Há um dado assustador sobre a sobrevivência de micro e pequenas empresas e do qual você certamente já deve ter ouvido. Diversas pesquisas apontam que a maioria dos novos negócios não chega ao quarto ano de vida - muitos não alcançam 12 meses. Para quem quer se manter ativo e ainda crescer no Brasil, os desafios são vários, mas é possível encará-los e sair vitorioso.
MPEs: O caminho das pedras para crescer no Brasil
No vídeo abaixo, Vinicius Roveda, CEO da ContaAzul, fala sobre o que existe na cultura das startups que pode ser aplicado à realidade das micro e pequenas empresas (MPEs). Clique e confira. E a seguir, confira os principais tópicos abordados.
O primeiro passo é não se deixar abalar pela dura realidade, afinal, se é verdade que muitos negócios fecham as portas poucos meses depois de iniciados, também não se pode negar que muitos outros não só conseguem sobreviver, como alcançam o sucesso.
Não é por acaso que o Brasil tem 11 milhões de micro e pequenas empresas, cuja participação na economia chega a 27% do Produto Interno Bruto (PIB). É um número positivo, certamente, mas que pode melhorar - basta considerar que fica bem atrás de países como Estados Unidos e Alemanha.
Há ainda outras informações que atestam a relevância das MPEs no cenário econômico: 52% dos empregos gerados vêm delas e 40% dos salários pagos são para pessoas nelas empregadas. Fica fácil perceber que os pequenos negócios contribuem muito para a renda do brasileiro.
Mas se é assim, por que tantos encerram suas atividades de forma tão prematura? De fato, há uma complexidade para manter em dia todas as obrigações trabalhistas e tributárias. É claro que os impostos têm um peso importante nisso, mas são apenas parte do problema.
Aqui, precisamos novamente citar um dado ruim, mas que serve de reflexão e também se coloca como uma oportunidade de melhoria: cada empresa no Brasil gasta 2.600 horas por ano para se manter regularizada com o governo.
Se o número assusta, fica pior quando comparado com a Bolívia, onde o total despendido é de 1.025 horas. Quando o assunto é burocracia na condução do negócio, perdemos ainda para países como Vietnã, Nigéria, Senegal, Equador, Camarões e Venezuela.
O que fazer para ser diferente?
Até aqui, mostramos com base em dados que as MPEs são relevantes para a economia, mas que tais projetos costumam ruir diante de dificuldades trazidas pelas obrigações legais. A realidade é essa, mas o que fazer para ser diferente? Como trabalhar para reduzir tamanha mortalidade empresarial?
Para encontrar a resposta, mais uma vez, nos amparamos nas pesquisas. E elas dizem que o principal motivo que leva novos negócios a fecharem as portas está relacionado com a falta de planejamento e erros na gestão. Ou seja, é nas melhores práticas que você deve se focar.
Um bom gestor deve se cercar de boas ferramentas de controle do fluxo de caixa, estando atento às entradas e saídas, acompanhando de perto tudo aquilo que é relacionado ao dinheiro do negócio.
Por vezes, o perigo mora nas pequenas despesas, aquelas que sequer registramos, mas que se acumulam ao ponto de comprometer a situação financeira. Mas você só saberá disso se colocar sua estratégia de monitoramento em ação.
Se ainda usa o papel e faz o controle de forma manual, está mais sujeito a problemas. Com um sistema de gestão online, que funcione de maneira simples e intuitiva, sem necessidade de treinamento, o empreendedor economiza tempo e eleva a chance de obter sucesso no seu negócio.
Isso sem falar que processos automatizados são muito mais a cara dos atuais empreendedores, que já nasceram com computadores em casa. Essa é uma geração mais comunicativa e global, multitarefa e exigente, que faz várias coisas ao mesmo tempo e que tem muito mais acesso à informação.
É também uma geração sem paciência com burocracia, com filas, com papel e que exige uma mudança de comportamento com tudo que interage. Ou seja, toda a relação das MPEs com o mundo que as cerca precisa ser mudada, desde governo a clientes e fornecedores, passando ainda pelo sistema financeiro.
Veja alguns exemplos:
- Bancos: existe um alto nível de inovação que pode transformar a experiência de uma empresa com os bancos. Hoje, não é mais preciso digitar nada, basta conectar seu sistema de gestão ao internet banking e todos os extratos são gerados automaticamente.
- Contabilidade: a relação com o contador ainda é muito burocrática, há muito papel circulando, mas pode ficar melhor. Ele pode ter acesso às informações que estão no seu sistema de gestão, sem precisar redigitar nada. A tecnologia veio para ajudar a tornar o contador mais participativo.
- Governo: é fundamental transformar essa relação. A nota fiscal precisa ser simples, e todos os impostos devem ser gerados de forma fácil para serem pagos, sem consumir tempo, com mais controle e mais segurança.
- Clientes: essa é uma relação totalmente transformada pela tecnologia. A venda pode ser gerada no celular e o consumidor vai receber a confirmação no e-mail e também o boleto, pagando com um clique. Automaticamente, o dinheiro cai no banco e, como há integração com o seu sistema, essa informação já vai para o contador. Todo o ciclo se completa com poucos cliques e isso aumenta a chance de sucesso da MPE.
A experiência da ContaAzul deixa lições
Abordamos ao longo deste artigo que o cenário é difícil para as micro e pequenas empresas, mas que os avanços da tecnologia permitem sonhar mais alto. A própria experiência da ContaAzul como empresa é válida como lição para a sua trajetória.
Ela nasceu a partir de uma ideia colocada em prática entre 2007 e 2008, já com a proposta de melhorar o nível de gestão nas MPEs. O primeiro produto não resolveu os problemas a que se propunha - foi desanimador, mas também serviu de aprendizado.
Ao entender por que não havia dado certo, foi possível corrigir a estratégia, persistir e vencer, mas não sem buscar conhecimento (no caso da ContaAzul, fora do Brasil), resultando em um novo produto lançado em 2011 e conquistando o reconhecimento do seu público pelas soluções apresentadas.
Se você também quer crescer no Brasil como micro ou pequena empresa, siga estes três passos:
Persista: talvez nada dê certo no primeiro ano e nos seguintes. É natural. Algumas empresas trabalham mais de cinco anos para a sua ideia realmente funcionar. A persistência é a chave para seguir em frente.
Conheça: quem é o seu cliente, seus desejos e como surpreendê-lo? Como é o seu dia a dia, o que ele pensa quando acorda, com o que se preocupa, como é a rotina de trabalho? Ao conhecer seu público-alvo, você encontra as oportunidades para resolver seus problemas.
Sonhe: é importante sonhar grande, envolver e se deixar envolver no sonho. Acredite nele e veja na sua equipe parceiros para que seja concretizado. Ofereça um ambiente onde haja a possibilidade de relaxar e trabalhar ao mesmo tempo.
E você, também acredita que sua empresa pode crescer no Brasil? Deixe seu comentário!