Gestão de Pessoas

Eleve a produtividade com a gamificação em pequenas empresas

Karin Von Hartenthal Karin Von Hartenthal | Atualizado em: 30/08/2023 | 7 mins de leitura | ← voltar

Gamificação em pequenas empresas

Você já ouviu falar em gamificação no meio corporativo? Esse é um conceito moderno e que tem despertado muita atenção em razão do seu alegado potencial produtivo. Mas será que a estratégia funciona bem também em pequenas empresas? Vamos descobrir.

O que é gamificação?

Termo de origem inglesa (gamification), a gamificação compreende o uso de instrumentos lúdicos no engajamento de pessoas. No ambiente corporativo, ela se materializa no estímulo à competitividade e na forma de recompensas para aumentar a produtividade.

Para ser colocada em prática, a estratégia pode compreender desafios e missões, de forma que os funcionários obtenham o reconhecimento que desejam e se sintam motivados para atuar em prol das metas da empresa.

Mas não se trata de simplesmente transformar sua empresa em um grande campo de jogo, mas de utilizá-la a partir de critérios técnicos para ter colaboradores mais satisfeitos. Com a gamificação, é esperado que o melhor desempenho individual se reflita positivamente no coletivo.

Por suas características, ela cresce como alternativa de abordagem da área de Recursos Humanos sobre o engajamento das equipes. Não por acaso, um estudo da Gartner Research concluiu que, nos próximos anos, essa estratégia deve aparecer em 40% das empresas em todo o mundo.

Vantagens individuais e coletivas da gamificação

Uma das principais razões para implementar a gamificação em empresas é o fato de ela resultar em benefícios não apenas coletivos, mas individuais. Ou seja, é possível aperfeiçoar competências dos colaboradores, sendo mais uma contrapartida pela sua dedicação.

Individualmente falando, a estratégia permite melhorar habilidades comportamentais, tais como persistência, espírito colaborativo e otimismo. O jogo estimula o funcionário a encarar possíveis obstáculos e a não desistir diante eles. Também motiva a confiar mais nas suas capacidades e a ver nos colegas um apoio fundamental para realizar as missões propostas.

Para a empresa, tudo começa por permitir ao RH trabalhar com métodos novos, superando estratégias antigas e, por vezes, pouco efetivas no engajamento de colaboradores. A gamificação promove uma importante modernização nessas relações.

Como consequência, um benefício leva ao outro, começando pela motivação, chegando à maior produtividade e, assim, tornando as metas da empresa mais próximas de serem realizadas.

É interessante observar também que a gamificação possibilita a medição do desempenho, de modo que a mensuração permanente dos resultados serve como parâmetro para avaliar como a empresa caminha, se para perto ou para longe do seu planejamento estratégico.

Há espaço para a gamificação em pequenas empresas?

Agora que entende o conceito, talvez você esteja se perguntando: como tudo isso se encaixa na realidade de uma pequena empresa? Em primeiro lugar, compreenda que a gamificação não depende de ações grandiosas. Por vezes, o espírito competitivo que motiva o colaborador está em detalhes.

Sabe aquele quadro na parede onde você destaca o funcionário do mês? Para muitos na sua equipe, aparecer ali é uma honra, uma recompensa que estimula o modo como realizam suas tarefas.

Empresas que trabalham com vendas não precisam nem de esforço para implantar a gamificação. Basta elaborar um ranking de negócios fechados em volume ou em faturamento para ver a reação dos colaboradores.

Mas nem sempre é preciso fazer uso da competição em uma estratégia do tipo. Outro método eficaz costuma ser a cooperação. Por exemplo, ao implantar ações de gestão da qualidade na empresa, que tal premiar o setor que mais rapidamente cumprir os requisitos? Ou, na busca por ideias inovadoras, criar grupos heterogêneos e recompensar o vencedor?

Perceba por esses exemplos que o conceito não é difícil de ser aplicado e que o modo de operação é sempre o mesmo, tendo o reconhecimento do funcionário como o meio que leva ao objetivo final da empresa.

Como implantar a gamificação na sua empresa

Como qualquer estratégia de RH, a gamificação começa pelo diagnóstico das necessidades antes de propor ações. Veja a seguir quais são os passos necessários para colocar o método em prática.

1. Identificar o problema

Seus colaboradores estão desmotivados? Os resultados estão aquém do desejado? Há alta rotatividade? É preciso reduzir os custos e aumentar a eficiência? Afinal, qual é o ponto fraco na sua empresa que será enfrentado a partir de uma estratégia de gamificação?

Realizar um diagnóstico empresarial e, a partir dele, identificar onde há necessidade de melhorar é o primeiro passo. Para descobrir, vale ouvir seus colaboradores, pois certamente quem se envolve diretamente nos processos tem muito a dizer.

2. Propor a solução

A identificação do problema, automaticamente, dá origem a um objetivo final.  Embora seja uma consequência do passo anterior, é importante se dedicar a essa definição, pois ela fará toda diferença na construção do planejamento.

A gamificação terá um objetivo geral. Mas para chegar até ele, é provável que haja metas a cumprir. E para realizar cada uma delas, você terá uma sequência de ações a desenvolver, como veremos a seguir.

3. Definir ações

Para essa etapa, é importante seguir contando com a participação dos próprios colaboradores. Afinal, como eles serão envolvidos diretamente nas tarefas, propor algo que cause algum desconforto na equipe seria um tiro no pé, indo de encontro aos objetivos propostos.

Um exemplo: se o objetivo é elevar o faturamento, uma meta pode ser aumentar a produtividade e, entre as ações, estabelecer um ranking relacionado à atividade desenvolvida, como vendas. Mas é importante que seja algo que possa ser mensurado.

4. Testar a estratégia

Não é interessante aguardar ter uma estratégia totalmente pronta para só então colocá-la em prática. Faça isso gradativamente, verificando como a ação desenvolvida se comporta e como a equipe reage a ela. O melhor dos testes é justamente o caráter provisório da ação: se não der certo, é só modificar.

Além de confirmar se a estratégia consegue promover os ganhos esperados, não esqueça de coletar opiniões durante essa etapa.

5. Mensurar, avaliar e ajustar

Essa etapa funciona como uma continuidade da anterior. A diferença aqui é que a estratégia de gamificação já não tem mais o caráter experimental. Isso não invalida, no entanto, a necessidade de seguir mensurando, acompanhando, avaliando e ajustando as ações, se preciso for.

Para não errar, tenha sempre foco nos objetivos que propôs lá atrás, na fase inicial do seu planejamento. Ainda que esteja perto de alcançá-lo, vale se perguntar se isso está acontecendo na velocidade desejada ou se pode fazer algo para qualificar a ação ainda mais.

Que tal gamificar?

A gamificação, como você viu neste artigo, é muito mais simples e prática do que o nome oriundo do inglês sugere. É claro que você pode aperfeiçoar as etapas e elevar a complexidade da estratégia. Mas o principal a saber é que, não importa o tamanho da sua empresa, é possível estimular a competitividade e colaboração das equipes e sair ganhando com isso. 

Você tem algum exemplo de gamificação para compartilhar conosco? Deixe um comentário!

Leia também