Gestão de Pessoas

Quando você deve demitir um colaborador?

Karin Von Hartenthal Karin Von Hartenthal | Atualizado em: 25/01/2024 | 6 mins de leitura

Quando você deve demitir um colaborador?

A contratação de colaboradores e a manutenção de uma boa equipe é uma das partes mais difíceis para a gestão de uma empresa, mesmo que pequena. Por isso, os empreendedores devem estar preocupados em disseminar os valores e a missão da empresa para todos os colaboradores. Assim, fica mais fácil divulgar e enraizar a cultura interna no ambiente corporativo.

Demissão por justa causa

Existem maneiras garantidas pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) demitir um colaborador por justa causa e, com isso, sem a necessidade de pagar direitos trabalhistas, como multa do INSS e rescisão salarial. Porém, é preciso que os empreendedores tenham em mente que a grande rotatividade de colaboradores não é bem vista pelo mercado de trabalho e pode atrapalhar a produtividade (e a reputação) da empresa.

Roubo e furto, mesmo que de pequenos materiais, são crimes e cabíveis de demissão por justa causa. A constituição também prevê demissão por justa causa aos colaboradores que somam vários erros leves, faltas excessivas e atrasos exagerados, indisciplina e insubordinação às ordens de superiores. Portanto, é aconselhável que os empregadores tenham o hábito de registrar formalmente algumas atitudes negativas e faltosas dos contratados.

Falsificação de documentos, como atestado médico, ofensas físicas aos colegas de trabalho ou superiores e abandono de emprego também são duas formas incontestáveis que qualificam justa causa. Porém, temas subjetivos como “quebra de confiança”, “desonestidade” e “má fé” também são encontrados nas leis trabalhistas e podem variar de acordo com as interpretações de juristas da área trabalhista. Portanto, é bom pensar duas vezes antes de classificar a demissão como justa causa, já que o colaborador demitido pode se sentir prejudicado e processar a empresa. Tenha provas antes de tudo.

Demita em nome da produtividade do grupo

Há também inúmeros indícios de que está na hora de trocar um membro da equipe por um mais empenhado ou com mais conhecimentos técnicos. No entanto, demitir alguém sempre gera desgaste e estresse por parte do empregador, superiores e demais colaboradores. Portanto, tentar reverter um colaborador problemático pode ser bom para todas as partes envolvidas. Veja as causas mais comuns de demissão sem justa causa:

– Ética acima de tudo: Falta de honestidade com a firma, colegas de trabalho, clientes e concorrentes devem ser evitadas e combatidas pelos empreendedores com sanções disciplinares e até demissões, para que sirvam de exemplo. É preciso enraizar o clima de honestidade entre os colaboradores para que a empresa cresça de maneira saudável, sem picuinhas e fofocas.

– Desmotivação pega: O colaborador chateado, sem ânimo e perspectiva profissional pode influenciar outros colegas de trabalho a se sentirem assim, mesmo que não tenham tantos motivos. Afastar uma pessoa dessas é importante para manter um bom clima e produtividade do grupo.

– Sem desculpas esfarrapadas: Não alimente o clima de desconfiança entre a diretoria, gestores e funcionários. Tolerar faltas e atrasos excessivos tem limites e pode abrir precedentes para que outros profissionais também se sintam motivados a faltar ou não ligar para o horário a ser cumprido. Mesmo que sua empresa não seja rigorosa quanto aos horários, verifique se essas atitudes estão atrapalhando a produtividade do setor.

– Não basta esforço: Existem profissionais que se dedicam ao serviço, mas não conseguem se adequar ao padrão de qualidade esperado e cometem muitas falhas. Pode ser falta de conhecimento técnico, atenção ou de comunicação com os superiores responsáveis, como é comum na maior parte dos casos. Não é preciso manter um profissional desqualificado e que não supre as necessidades do cargo. Lembre-se que a vaga pode (e deve) ser ocupada por alguém que saiba o que está fazendo.

Conversas podem resolver

Para tentar reverter alguns quadros de insatisfação com os colaboradores, aposte em conversas e no feedback entre gestores e funcionários. Se possível, torne isso uma rotina na empresa e em todos os departamentos. Faça com que os colaboradores se sintam entusiasmados com os projetos da empresa e com o crescimento dela e, consequentemente, o deles. É preciso motivar as mentes criativas!

Aquele funcionário com excelente rendimento não está fazendo o esperado? Pode ser que um deles esteja passando por um problema pessoal. Chame-o para uma conversa em tom ameno e deixe claro que o comportamento não está sendo bem visto no ambiente corporativo.

Em firmas maiores, os diferentes graus de hierarquia, como diretoria, supervisão e gerência, podem ocultar problemas de comunicação entre os empregados e o empreendedor. Líderes que não são respeitados e não sabem explicar aos subalternos a necessidade de determinadas ações são, em grande parte das vezes, desobedecidos. É preciso que haja empatia entre a equipe e a liderança, pessoa de confiança do empreendedor. Se isso não existir, troque a liderança.

Considere cada caso

Os empregadores têm o direito de demitir qualquer pessoa quando o contratado não corresponde às expectativas de produção, convívio e ética. No entanto, existem duas formas de se dispensar alguém: por justa causa, quando o empregado se envolve em algum delito ou no limite da falta de integridade. Nesse caso, o patrão não é obrigado a pagar rescisão e direitos trabalhistas.

Por lei, os trabalhadores têm direitos garantidos, como indenização e saque do FGTS, caso sejam dispensados por falta de motivo concreto, como baixo desempenho ou falta de espírito coletivo.

Lembre-se que empresas com alta rotatividade de funcionários não são bem vistas pelo mercado. Mantenha os melhores, mas, antes de tudo, faça uma seleção rigorosa para conhecer ao máximo o possível funcionário antes dele ser contratado!

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