Gestão do Negócio

Saiba o que é cooperativismo e como crescer a partir dele

Vinicius Roveda Vinicius Roveda | Atualizado em: 07/07/2023 | 6 mins de leitura | ← voltar

Vale estudar o que é cooperativismo

Você já pensou em abrir ou se juntar a uma cooperativa? Ou sequer saber o que é cooperativismo? Neste artigo, vamos explicar o conceito e apresentar como essa pode ser uma boa oportunidade tanto para empreender como para se juntar a um negócio já existente.

O que é cooperativismo?

Uma visão diferente de mercado, colaborativa, onde um membro aproveita a experiência do outro para evoluir e solucionar seus problemas. Quando você se pergunta o que é cooperativismo, essa bem que poderia ser a definição, já que nele todos doam e todos recebem. Mas vamos aplicá-la ao empreendedorismo?

Conforme o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), uma cooperativa é uma organização formada por membros de um mesmo grupo econômico ou social, com o objetivo de desempenhar determinada atividade em benefício comum.

Ainda segundo a entidade, são três as premissas básicas do modelo:

  • Identidade de propósitos e interesses
  • Ação conjunta, voluntária e objetiva para coordenação de contribuição e serviços
  • Obtenção de resultado útil e comum a todos.

Interessante ainda observar que há 13 ramos de atuação no cooperativismo, conforme estabelece a Organização das Cooperativas Brasileiras:

  • Consumo
  • Trabalho
  • Educacionais
  • Transporte
  • Agropecuário
  • Saúde
  • Crédito
  • Habitação
  • Produção
  • Especial (voltada a portadores de necessidades especiais)
  • Infraestrutura
  • Mineral
  • Turismo e lazer.

Todos os ramos são passíveis de investimentos por empreendedores, mas alguns se destacam. No consumo, por exemplo, a ideia é a realização de compras conjuntas, garantindo preços mais baixos e melhores condições de pagamento.

Nas cooperativas de trabalho, ocorre a união de profissionais que antes eram autônomos. No transporte, ocorre a prestação de serviços de transporte de cargas e passageiros. Já na agropecuárias, que é um dos setores mais tradicionais do cooperativismo, todo o tipo de atividade rural, agropastoril e de pesca segue o modelo.

Como posso me beneficiar do cooperativismo?

Agora que já sabe o que é cooperativismo, você pode estar se perguntando como aderir e se beneficiar dele enquanto empreendedor. Há várias formas de explorar suas vantagens, mas talvez a principal delas esteja em se tornar mais competitivo.

Entre os pequenos negócios, esse pode ser um modelo decisivo para a manutenção de empresas e também para o seu crescimento. O raciocínio é simples: enquanto sozinhas, se torna bem mais difícil a elas acessar desde inovações tecnológicas até serviços financeiros.

Além disso, a história mostra que a união de forças entre empreendedores de pequeno porte deu origem a grandes empreendimentos no país. Muitos deles cresceram e alcançaram o sucesso a partir de benefícios como estes:

  • Controle e gestão democráticos
  • Maior poder de compras
  • Maior capacidade de negociação
  • Compartilhamento de recursos
  • Combinação de competências
  • Divisão de custos em pesquisas e investimentos
  • Oferta de produtos com qualidade superior.

Como participar de uma cooperativa?

A adesão ao cooperativismo pode se dar, basicamente, a partir da formação de uma nova organização ou ao se juntar a uma sociedade do tipo já existente.

Nesse segundo caso, um dos melhores exemplos são as cooperativas de consumo na modalidade aberta. Elas admitem como cooperados qualquer pessoa que queira se associar, não importa qual seja a atividade desenvolvida.

Seu objetivo, como já destacamos, é o de criar condições mais vantajosas de compras coletivas. Além da diminuição nos valores pagos pelos produtos adquiridos, pode haver prioridade de compra junto aos fornecedores para obtenção de itens de qualidade.

Mas preste atenção no que acabamos de citar: essas empresas admitem como cooperativados pessoas físicas, não jurídicas. Ou seja, não se pode confundir o modelo com uma fusão de empresas para criar um negócio de maior porte.

Apesar disso, a Lei nº 5.764/71, que define a Política Nacional de Cooperativismo, estabelece que, além do número mínimo de 20 pessoas físicas, as cooperativas podem, excepcionalmente, permitir a admissão de pessoas jurídicas.

Características de uma cooperativa

Seja para montar ou se juntar a uma cooperativa, é importante saber quais são as características desse modelo de negócio e no que ele se diferencia das demais empresas. Veja as principais delas:

  • É uma sociedade de pessoas com personalidade jurídica
  • O capital social é variável, pode ser dispensado e é limitado ao maior salário mínimo do país
  • Nenhum associado pode ter mais de ⅓ das cotas partes
  • Terceiros não podem participar do capital social, ainda que por herança
  • Cada sócio tem direito a apenas um voto nas deliberações
  • Lucros são distribuídos de forma proporcional ao valor das operações de cada sócio
  • Responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada
  • Sua contratação se dá por contrato de prestação de serviços
  • Possui número ilimitado de associados
  • Não está prevista falência, mas dissolução
  • É obrigatória a criação de dois fundos de reserva: para reparar perdas (10%) e para assistir cooperados e familiares (5%).

O que é necessário para a cooperativa dar certo

O primeiro passo na organização de uma cooperativa é avaliar se esse modelo é mesmo o mais indicado para os seus objetivos e dos demais associados. Em caso positivo, é preciso verificar se já não há uma empresa nesses moldes na sua comunidade ou proximidades. Nesse caso, em vez de fundar uma nova, é indicado se juntar a uma já existente.

Ao reunir os interessados na criação da cooperativa, a próxima etapa visa garantir que, juntos, possam reunir o capital necessário para viabilizar a proposta de negócio. Antes, porém, cabe analisar se haverá operações em volume suficiente para que haja benefícios aos cooperados.

Outro ponto que não pode ficar de fora é o comprometimento com a empresa que está sendo criada. Não basta o esforço inicial, tanto de mão de obra quanto financeiro: é preciso que ele ocorra em tempo integral para manter a cooperativa funcionando.

Não podemos esquecer, ainda, de um aspecto que se revela essencial para todo e qualquer tipo de negócio: existem ou não interessados para o que a cooperativa pretende oferecer? Perceba aí como é importante realizar uma pesquisa de mercado, somada a um estudo de viabilidade econômica, para encontrar as respostas que precisa.

Cumpridas todas as etapas de formalização de uma empresa do tipo, é necessário garantir o envolvimento dos associados. Muitas vezes, os desafios de manutenção de uma cooperativa se concentram na dificuldade que pessoa têm para trabalhar em conjunto.

Agora que você sabe o que é cooperativismo, deixe claro aos futuros parceiros quais são os deveres e direitos de cada um. E não se esqueça de desestimular aqueles que veem esse tipo de negócio apenas como uma estratégia para reduzir encargos trabalhistas e previdenciários.

Pense sobre o cooperativismo

Cooperativismo não é apenas um modelo de negócio, mas uma forma de organizar a operação, de ver o trabalho a partir da sua colaboração individual para alcançar benefícios coletivos.

Agora que já sabe o que é cooperativismo, se gostar da proposta, busque ampliar seus conhecimentos, pensar e estudar o assunto, para ter a certeza de que esse é o caminho mais adequado às suas pretensões.

Se assim for, não deixe de buscar todo o auxílio, tanto através do suporte de um contador como do próprio Sebrae, que oferece cursos e consultoria aos empreendedores. 

E você, o que acha da ideia de apostar no cooperativismo para empreender? Comente!

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