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Big Data e Business Intelligence Na Contabilidade (2020)

Equipe Conta Azul Equipe Conta Azul | Atualizado em: 26/03/2024 | 12 mins de leitura

Quer acelerar sua empresa contábil? Veja Big Data e Business Intelligence fazem parte do futuro da contabilidade.

Big Data e Business Intelligence (BI) são conceitos essenciais para quem busca compreender este novo universo de dados.

E, na contabilidade, esses dois termos são muito importantes para a evolução da área e para o novo papel do contador.

Se você está começando a encarar de frente a tecnologia na sua empresa contábil, este artigo é um bom primeiro passo para a sua jornada.

Neste guia, vamos explorar os seguintes tópicos:

  • O que é Big Data
  • O que é Business Intelligence
  • Exemplos de aplicações nas tomadas de decisão na empresa
  • Como usar Big Data e BI na contabilidade.

Ficou interessado?

Então siga a leitura para tirar todas as suas dúvidas sobre o tema.

O que é Big Data

Big Data é um termo que define basicamente um grande volume de dados captados a partir de registros de usuários.

Trata-se da massa de dados que as empresas e organizações usam para tomar decisões melhores e mais assertivas.

Com as informações provenientes do Big Data, é possível aumentar a eficiência, revisar processos da empresa, fazer ofertas sob medida para os clientes, entender o comportamento dos consumidores e muito, muito mais.

Em 2014, a empresa americana IBM definiu Big Data desta forma:

“O termo utilizado para descrever grandes volumes de dados e que ganha cada vez mais relevância à medida que a sociedade se depara com um aumento sem precedentes no número de informações geradas a cada dia”.

Esse conceito está apresentado no livro Big Data – o futuro dos dados e aplicações (Érica & Saraiva, 2018).

Nele, o consultor Felipe Nery Rodrigues Machado retrata o Big Data como “a explosão de dados gerados universalmente a cada instante”.

Nesse ponto, vale ressaltar que o Big Data só é big, de fato, por causa da internet e da era atual da hiperconectividade.

Hoje, a navegação constante do usuário pelos sites, ecommerce e redes sociais gera uma enxurrada de dados, e esses dados vão formando o Big Data.

Você já pensou na quantidade de dados que geramos diariamente?

E na quantidade de informações circulando pelo mundo, no exato momento em que você lê este artigo?

Companhias aéreas, instituições bancárias, bolsa de valores, a loja de departamentos do seu bairro e até a sua rotina de trabalho geram grande volume de dados.

Só para ter uma ideia, cerca de 2,5 trilhões de bytes de dados são produzidos diariamente.

E esses números só aumentam.

Tanto que, atualmente, é comum falarmos em petabytes, exabytes, zettabytes e yottabytes.

Mas não se assuste.

Vamos mostrar que não é a quantidade de dados circulando que importa, e sim o que as empresas fazem com ela.

Além disso, quando bem analisadas, as informações podem mostrar o caminho para decisões e estratégias de negócio mais eficientes.

Antes de mostrar exemplos da utilização de Big Data, vamos entender os pilares dessa tecnologia.

Big Data está fundamentado no chamado “5 V’s”:

    • Volume: é a grande quantidade de dados gerada a cada segundo por meio de e-mails, mensagens, fotos e vídeos. Somente no Facebook, 1 bilhão de pessoas interagem diariamente
    • Velocidade: tudo na internet funciona em frações de segundo. Basta fazer uma pesquisa no Google para descobrir quanto tempo leva a geração de resultados
    • Variedade: atualmente, 80% dos dados são não-estruturados (aqueles que chegam sem nenhuma definição, sendo necessário catalogar as informações recebidas). Esse tipo de dado não era nem considerado no passado — apenas aqueles devidamente parametrizados
    • Veracidade: em tempos de volumes gigantescos de dados, a veracidade e a precisão das informações é uma grande preocupação. Imagine a dificuldade de interpretação de hashtags do Twitter, memes e likes de uma foto, por exemplo
    • Valor: o último “V” do Big Data está relacionado ao valor que ela proporciona. No emaranhado de dados que circulam a cada segundo, é fundamental que as empresas possam agregar valor ao seu produto ou serviço. E esse é um dos benefícios da utilização do Big Data.

Exemplos de utilização do Big Data

Mas o que o Big Data tem a ver com a contabilidade?

falamos aqui no blog sobre que a era digital está se inserindo na área contábil.

“É preciso acompanhar as tendências e evolução digital para entregar o que os clientes querem, para além de rotinas burocráticas e obrigações fiscais”, diz Vinicius Roveda, CEO aqui da Conta Azul.

E as grandes empresas já entenderam como a tecnologia pode ajudar.

Veja os exemplos:

Nike

Presente em mais de 180 países e desenvolvendo 13 linhas diferentes, a empresa utiliza o Big Data como estratégia de varejo e marketing.

Assim, a Nike investe na análise demográfica dos seus clientes para definir os mercados e aquecer os negócios

Danone

O Big Data foi utilizado para monitorar o comportamento dos consumidores e evitar problemas com a validade de um produto específico.

Com o uso da tecnologia, a empresa conseguiu sincronizar as entregas para as lojas de varejo, diminuindo prejuízos com produtos vencidos.

Shell

Uma das maiores empresas petrolíferas do mundo utiliza o Big Data para reduzir custos de operação.

Com as análises de dados, a Shell consegue monitorar ondas sísmicas de baixa frequência sob a crosta terrestre.

Essas informações são utilizadas para prever o tamanho provável dos recursos de gás e petróleo.

Com o monitoramento, a empresa consegue explorar as áreas capazes de oferecer melhores resultados e, assim, diminui custos de exploração.

American Express

Uma das mais famosas empresas de serviços financeiros nos Estados Unidos, a Amex usa a análise de dados para tomar decisões importantes.

As transações fraudulentas e o padrão de consumo de cada usuário são monitorados.

Com o suporte do Big Data, cada vez que ocorre uma transação fora do comum, a empresa toma providências e economiza alguns milhões de dólares.

Ainda, com a análise dos hábitos dos clientes em relação às compras, a empresa recomenda serviços que eles certamente vão usufruir.

Ministério da Justiça

O órgão tem um banco de dados gigantesco, reunindo mais de um bilhão de registros.

Para analisar todos os dados, o Ministério da Justiça conta com o Big Data para coletar e processar informações em milésimos de segundo.

O suporte da tecnologia tem auxiliado a identificar ações ilícitas, principalmente aquelas relacionadas com lavagem de dinheiro.

Como você viu nos exemplos acima, não são apenas as empresas que estão usando os insights proporcionados pelo Big Data.

Instituições governamentais também perceberam as vantagens de utilizar esses recursos.

E estamos apenas no começo dessa história, como veremos no próximo tópico.

O que é Business Intelligence (BI)

Business Intelligence, ou apenas BI, é um método tecnológico capaz de transformar uma grande quantidade de dados brutos em informação útil.

Com as informações otimizadas, é possível tomar decisões mais assertivas e estratégicas.

O BI coleta, organiza, analisa, interpreta e compartilha dados (com o auxílio de softwares) para deixar de lado a intuição e se concentrar em decisões amparadas por informações objetivas.

Como você viu no início do artigo, Big Data e Business Intelligence são conceitos diferentes, mas complementares.

Big Data é o processo de armazenamento e registro do grande volume de dados.

E é a partir dele que o BI é possível.

A aplicação da ferramenta permite que o gestor tenha verdadeiros insights.

Howard Dresner, vice-presidente da Gartner (empresa detentora do termo Business Intelligence) defende:

“O emprego do BI possibilita às organizações realizar uma série de análises e projeções, de forma a agilizar os processos relacionados às tomadas de decisão”.

A explicação está no livro Decisões com BI (Ciência Moderna, 2008), no qual o autor, Fábio Vinícius Primak, apresenta um quadro evolutivo do termo ao longo das décadas.

Primak ainda traduz o termo, de forma livre, como “inteligência de negócios” para facilitar a compreensão.

“Se os sistemas de BI forem implantados de forma correta, tornam-se uma ‘mina de ouro’ para as empresas”, explica o autor.

E você pode ter acesso a essa mina de ouro, sabia?

Exemplos de Business Intelligence

Sabendo que o BI pode converter um grande volume de dados em informações relevantes para o negócio, vamos mostrar exemplos da boa aplicação da ferramenta.

Gasmig

Um dos grandes exemplos vem da Companhia de Gás de Minas Gerais.

Com dificuldades para gerenciar relatórios de faturamento e vendas, a companhia tinha reflexos negativos nos processos internos.

A solução foi aplicar o BI para implantar ferramentas de criação e gerenciamento de banco de dados.

Assim, os procedimentos foram otimizados e isso trouxe resultados positivos na execução das tarefas e na produção de relatórios.

O que fez com que a GASMIG aumentasse a produtividade e a autonomia dos colaboradores.

Fiat

Uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo é outro exemplo da utilização do BI no marketing de um produto.

Para o lançamento da versão 2011 do Uno, a Fiat queria transformar o carro no modelo “dos sonhos” do consumidor.

Para isso, a empresa apurou dados nas redes sociais e fez pesquisas com os clients.

O BI analisou as informações que correspondiam aos desejos dos consumidores desenvolvendo campanhas de marketing ideais.

O esforço de dados funcionou: sucesso de críticas e vendas do novo modelo.

Seleção de futebol alemã

Um exemplo que não está ligado ao mundo corporativo, mas que representa um bom uso do BI.

A tecnologia de Business Intelligence colaborou com a conquista do título da Alemanha na Copa do Mundo 2014.

A seleção analisou dados importantes para o desempenho dos jogadores (velocidade em campo, defesas, penalidades, número de passes, etc) e elaborou relatórios.

Os documentos eram repassados à comissão técnica e, a partir daí, as estratégias do time eram definidas.

Os dados também foram decisivos na escalação do time titular. O exemplo da seleção alemã é seguido por outros grandes times com o objetivo de otimizar o desempenho dos atletas.

Big Data e Business Intelligence na contabilidade

Agora você já sabe o que é Big Data, Business Intelligence e como a tecnologia pode revolucionar o processo de decisão nas empresas.

Mas como aplicar essa tecnologia ao seu trabalho na contabilidade?

Bom, o primeiro passo é aceitar essa mudança: o contador não pode mais se restringir a cumprir obrigações fiscais.

Ele deve ser um profissional estratégico para a gestão da empresa, que auxilia na tomada de decisões com informações e projeções baseadas em números e dados.

E é aí que BI e Big Data entram.

O que antes dependia de registro, apuração e organização manual hoje pode ser feito com alguns cliques e a automatização das operações.

Exemplo: você não precisa ir atrás das movimentações financeiras de as notas fiscais do seu cliente — a tecnologia já conecta a gestão da empresa e a contabilidade para oferecer todas as informações que a o contador precisa.

É o que explica o professor Bruno Salotti, coordenador em ciências contábeis da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP):

“O profissional deixou de produzir os dados e passou a analisá-los, com o objetivo de prever o impacto contábil de cada decisão de negócios”.

Assim, o contador se torna um consultor da empresa e, com as ferramentas certas, pode analisar grandes volumes de dados para oferecer sua assessoria à empresa.

Como usar Big Data e Business Intelligence na contabilidade

A área contábil produz grande volume de dados e registra incontáveis informações.

São dados fiscais, de vendas, financeiros, de pessoal e patrimoniais que precisam ficar armazenados.

Mas a contabilidade pode se beneficiar de muito mais dados: as tendências de vendas em um mês, as comparações com outros períodos e épocas do ano, o volume de vendas e faturamento do setor inteiro, o nível de satisfação dos clientes…

Tudo isso são dados que podem não estar à disposição do contador neste momento, mas que farão parte da central de inteligência que será a contabilidade nos próximos anos.

Então, o que fazer agora?

  • Assumir o papel de consultor: a partir de agora, você vai oferecer um serviço que não se restringe às obrigações fiscais. Comece a averiguar de quais dados você dispõe e como pode usá-los para auxiliar seu cliente a crescer.
  • Usar a tecnologia: planilhas são o primeiro passo, mas é bom não parar por aí. Experimente uma plataforma contábil como a Conta Azul Mais, que integra os dados financeiros da empresa à contabilidade. Com uma solução assim, você vai enxergar um universo de dados que simplesmente parece muito mais distante neste momento.
  • Faça a Certificação de Contabilidade da Conta Azul Mais: com o curso, você vai começar a compreender todas as possibilidade que o universo de dados traz para a contabilidade. E poderá atuar desde já de forma consultiva com os seus clientes.

E então, o que achou das dicas sobre Big Data, Business Intelligence e seus impactos e possibilidades no universo da contabilidade?

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