Por que incentivar funcionários a pensar sobre carreira e desenvolvimento?

Responda com sinceridade: quantas vezes você parou para refletir sobre a sua profissão neste ano? Com a rotina atribulada e o acúmulo de compromissos, pode ser difícil encontrar tempo para pensar em carreira e desenvolvimento pessoal, mas abrir mão dessa reflexão significa frear as próprias potencialidades.

Na ContaAzul, incentivamos os colaboradores a pensarem a respeito de suas carreiras. São “provocações” em diferentes oportunidades para lembrar algo que parece óbvio, mas que costuma passar batido em meio às tarefas cotidianas: você é o principal interessado na própria evolução profissional. A abordagem foi bem recebida pela equipe, e já teve resultados positivos. Que tal entender melhor como esse processo funciona?

Transformando a reflexão em ferramenta estratégica

O primeiro passo é reconhecer que, para desenvolver novas habilidades e aprimorar as já existentes, é necessário tomar consciência sobre a atual situação. Antes de pensar em como crescer e o que aprimorar, você precisa refletir e ter clareza de onde está e aonde deseja chegar.

Até aqui, nenhuma novidade, certo? O problema está no fato de que dificilmente paramos e nos dedicamos a simplesmente refletir. No artigo The success habit I wish I knew 18 years ago (O hábito de sucesso que eu queria ter aprendido 18 anos atrás), o empreendedor americano Mitchell Harper sustenta a ideia de que a grande maioria das pessoas vive de forma reativa.

Elas trabalham em algo até que alguém as distraia. Em seguida, reagem ao que a outra pessoa precisa, entrando em um ciclo vicioso em que as ações se resumem a reações. E isso acontece tanto na vida pessoal como na vida profissional

Harper explica que o estado de piloto automático é uma maneira fácil de enfrentar as obrigações e manter o ritmo por semanas a fio, mas prejudica a carreira e o desenvolvimento pessoal, pois não prevê pausas para diagnosticar problemas, apontar soluções e corrigir a rota. Em outras palavras: o comodismo neutraliza as potencialidades.

Na ContaAzul, nossa pretensão é acionar o gatilho e ajudar nossos colaboradores a terem a clareza de onde estão e aonde desejam ir, para que possam refletir sobre o assunto, traçar o caminho a ser percorrido e, finalmente, identificar as competências/habilidades essenciais para o sucesso.

Apesar de esse exercício de reflexão sobre carreira e desenvolvimento parecer simples, ainda é comum encontrarmos pessoas insatisfeitas ou infelizes em sua jornada. Se você já passou por isso ou conhece alguém nessa situação, provavelmente conhece os prejuízos de seguir no estado de letargia sem refletir sobre a situação. A boa notícia é que, muitas vezes, o que falta é apenas ajuda externa.

Como ajudar funcionários a refletirem sobre carreira e desenvolvimento

Coloque-se no lugar de um membro da equipe de trabalho e imagine que você esteja conversando com o líder do setor. O diálogo segue um roteiro já conhecido, abordando temas como relatórios, metas, desempenho, produtividade e custos, quando, de repente, ele pergunta: “Como você está?”, ou “O que está lhe fazendo feliz hoje?”, ou “Quais são os seus objetivos?”.

Se você já passou por isso, sabe que o líder ou chefe em questão tentou demonstrar interesse em ajudar, em conhecer seus objetivos e em entender como você pretende alcançá-los.

Essa é uma das maneiras que encontramos para ajudar os colaboradores de nossa empresa. A conversa pessoal entre líderes e funcionários se tornou uma regra, pois acreditamos que isso contribui para integrar a equipe, aumentar a transparência e promover esclarecimentos úteis para todos os envolvidos. Simples, não é mesmo?

Mas essa não é a única forma de ajudar. Na ContaAzul, trabalhamos com o Plano de Desenvolvimento Individual – PDI, uma ferramenta de apoio para que os colaboradores tenham um breve guia que os auxilie no início da reflexão a respeito de carreira e desenvolvimento. E isso vale tanto para o ponto de vista futuro como para o atual, porque pensar sobre o agora ajuda a despertar para ações e correções de rota no futuro.

Por dentro do Plano de Desenvolvimento Individual – PDI

O guia foi estruturado em três partes. A primeira contém o mesmo questionamento para três momentos distintos:

• Qual seu objetivo de carreira de curto, médio e longo prazo?

Nesse momento, tem início o primeiro mergulho reflexivo. O funcionário precisa parar, pensar e refletir sobre o que deseja para a própria carreira. É um convite para examinar o presente e considerar hipóteses para o futuro, em três meses, seis meses e um ano. “Onde estou e para onde vou?”

Depois da reflexão inicial, e antes de prosseguir para a construção do plano, convidamos o colaborador a dar um mergulho mais profundo na segunda parte, que chamamos de tutorial. Nessa etapa, ainda utilizando a analogia do mergulho , são encontrados os peixes mais raros – e as reflexões mais ricas. São feitos 10 questionamentos, como:

• Você tem clareza sobre quais são seus principais pontos de desenvolvimento para executar melhor suas atividades atuais e futuras?

• Você conhece as competências necessárias para atingir seus objetivos de carreira? Já conversou com seu líder a respeito?

• Que tipo de recursos já estão à disposição e podem viabilizar o seu desenvolvimento? Você está fazendo uso deles?

Com as respostas e as reflexões sobre cada provocação, já será possível repensar o momento atual e projetar o futuro, pois o fluxo de informações gerado pelas perguntas é um gatilho para considerar aspectos mais profundos. Além disso, essas duas etapas iniciais servem como embasamento para futuras conversas sobre desenvolvimento e carreira.

Por fim, a terceira parte é composta por exemplos de atividades que podem acelerar o desenvolvimento das habilidades e competências. Reflita sobre as atitudes que podem ser aperfeiçoadas e identifique as ações que permitem desenvolver essas competências.

Um exemplo: se o funcionário deseja se tornar fluente em inglês para crescer profissionalmente, que tarefas podem ser incorporadas no dia a dia para estimular esse conhecimento? Com o acréscimo das atividades, é mais fácil retornar à primeira etapa e avançar novamente sobre as questões.

Feito isso, você terá em mãos o primeiro “rascunho” do seu PDI. A partir daí, a recomendação é manter conversas agendadas entre líderes e funcionários e, se for o caso, algum representante do setor de Recursos Humanos da empresa, para monitorar o progresso daquilo que foi acordado.

Desenvolvimento da equipe na sua empresa

Na ContaAzul, gastamos tempo com esse processo porque acreditamos no desenvolvimento das pessoas. Ouvir o que o funcionário tem a dizer, conversando de forma franca e transparente, é uma forma de estreitar relações – com benefícios mútuos.

Implementando um sistema assim na sua empresa, você não vai ter todas as respostas para os questionamentos nem vai conseguir atender a todos os desejos, mas vai transformar o diálogo sobre carreira e desenvolvimento em uma política interna. Essa é uma forma objetiva de estimular o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores.

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