Gestão de Pessoas

Tipos de liderança empresarial: em qual deles você se encaixa?

Marcio Roberto Andrade Marcio Roberto Andrade | Atualizado em: 26/01/2024 | 7 mins de leitura

Tipos de liderança em pequena empresa

Identificar os tipos de liderança no meio corporativo é o primeiro passo para delegar as tarefas certas para as pessoas mais preparadas. Se você tem dificuldades em se situar como um líder na empresa, este artigo vai ajudá-lo nesse processo de reconhecimento.

O que é liderança?

Há quem acredite que liderança é uma virtude inata. Ou seja, se a pessoa não tem, não será possível desenvolver. Por outro lado, existem teorias que relativizam a liderança. Uma delas é a Teoria Situacional.

Ela diz que a liderança emerge de acordo com dadas circunstâncias específicas, conforme a conveniência e certas características ligadas ao comportamento e, acima de tudo, às competências profissionais.

Há ainda a liderança dividida, conhecida como holocracia, em que o modelo de organização horizontal prevalece.

Intrínseca ou não, em se tratando de liderança, existem perfis que são percebidos facilmente, a maioria deles enquadrados nas características que destacamos a seguir.

Os tipos de liderança mais comuns

No universo corporativo, normalmente os líderes podem ser classificados em seis perfis típicos. No entanto, é igualmente comum haver perfis híbridos, ou seja, aqueles em que características de outros perfis se manifestam simultaneamente em um mesmo profissional.

Começamos falando sobre um perfil de liderança que não raro é chamado pelos subordinados de “pai”.

Afetivo

Como o nome já sugere, o líder afetivo foca sua maneira de conduzir equipes formando laços afetivos que o tornam querido e estimado por todos. Seja na forma de se expressar, ao delegar funções ou simplesmente para pedir, esse líder tem na empatia uma característica marcante.

Embora na maioria das vezes sua abordagem seja mais pessoal, não significa que haja qualquer tipo de confusão de papéis. Isso porque o líder afetivo, normalmente, tem inteligência emocional o bastante para manter distância segura.

Sua liderança, no entanto, pode ser abalada em momentos críticos, como em uma demissão. Por serem mais propensos a criarem vínculos emocionais, é possível que o líder afetivo retarde ao máximo a dispensa de um colaborador, o que pode arranhar sua imagem.

Na hora de conceder aumento para funcionários ele também pode se expor, caso informações confidenciais sejam reveladas.

Democrático

Cada vez mais em voga nas empresas modernas e principalmente em startups, a gestão horizontal tem no líder democrático seu mais perfeito exemplo. Essa adequação aos padrões mais recentes de organização do trabalho é percebida por uma característica do líder democrático, que é a capacidade de delegar tarefas.

Por meio da distribuição de responsabilidades, ele divide o trabalho entre os colaboradores, ao mesmo tempo em que os torna mais autônomos para tomar decisões.

Significa que, uma vez confiada uma tarefa ou função a alguém, essa pessoa terá liberdade para decidir como fazer, organizando-se da forma que for mais conveniente. Não há cobranças, pelo menos não enquanto os resultados forem considerados satisfatórios.

No entanto, em empresas mais ajustadas a modelos de organização vertical, o líder democrático pode não ser tão indicado. Como sua liderança tem forte viés colaborativo, é necessário que seus subordinados tenham relativa experiência em suas funções. Caso contrário, podem surgir problemas.

Dirigente

Líderes dirigentes costumam ser fonte de inspiração para as pessoas. Dotados de grande visão estratégica de longo prazo, esse perfil de liderança é o que pode alavancar uma empresa, não importa o tamanho e as condições de mercado. Se estiver dentro das competências de um líder dirigente, os resultados certamente vão aparecer.

Sua liderança direta se faz perceber pela motivação que as pessoas sentem, já que o dirigente costuma expressar com muita clareza seus objetivos e o que espera de cada um.

Isso reflete uma característica fundamental nesse tipo de líder: o grande poder de persuasão. Afinal, ele é o cara que consegue convencer as pessoas de que é possível conseguir algo, por mais distante que pareça.

Se há um ponto negativo no líder dirigente é a maior demora em tomar decisões. Por basear tudo no diálogo exaustivo, o dirigente pode levar mais tempo que o normal para decidir sobre questões que nem sempre permitem soluções a médio e longo prazo.

Treinador

Um líder treinador é aquele que tem como atributo profissional mais pronunciado o apego a programas de treinamento e desenvolvimento. Como se trata de um perfeccionista, antes de colocar seu time em campo, ele procura se certificar de que todos estão devidamente preparados para o exercício de suas tarefas.

O apego desse profissional ao preparo também pode ser percebido na constante avaliação dos aspectos positivos e negativos de cada colaborador. Como um técnico, ele usa estatísticas, números e avaliações baseadas em formulários para tirar suas conclusões e extrair o melhor de cada um.

Como se trata de um líder que explora ao máximo as possibilidades do treinamento profissional, com ele, as coisas podem caminhar mais devagar. Afinal, seus subordinados só recebem novas tarefas e atribuições quando não deixam dúvidas de que assimilaram tudo que foi passado.

Autocrático

Se uma democracia é um regime em que as pessoas são mais livres para se expressar e exercer suas atividades, na autocracia acontece o oposto. Portanto, um líder autocrático é, por definição, alguém que centraliza o poder de decidir, não dando margem para a participação de pessoas que estejam a ele subordinadas.

Com ele, não há espaço para muito diálogo. Uma vez que ele dê uma ordem ou delegue uma função, seu único interesse é em saber se tudo foi cumprido rigorosamente dentro do que ele determinou.

É um perfil de liderança que não costuma agradar muito, já que não são raras as ocasiões em que são estimulados conflitos de personalidades e de interesses em função do pouco diálogo que passa a predominar.

Um líder autocrático, por não ouvir muito as pessoas ao seu redor, também é mais exposto ao erro. Geralmente, quando isso acontece, a responsabilidade não é assumida, cabendo à equipe dividir o ônus por eventuais equívocos.

Coercitivo

A liderança coercitiva pode trazer efeitos nocivos para equipes a ela submetidas por períodos de tempo prolongados. Seu princípio de ação é o medo, que pode acabar em práticas condenáveis, como o assédio moral e a imposição do terror.

Não espanta que líderes do tipo coercitivo, quando são demitidos, sejam enquadrados em justa causa. Como é comum o abuso no exercício de suas funções, eles acabam perdendo o controle sobre as pessoas, que acabam se tornando opositoras. Nada pior, em tempos que exigem capacidade de dialogar, relações éticas e transparentes e inteligência emocional desenvolvida.

Qual o seu tipo de liderança?

Neste artigo, abordamos uma visão sobre a liderança a partir de seis diferentes perfis. Cada um tem suas características próprias, pontos fortes e fracos. Não há um tipo de liderança melhor para todas as situações. O importante é estar sempre pronto a evoluir para gerar resultados sem reduzir a satisfação e motivação dos colaboradores.

E você, se identificou com algum dos tipos de liderança citados no artigo? Comente!

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