Controle Financeiro

Capital de giro: como calcular e gerenciar a reserva do seu negócio

Equipe Conta Azul Equipe Conta Azul | Atualizado em: 26/01/2024 | 15 mins de leitura

Sobre o que estamos falando?

  • Para que um negócio sobreviva de maneira saudável e sem dívidas é necessário ter capital de giro;

  • Trata-se do valor necessário para pagar as contas de um determinado período (geralmente um mês), sem prejudicar a operação da empresa;

  • Você pode facilitar todo esse processo usando a plataforma de gestão completa da Conta Azul. Teste grátis agora! 

Experimente grátis a Conta Azul!

 

 

Toda empresa já passou por momentos em que os gastos são mais altos do que os ganhos. No entanto, isso é normal, desde que você tenha dinheiro para manter o negócio funcionando e as contas pagas enquanto não recebe pelo que vendeu. Nessas horas, é o capital de giro que mantém as portas abertas. 

Trata-se do valor que você precisa ter em reserva para quitar as obrigações financeiras dentro de um espaço de tempo. Porém, para fazer os cálculos, não basta somar todas as despesas. Isso porque outros aspectos são levados em consideração, como os ativos e passivos do negócio. 

Não entende muito do assunto mas sabe que precisa ter o capital de giro? Então continue lendo para descobrir como calcular e gerenciar este valor da melhor forma possível. Boa leitura! 

Capital de giro

O que é capital de giro?

O capital de giro é a reserva que a empresa precisa para funcionar de forma saudável. Isso significa manter a qualidade de suas operações e o pagamento das despesas em dia até a entrada das receitas.  

Para um dono de uma fábrica de roupas, o capital de giro auxilia no pagamento das embalagens, fornecedores de tecido, etiquetas, equipamentos de costura e todos os outros custos. Ou seja, se para manter a fábrica de roupas é necessário ter R$1.000, ele precisa ter esse valor em caixa, independente se recebeu dos clientes ou não.

Então, se em agosto a loja vendeu R$ 2.000, é possível pagar as contas e lucrar R$ 1.000. Mas, se em setembro, ele só faturou R$ 500, precisará desembolsar mais R$ 500 para custear a operação da empresa.  

Para que o negócio se mantenha saudável financeiramente, o empreendedor precisa ter os R$ 1.000 em caixa sempre. Assim, mesmo quando não tiver recebido todos os pagamentos, conseguirá honrar com os compromissos financeiros. 

Durante esse ciclo, há recursos que entram (ativos) e outros que saem (passivos) do caixa da empresa. Mas, não se preocupe! É normal ter mais despesas do que fontes de receita em alguns momentos. 

O fundamental é ter capital de giro suficiente para bancar as contas do negócio no intervalo entre os pagamentos e recebimentos, a fim de manter o equilíbrio entre ativos e passivos

Quanto maior for o prazo para recebimento pelas vendas, maior será a demanda por dinheiro em caixa, já que a empresa precisa honrar compromissos como pagar impostos e salários e consertar equipamentos. 

Por que empresas necessitam de capital de giro? 

O capital de giro é a base financeira para sustentar qualquer empresa. 

Nesse contexto, é muito importante dispor de capital inicial, pois ele não é aplicado apenas na estrutura e no pessoal, mas também na reserva de caixa necessária para começar a operar. 

A lógica do empreendedorismo é investir primeiro para ter lucro depois. Mas, isso só é possível quando há capital disponível. 

Além de cobrir as despesas do negócio enquanto não entra o dinheiro das vendas, o capital de giro também viabiliza a venda a prazo.

Isso ocorre porque, com reserva suficiente em caixa, a empresa pode sustentar um déficit temporário de recursos. E, com os prazos de pagamento ampliados, as vendas também aumentam.

Além disso, com dinheiro em caixa, torna-se mais fácil aproveitar a sazonalidade para antecipar investimentos e compensar o valor com as futuras vendas.

Do contrário, a continuidade das operações é comprometida – ou mesmo interrompida. A empresa também pode deixar de aproveitar boas oportunidades por falta de saldo. 

Pense no caso de um hotel em uma cidade turística apenas no verão. Dificilmente, no inverno, a empresa dará lucros. Mas, com um bom controle financeiro, é possível que o capital de giro cubra os custos das épocas com menos movimento.

Por isso, saber quanto a empresa precisa ter em caixa é essencial para manter as reservas em equilíbrio, o que garante a lucratividade do negócio.

Baixe agora a planilha de controle financeiro empresarial gratuita!

Capital de giro x capital de giro líquido

Antes de entender o que é o que é capital de giro líquido (CGL), é necessário compreender os conceitos de:

  • Ativo circulante: é todo bem ou capital que a empresa já tem ou deve receber em curto prazo (no máximo um ano), como dinheiro em caixa e na conta bancária, aplicações financeiras, duplicatas, contas a receber e itens em estoque;

  • Passivo circulante: é toda dívida ou obrigação que a empresa deve pagar em até um ano, como contas a pagar, boletos de fornecedores, folha de pagamento, impostos, empréstimos etc.

Dessa forma, enquanto o capital de giro se restringe às movimentações operacionais do negócio, o capital de giro líquido considera todos os ativos e passivos de curto prazo. 

O que, na prática, acaba sendo utilizado como um indicador de liquidez, que diz respeito à capacidade financeira da empresa de pagar as suas contas em dia. 

O cálculo padrão do capital de giro não inclui ativos como aplicações financeiras e saldo atual em caixa, nem empréstimos tomados pelo negócio.

Já o CGL leva em conta todas as entradas e saídas – e não somente aquelas diretamente relacionadas às operações, como contas a pagar e a receber. 

Por isso, o CGL também é chamado de capital circulante líquido e corresponde ao valor que a empresa precisa para honrar todos os seus compromissos financeiros a curto prazo. 

Logo, o capital de giro líquido é o indicador mais seguro para calcular se um negócio tem como arcar com suas despesas imediatas ou não. 

Como calcular a necessidade de capital de giro?

Na maioria das vezes, os gastos vêm antes dos ganhos, por isso todo empreendedor deve calcular a sua necessidade de capital de giro. Assim, é possível saber exatamente o quanto é preciso ter de reserva.. 

Este valor varia conforme o ciclo da empresa. Portanto, quanto mais longo for o prazo de recebimento, mais dinheiro você deve possuir  em caixa. 

Como o objetivo é saber agir rapidamente quando é detectada uma insuficiência de recursos, o cálculo do capital de giro deve fazer parte da rotina do negócio.

Tudo começa com o levantamento e a separação dos custos fixos — aqueles que, se não forem cobertos, impossibilitam a própria existência do negócio, como folha de pagamento, custo de veículos, aluguéis e contas de água, luz e internet.

Somadas essas despesas, é hora de saber o quanto você precisa vender para que elas sejam quitadas e permitam a geração de lucro. E, para isso, você pode usar a margem de contribuição

Lembrando que quem trabalha com estoques precisa incluir esse ativo na conta e, se for calcular o CGL, deve considerar também empréstimos, aplicações, impostos a recuperar etc.

De modo geral, o valor da reserva deve corresponder a até 60% do total de ativos. Assim, se você ainda está se perguntando como calcular o capital de giro, basta usar a fórmula abaixo:

 Capital de Giro Líquido (CGL) = Ativos Circulantes (AC) – Passivos Circulantes (PC

Vamos supor que a sua empresa tenha o seguinte cenário no fim do mês:

  • Ativos circulantes: R$ 500 em caixa, R$ 2.600 no banco, R$ 20.000 em contas a receber das vendas e R$ 4.000 em estoque;

  • Passivos circulantes: R$4.500 para pagar aos fornecedores, R$600 de aluguel, R$300 de contas de consumo, R$500 de parcela de empréstimo, R$300 em impostos e R$6.000 em folha de pagamento.

Nesse caso, o cálculo ficaria assim:

R$ 27.100 – R$ 12.200 = R$14.900,00

Logo, a reserva necessária em caixa para garantir os compromissos da empresa mensalmente é de R$14.900. Esse dinheiro serve para manter as operações com folga e financiar as atividades do negócio. 

Como vimos, o CGL considera todos os ativos e passivos de curto prazo. Porém, também é possível utilizar a fórmula simplificada abaixo, com foco no ciclo operacional financeiro da empresa e que inclui apenas estoque, contas a pagar e a receber: 

Capital de Giro (CG) = Valor das Contas a Receber (VCR) + Valor em Estoque (VE) – Valor das Contas a Pagar (VCP)

No exemplo acima, seriam consideradas apenas as contas a receber (R$20.000) e as contas a pagar em geral:

  • Fornecedores: R$ 4.500
  • Aluguel: R$ 600
  • Contas de consumo:  R$ 300
  • Folha de pagamento: R$ 6.000
  • Impostos: R$ 300

Logo, o cálculo ficaria:

R$ 20.000 + R$ 4.000 – (R$ 4.500 + R$ 600 + R$ 300 + R$ 6.000 + R$ 300)

R$ 24.000 – R$ 11.700 = R$ 12.300

Como você pode ver, o cálculo simplificado mostra um resultado um pouco abaixo do CGL. Apesar disso, ele ainda é compatível com a necessidade média de capital de giro mensal do negócio.

Como gerenciar o capital de giro?

Os principais objetivos de uma boa gestão do capital de giro são:

  • Manter as reservas em equilíbrio para sustentar as operações do negócio;

  • Evitar a necessidade de recorrer a capital externo (como empréstimos de bancos).

Para alcançá-los, é preciso gerenciar o dinheiro de forma cuidadosa e se atentar a um fato importante: há períodos em que se vende mais e outros menos. Por isso, a gestão financeira do capital de giro acaba sendo um ponto crítico do negócio. 

Imagine que a empresa do exemplo anterior conseguiu manter a reserva de R$ 12.600 durante 6 meses, mas que, no sétimo mês, as vendas caíram 30%.

Nesse caso, para que a meta de capital de giro seja mantida, o gestor precisa tomar medidas de contenção de gastos para evitar a perda das reservas. 

Porém, não basta calcular a sobra de todo mês. Também é preciso reavaliar as receitas e despesas continuamente para que os ajustes mantenham a margem necessária para o ciclo do giro. 

Principais estratégias

Em resumo, a principal estratégia para manter as reservas da empresa é a redução de custos, que pode ser alcançada com as seguintes ações:

  • Renegociar os juros cobrados por empréstimos junto às instituições financeiras;

  • Controlar a inadimplência e ter um bom processo de cobrança, para garantir que as compras a prazo sejam pagas;

  • Ajustar o recebimento de mercadorias com fornecedores, de maneira que eles sejam vendidos rapidamente, evitando  o acúmulo de estoque;

  • Revisar anualmente contratos, seja com fornecedores, clientes e bancos, a fim de localizar os pontos a serem renegociados e custos a serem reduzidos.

Além disso, é importante implementar estratégias de vendas para não deixar produtos parados em estoque e evitar o “represamento” dos ganhos. 

Para mais dicas de gerenciamento na prática, confira nossos artigos sobre gestão de capital de giro para empresas e administração de capital de giro.

5 dicas para gerenciar o capital de giro

Antes de tudo, é necessário um bom planejamento para gerenciar todos os gastos da empresa, assim como a entrada de dinheiro previsto. 

Para ajudar os empreendedores nesse processo, separamos algumas dicas sobre como fazer uma boa gestão do capital de giro. Veja quais são elas: 

1. Identifique e corte gastos desnecessários

É muito importante que você descubra quais gastos podem ser reduzidos – ou até mesmo cortados. Porém, é necessário ter cuidado para não prejudicar a operação e a qualidade do que é oferecido aos seus clientes. Os cortes devem ser realizados em setores que não afetem a operação do negócio.

2. Tenha disciplina

Outro ponto fundamental é não utilizar o capital de giro para cobrir alguma despesa e deixar de repor a quantia quando tiver o dinheiro.

Apesar de algo simples, esse pode ser o começo da ruína financeira do seu negócio.  Portanto, seja criterioso com o seu controle do capital de giro e evite riscos futuros.

3. Negocie com fornecedores e clientes

Seja solicitando descontos para pagamentos à vista ou aumentos de prazos, negocie com seus fornecedores. Já com os clientes, tente ao máximo reduzir os financiamentos, mesmo sendo algo difícil. Uma dica aqui é oferecer valores mais atrativos à vista. 

4. Antecipe pagamentos a receber

Para que você tenha mais dinheiro em caixa, outra alternativa é buscar instituições financeiras que ofereçam a antecipação de recebíveis.

No entanto, é preciso tomar cuidado! Em alguns casos, a taxa de juros cobrada pode ser muito alta e não vale a pena.

5. Se necessário, faça um empréstimo

O empréstimo, às vezes, é visto como vilão por muitos empreendedores. Porém, se você estiver precisando de dinheiro para capital de giro e tiver dívidas, optar por essa linha de crédito pode ser interessante. 

Mas fique atento para isso não se tornar uma regra! Afinal, os empréstimos devem ser feitos apenas como última alternativa, visto que apresentam altas taxas de juros.

Capital de giro

Capital de giro e autofinanciamento

Como vimos, um dos principais objetivos da gestão é reduzir ao máximo a necessidade de capital de terceiros, evitando assim a cobrança de juros e o aumento de custos.

Nesse contexto, o cenário ideal é sempre o autofinanciamento, ou seja, a capacidade de aplicar apenas recursos próprios na operação da empresa para um bom controle financeiro.

Quando a situação aperta, o empreendedor procura linhas de crédito para financiar seu capital de giro, que costumam ter taxas menores e condições especiais nos bancos.

Mesmo assim, esses empréstimos são formas de endividamento que, quando não são bem gerenciadas, prejudicam a lucratividade do negócio.

Logo, é mais vantajoso se autofinanciar com o capital de giro, pois você não precisa recorrer ao dinheiro de terceiros e pode reinvestir o que sobrar no negócio, em vez de pagar juros e prestações. 

No mercado, existem startups que praticam o chamado bootstrapping. Este é o ato de lançar a empresa apenas com recursos próprios, sem depender do dinheiro de investidores e aceleradoras, como ocorre normalmente.

É um caminho mais difícil e o crescimento pode ser mais lento, mas vale a pena não ter que dividir os lucros quando o negócio dá certo. 

Então, se você tiver essa possibilidade, opere com capital próprio e construa um negócio autossustentável.

Baixe agora a nossa planilha de contas a pagar para sua empresa

Receita recorrente: qual o impacto no capital de giro?

A receita recorrente se dá quando o cliente tem a possibilidade de realizar o pagamento de um produto ou serviço através de mensalidades, como em planos por assinatura.

Esse formato de pagamento permite que a empresa tenha maior controle do seu capital de giro, já que é possível prever quanto receberá em determinado período. Ou seja, é um capital previsível que pode impulsionar o fluxo de caixa e dar estabilidade financeira à empresa.

Vale destacar que os benefícios da receita recorrente não são sentidos apenas no seu negócio: o cliente também se beneficia.

Além de reduzir a taxa de inadimplência, que pode chegar a 0% pelo cartão de crédito, também permite que os consumidores organizem melhor o seu orçamento.

E quando se tem um sistema para apoiar esse processo, os custos com cobranças são menores. Afinal, não é necessário uma equipe inteira para cobrar os inadimplentes, que são avisados automaticamente.

Saiba mais sobre receitas recorrentes aqui!

Capital de giro

Gerencie seu capital de giro com a Conta Azul

Como você viu, são muitos os detalhes que envolvem a gestão financeira de uma empresa. Então, para se organizar melhor, a tecnologia pode ajudar. Afinal, papel, caneta e planilhas são úteis apenas quando o negócio está iniciando e  tem poucas transações. 

À medida que a empresa cresce, é indispensável automatizar os processos financeiros para economizar tempo e reduzir os erros manuais e o retrabalho. 

A Conta Azul Pro é uma plataforma de gestão integrada, completa e fácil de usar, perfeita para quem está no mercado ou começando agora. Com ela:

  • Acompanhe de perto o fluxo de caixa e obtenha relatórios diários, mensais e anuais para tomar melhores decisões;

  • Controle seus recebimentos e suas vendas e não se perca no extrato bancário;

  • Gerencie clientes inadimplentes e otimize de vez o seu processo de cobrança;

  • Monitore suas contas a pagar e analise a fundo custos e despesas do negócio;

  • Calcule o prazo médio de pagamento e recebimento dos seus produtos;

  • Compartilhe as informações financeiras automaticamente com o contador, sem precisar de malotes;

  • Tenha acesso a relatórios completos sobre as movimentações financeiras da empresa, como DRE Gerencial, análise de pagamentos e recebimentos, giro de estoque e posição de contas.

Assim, a partir dos dados que nosso ERP online gera, o empreendedor só precisa calcular a necessidade de capital de giro da sua empresa e reavaliar as metas mês a mês.

Além disso, com o Aplicativo Conta Azul de Bolso, é possível acompanhar as vendas, os recebimentos, fluxo de caixa e estoque em tempo real pelo seu celular. 

Que tal aproveitar um teste gratuito na Conta Azul? Clique aqui e comece agora mesmo!

Leia mais

Leia também