Sobre o que estamos falando?
- Os custos dos funcionários de uma empresa incluem não somente o salário, mas também o dissídio, INSS, FGTS, férias, entre outros;
- Esse controle é fundamental para calcular corretamente todos os impostos que incidem na contratação dos seus funcionários CLT;
- Baixe uma planilha de custos de funcionários grátis.
Ao contratar colaboradores, o empreendedor deve se preparar para investir mais do que apenas o valor do salário. Isso porque o custo de funcionário para empresa inclui também os encargos e benefícios, como vale refeição e plano de saúde.
Então saber todos os fatores que devem ser incluídos nesse cálculo é fundamental para fazer um planejamento financeiro assertivo e não colocar em risco a saúde do negócio. Se você tem dificuldade para gerenciar esses valores, temos uma boa notícia.
Neste conteúdo, além de informações valiosas para a gestão do negócio, preparamos um modelo de planilha grátis. Com ela, fazer estes cálculos ficará mais simples.
Quais são os custos de um funcionário?
Salário, dissídio, INSS, FGTS e férias fazem parte dos direitos e encargos garantidos pela CLT, mas eles também representam custos para a empresa. Além disso, também podem existir variações conforme o enquadramento do negócio, dentre outras particularidades.
Esses já são pontos de atenção conhecidos pelos empreendedores e que ganharam alguns componentes em 2022. Isso porque o regime de tributação pelo Simples Nacional sofreu algumas mudanças, sem falar das novas regras trabalhistas, que passaram a vigorar em 2017.
Mas, afinal, quanto custa um funcionário?
Calma! Vamos explicar tudo certinho. Porém, antes você deve entender alguns custos que englobam o pagamento do salário no regime CLT, além da remuneração em si.
O que é considerado no cálculo?
Como falamos, junto com o valor do salário, o dono do negócio também deve pagar outras despesas, que aumentam o custo do funcionário para a empresa. Abaixo, citamos quais são elas, acompanhe.
Vale-transporte e auxílio-alimentação
O vale-transporte é a primeira despesa além do salário que os empreendedores devem pagar aos colaboradores no regime CLT. Seu objetivo é custear o valor da locomoção entre a casa do funcionário e o local de trabalho.
Porém, desse valor, o colaborador arca com 6% dessa quantia mensal, independente do valor. O desconto é feito diretamente na folha de pagamento.
Vale lembrar também que o vale-transporte não possui valores máximos e mínimos. Portanto, o empregador deve custeá-lo em sua totalidade.
Já o valor do auxílio-alimentação é, muitas vezes, decidido pelo sindicato em convenções coletivas. Se for decidido que o valor diário para uma boa alimentação é de R$20, por exemplo, é só multiplicar por 20 dias mensais, resultando em R$400.
Porém, assim como o vale-transporte, o colaborador pode arcar com um percentual deste benefício. No caso do auxílio alimentação, pode ser descontado em folha até 20% desse montante. Portanto, neste exemplo, a empresa deste exemplo pagaria um total de R$320.
Encargos Sociais
Para cada colaborador contratado, além do pagamento do salário e demais benefícios (vale-transporte e auxílio-alimentação), a empresa também precisa pagar algumas contribuições em cima do valor líquido.
As duas principais são o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que é equivalente a 8% do salário, e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cujo percentual é definido conforme a faixa salarial.
Ambos são descontados da folha de pagamento e enviados aos órgãos competentes pela empresa.
Outros custos
Existem ainda outros custos que não são mensais, como o 13º salário, mas que devem ser levados em consideração ao final de todos os anos. Na prática, é como se o dono do negócio tivesse que arcar com 8,33% mensalmente para chegar aos 100% no final dos 12 meses.
Assim, o 13º salário acrescenta mais R$ 83,30, considerando um salário de R$1000.
As férias são outro exemplo de custo que impacta no caixa da empresa. O valor corresponde a um salário do colaborador mais o adicional de 1/3, a ser pago antes de cada período de descanso remunerado.
Leia também: Controle financeiro empresarial em um ERP online simples de usar
Como calcular o custo de um funcionário para a empresa?
A resposta para a pergunta desse tópico é: depende de qual tipo de negócio estamos falando. Abaixo, explicamos como fazer o cálculo de custo de funcionário para empresa nos modelos Simples Nacional e Lucro Real ou Presumido.
Simples Nacional
As empresas dessa categoria são aquelas com receita bruta anual de até R$ 4,8 milhões. Essa regra teve o objetivo de facilitar a vida dos pequenos e médios negócios. Isso porque o valor dos tributos é pago de maneira proporcional ao faturamento.
Confira os impostos de uma empresa optante do Simples Nacional (Anexo I, II e III). Para exemplificar os cálculos, considere um colaborador com salário de R$ 1.000,00:
- 8% de FGTS – R$ 80,00
- Férias – R$ 1.000,00 (valor anual) – R$ 83,00 por mês;
- 1/3 sobre férias – R$ 333,33 (valor anual) – R$ 28,00 por mês;
- 13º salário – R$1. 000,00 (valor anual) – R$ 83,00 por mês;
- 8% de FGTS sobre as férias – R$ 80,00 por mês;
- Vale-refeição – R$ 10,00 por dia = R$ 220,00 por mês
- Vale-transporte – R$ 6 por dia = R$ 132,00 (mensal);
- Provisão Mensal (Férias + 1/3 sobre férias + 13º + 8% de FGTS anual) /12 – R$ 210,00
Observação: a provisão mensal é um valor que você deve guardar mensalmente, afinal, quando precisar cumprir com essas obrigações, você já terá o dinheiro em caixa.
Agora, vamos somar todos esses valores:
R$ 80,00 (FGTS) + R$ 83,00 (férias) + R$ 28,00 (1/3 sobre férias) + R$ 83,00 (13° salário) + R$ 80,00 (FGTS sobre as férias) + R$ 220,00 (vale-refeição) + R$ 132,00 (vale-transporte) + R$ 210,00 (provisão mensal) = R$ 916,00
Por mês, o custo total de um funcionário que recebe R$ 1.000,00 é de R$ 1.000 + R$ 916,00 = R$ 1.916,00
Porém, deste valor, o funcionário contribui com 6% sobre o salário referente ao vale-transporte e os 8% do FGTS. Então:
6% de R$ 1.000,00 (vale-transporte) = R$ 60
8% do FGTS = R$ 80,00
Portanto, do valor de R$ 1.916,00 o colaborador contribuirá com R$ 140,00. Já a empresa com o valor de R$ 1.916,00 – R$ 140,00 = R$ 1.776,00
Para a empresa, o custo de um colaborador que recebe R$ 1.000,00, no regime CLT, é de R$ R$ 1.776,00.
Lucro Real ou Presumido
Nesse regime, existem mais alguns custos. São eles:
- 20% de INSS (contribuição patronal);
- 1% a 3% de seguro de acidente de trabalho;
- 2,5% de salário educação;
- 20% do descanso semanal remunerado;
- 8,33% que correspondem ao 13º salário;
- 3,3% para o “Sistema S” (SEBRAE, SENAI ou SESI);
- 11,11% correspondentes às férias
Com esses custos, o salário de R$1000 pago para um colaborador custa para empresa aproximadamente R$ 1.700,00. Isso significa que o empregador pagará R$ 700,00 a mais do que a remuneração que o funcionário ganha.
O que mudou com a Reforma Trabalhista?
A Reforma Trabalhista, publicada em 13 de julho de 2017, através da Lei 13.647, trouxe diversas mudanças para os empreendedores e colaboradores. Vamos conferir os principais pontos que interferem no custo do funcionário para a empresa.
Contratação
A antiga legislação não previa jornada de trabalho parcial ou intermitente, muito menos a possibilidade de trabalho remoto ou a remuneração de colaboradores por jornada ou diária.
Agora, tudo isso passa a valer, o que torna mais flexível para funcionários e donos de negócio definirem o formato de contratação mais vantajoso para ambos. Por outro lado, aumenta o compromisso do empreendedor em fazer as contas e encontrar, de fato, a melhor situação também pelo ponto de vista econômico.
Terceirização
A nova legislação permite que as empresas terceirizem, inclusive, a sua atividade-fim, o que era vedado anteriormente. Isso abre a oportunidade de buscar prestadores de serviços sem que seja preciso contratá-los como funcionários. Nesses casos, o custo com obrigações trabalhistas fica a cargo das empresas às quais eles são vinculados.
Contribuição Sindical
Outra mudança relevante é a contribuição sindical que se tornou opcional, podendo ser descontado em folha de pagamento somente mediante autorização do funcionário.
Incidência de Encargos e Impostos
Por fim, mais uma mudança que pode impactar no cálculo de folha de pagamento do colaborador é quando ele recebe gratificações, comissões e afins, conforme Art. 457 da CLT.
Antes da reforma, esses valores acima citados, caso ultrapassassem 50% do salário, sofriam desconto de INSS, FGTS e IRRF. Após as mudanças, não há mais incidência desses encargos.
Planilha de custo de funcionário Excel grátis
Para quem está começando a fazer o controle dos custos dos funcionários, uma planilha pode ajudar bastante. Mas montar uma do zero não é tão simples: para te ajudar, desenvolvemos um modelo pronto!
Usar a sua planilha de custo de funcionário é super fácil. Basta colocar o valor do salário-base do seu colaborador e, automaticamente, ela mostrará os custos que a empresa terá. A exceção são os benefícios que dependem de acordo coletivo, como auxílio refeição e plano de saúde. Caso possua os valores, você pode adicionar no campo específico.
Para fazer o download do material, basta clicar na imagem abaixo: dados solicitados pelo formulário.
Gerencie todos os custos com uma plataforma de gestão integrada
Uma empresa tem muitos outros custos além dos colaboradores. No início, a planilha pode até ajudar quem está começando a fazer este controle.
Porém, à medida que o negócio cresce, é indispensável contar com uma forma de controle financeiro mais eficiente. Sabe quem pode te ajudar? A Conta Azul Pro!
Trata-se de uma plataforma de gestão integrada, que facilita o monitoramento do estoque, financeiro, fluxo de caixa e das vendas. Com poucos cliques, você tem acesso às informações mais importantes do seu negócio, sem precisar de outras pessoas.
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