no fluxo de caixa, mas também anotações contextuais. Use comentários sobre o que impactou o número – como uma promoção de vendas, por exemplo.

Os registros de entradas e saídas podem ser diários, semanais, quinzenais ou mensais. A sazonalidade depende da necessidade da empresa em acompanhar as movimentações financeiras. O importante é que sejam constantes e coerentes.

A partir da verificação do desempenho apurado, o gestor deve partir para a análise. Questione-se sobre como chegou àqueles números, tanto os negativos quanto os positivos.

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Tipos de fluxo de caixa

Existem diversos tipos de fluxo de caixa, sendo que cada um tem uma finalidade específica. Isso significa que, de acordo com o modelo que você escolher, você entenderá aspectos diferentes da saúde financeira do seu negócio.

Veja abaixo alguns deles.

Fluxo de caixa operacional

O fluxo de caixa operacional é o modelo mais básico de controle de caixa. Nele, você deve listar as receitas (dinheiro que entra) e despesas (o que sai) da empresa em um determinado período.

O objetivo é mostrar os resultados da empresa e a variação do capital de giro. Em outras palavras, a diferença entre o dinheiro disponível em caixa e a soma das despesas.

Por conta dessa característica, este modelo é importante para entender quais custos podem ser cortados. No fluxo de caixa operacional, nem os investimentos e nem a demanda de capital são contabilizados.

Fluxo de caixa direto 

Já o fluxo de caixa direto registra todos os recebimentos e pagamentos vindos das atividades realizadas pela empresa. Importante: esse controle não contabiliza os descontos.

O objetivo é apenas garantir que as informações do caixa fiquem sempre disponíveis. Por isso, é comum serem controladas diariamente.

Tudo o que foi recebido e pago é separado por categorias para um melhor controle. Por exemplo: gastos com pessoal, compra de mercadorias, despesas com manutenção.

Fluxo de caixa indireto

As informações contábeis são o foco do fluxo de caixa indireto. Diferente do modelo direto, ele não envolve as entradas e saídas do caixa.

A visão é sobre as variações do ponto de vista da contabilidade. São considerados os lucros e prejuízos apontados no Balanço Patrimonial e no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), por exemplo.

O fluxo de caixa indireto é voltado ao regime de competência: o objetivo é entender o desempenho econômico conforme o regime de caixa. Ele é mais uma ferramenta contábil do que um demonstrativo financeiro.

Fluxo de caixa projetado

Como o nome indica, trata-se de uma projeção. Isso quer dizer que, a partir dos lançamentos realizados, o gestor consegue planejar as ações futuras do negócio com base nos resultados. De forma resumida, é possível mencionar três funções do fluxo de caixa projetado:

  1. Organização: projetar a realização de pagamentos e recebimentos;
  2. Correção: projetar ajustes para estancar perdas e sair do vermelho;
  3. Afirmação: projetar investimentos no crescimento e na expansão do negócio.

Como é possível perceber, estamos falando de uma análise do presente para a construção de uma visão futura. O fluxo de caixa  revela por exemplo:

A partir daí, um gestor atento poderá definir as suas estratégias. Um dos principais instrumentos analíticos da ferramenta são os gráficos. Por meio deles, é possível visualizar a curva de desempenho. A melhor parte é que este comparativo entre receitas e despesas permite identificar tendências.

O mesmo pode ser feito de forma individual. Se a ideia é reduzir custos, um gráfico comparativo pode indicar de forma clara quais despesas têm crescido acima da média. Por essa razão, elas demandam prioridade nos ajustes.

Em complemento ao fluxo de caixa, é válido realizar o planejamento financeiro. Para ser assertivo, olhe também para o cenário externo. Considere os seus resultados previstos diante de estimativas econômicas e políticas, por exemplo.

Fluxo de caixa livre

Aqui, continuamos falando de projeção. O fluxo de caixa livre (também chamado fluxo de caixa final) mede a capacidade de geração de capital em curto, médio e longo prazos. Este modelo indica o saldo existente após descontado o pagamento do serviço da dívida ou o recebimento de novos empréstimos.

Na prática, o gestor trabalha com dois relatórios:

  1. O primeiro projeta os resultados pelo período de 60 a 90 dias;
  2. O segundo trabalha com um prazo de 2 a 5 anos.

Usando gráficos, é possível acompanhar como o negócio se comporta. Mais importante, avaliar se o desempenho confirma ou reverter a expectativa.

Se da análise resultar um balanço positivo, indicando superávit (sobra) no período, a estratégia pode considerar ações para aplicar o capital ocioso (investir). Já em caso de diagnóstico oposto (falta), é preciso planejar como tirar o negócio do vermelho.

O que o futuro reserva para a sua empresa: pagar dívidas, abrir uma nova unidade, pedir empréstimo, ampliar o estoque ou fechar as portas? A resposta pode estar no seu fluxo de caixa livre.

Por que é importante manter o fluxo de caixa atualizado?

Como dissemos até aqui, o fluxo de caixa cumpre um importante papel na saúde financeira do negócio. Mas precisamos destacar também que ele só terá sua função plenamente executada se você tomar alguns cuidados.

Um deles é o controle rigoroso sobre entradas e saídas: não ignore o que os relatórios indicam. Confie nos números e use essas informações com inteligência.

Outro cuidado importante é a atualização periódica do fluxo de caixa. Dados de qualquer tipo, se desatualizados, podem levar a interpretações erradas sobre suas finanças.

Da mesma forma, você deve se concentrar em bons mecanismos para a coleta de dados. Também é interessante ressaltar que, sozinho, o fluxo de caixa não fornece respostas conclusivas. Ele é apenas um dos instrumentos que ajudam empresários como você a tomar boas decisões.

O que o fluxo de caixa diz sobre a sua empresa?

Feito o controle de caixa e a atualização, a análise passa a ser um elemento que merece cuidado. Digamos que, ao fazer a projeção do fluxo de caixa para os próximos 12 meses, você conclui que terá mais despesas (fornecedores, funcionários, aluguel e outros) do que receitas. Consequentemente, a tendência é de chegar a um fluxo de caixa negativo.

O que isso diz sobre a empresa? É muito provável que ela não esteja sendo viável. Isso instrui proprietários e gestores que alguma mudança precisa ser feita. As opções são muitas, desde reduzir os custos até rever a precificação dos seus produtos ou serviços.

Isso significa, então, que um fluxo de caixa negativo é sempre algo ruim? De forma alguma. Um fluxo negativo pode refletir um determinado período da sua empresa. É o caso de quem está fazendo investimentos pesados de expansão, como a abertura de uma filial. Se este déficit for temporário, previsto, e consciente, não há problemas.

Ele pode acontecer, principalmente, em negócios que envolvem alguma forma de economia de escala. Nestas indústrias, o custo inicial do produto é alto. Porém, conforme aumenta a base de clientes (e, consequentemente, da produção), o preço diminui. Se o preço fosse muito alto logo no início, não conseguiria entrar no mercado.

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5 dicas para ter um fluxo de caixa eficiente

O primeiro passo para um fluxo de caixa eficiente é trabalhar a cultura da empresa. Para isso, você deve integrar o controle do caixa à sua rotina, o que exige disciplina, organização e constância.

Independente da ferramenta que você utiliza, é importante ficar atento a algumas práticas. São elas:

1) Organize as informações

Se você está começando a fazer seu fluxo de caixa, não insira as informações sem ter um critério. Como são muitos dados, é importante que eles sejam categorizados.

O objetivo do controle é proporcionar uma visão realista do seu negócio. Os recebimentos, as contas, os salários, os fornecedores, as comissões, os empréstimos e tudo mais o que for movimentado precisa estar bem descrito.

2) Atualize os dados sempre

Um erro comum das pequenas empresas é só lançar as informações apenas a cada duas semanas ou mesmo no fim do mês. O correto é que os dados sejam inseridos diariamente.

Quando o fluxo de caixa é acompanhado todos os dias, você tem um controle realista da empresa. Nenhuma variação passa despercebida e nenhum dado importante fica para trás.

3) Faça um bom planejamento financeiro

Por mais que acompanhar as entradas e saídas da empresa seja importante, só isso não garante uma boa gestão. Com o apoio de um fluxo de caixa eficiente, você deve ser capaz de fazer projeções para o negócio.

Após fazer o controle e analisar os relatórios, é possível entender o que pode ser melhorado, corrigido ou aproveitado nos próximos meses.

O fluxo de caixa serve para você entender o que sua empresa já fez, quais foram seus períodos de alta e baixa e o que deve vir pela frente. Com isso, as necessidades da empresa ficam mais claras e você ganha autonomia para traçar novas ações.

4) Mantenha uma visão realista

Falando em planejamento financeiro, procure fazê-lo sempre com uma visão realista. É claro que você quer alçar voos mais altos com o seu negócio, mas o excesso de otimismo em relação às contas pode ser perigoso.

Na hora de analisar o seu fluxo de caixa e estimar os resultados futuros, não projete lucros muito grandes. A recomendação é criar diferentes cenários, desde os mais otimistas até os medianos e pessimistas. Assim, você conta com critérios para não investir além do que deve entrar em caixa.

5) Tenha um bom sistema de gestão

Usar planilhas para fazer o fluxo de caixa é um sinal positivo, pois demonstra que você está preocupado com o controle financeiro do seu negócio. E esse é um dos principais passos para o sucesso.

O problema é que o preenchimento delas é manual, um esforço repetitivo que toma tempo. Inclusive, esse processo está sujeito a erros de digitação e perda de informações.

No começo, uma planilha pode até dar conta – mas, conforme a sua empresa vai crescendo e as entradas e saídas vão aumentando, você pode buscar o apoio da tecnologia para facilitar o processo e evitar falhas.

Com um sistema de gestão, que também é conhecido como ERP, você consegue integrar todas as contas, recebimentos, vendas e muito mais em um só lugar.

Quer entender melhor o que é um ERP? Então acompanhe nosso conteúdo sobre o assunto.

Monitore o fluxo de caixa em tempo real com a Conta Azul Pro

Os benefícios do fluxo de caixa já estão claros. Mas parece complicado lidar com tantos controles ao mesmo tempo?

A boa notícia é que você pode melhorar seu controle de caixa de um jeito simples, fácil e prático com o apoio da Conta Azul Pro. Dentro do nosso sistema ERP, você:

  • Controla contas a pagar e a receber;
  • Acompanha seu histórico financeiro;
  • Importa lançamentos;
  • Gera relatórios para ter mais inteligência empresarial.

Na parte das finanças, é possível fazer a conciliação e integração bancária, realizar transferências entre contas, emitir notas fiscais e muito mais. E, se você precisar de ajuda, dispomos de suporte completo.

Na Conta Azul, você encontra tudo o que precisa para somar o seu controle financeiro ao fiscal, contábil, comercial, de estoque e cobrança em um só lugar.

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