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Mercado e academia: como funciona uma empresa júnior

Vinicius Roveda Vinicius Roveda | Atualizado em: 07/07/2023 | 4 mins de leitura | ← voltar

Mercado e academia: como funciona uma empresa júnior

Teoria e prática são elementos essenciais na formação de todo profissional, mas a verdade é que nem sempre os estudantes universitários conseguem adquirir a experiência necessária para se lançar no mercado. Foi exatamente para suprir essa necessidade que surgiram as empresas juniores. Com elas, os alunos podem adquirir mais experiências ao vivenciar de perto a rotina de uma empresa, além de oferecer um ambiente mais propício para inovação e beneficiar diversos setores da sociedade. Por isso, hoje vamos explicar melhor como funciona uma empresa júnior.

A ideia teve origem na França, em 1967, quando foi criada a Junior ESSEC Conseil, uma entidade estudantil que permitia aos alunos da ESSEC (sigla francesa que corresponde à Escola Superior de Ciências Econômicas e Comerciais) praticarem os conhecimentos adquiridos em sala de aula. De modo geral, é uma espécie de estágio sem que seja necessário sair da universidade e os orientadores são professores experientes e especialistas em diversas áreas de interesse. Assim, também é uma forma de aproximação entre a academia e o mercado, sendo positivo para a elaboração de soluções inovadoras e criativas.

Hoje o Brasil é um dos principais países no mundo em relação ao número de empresas juniores, segundo a Confederação Brasileira de Empresas Juniores. De acordo com a instituição, são mais de 310 empreendimentos desse tipo no país e mais de 11 mil empresários juniores em todas as regiões que, juntos, executam cerca de 2,8 mil projetos por ano.

Mas como funciona uma empresa júnior exatamente?

O corpo do empreendimento é formado por estudantes universitários ligados a um ou mais cursos de graduação. A administração das áreas (presidência, gestão financeira e de marketing, por exemplo) é feita totalmente pelos alunos, mas conta com o apoio e o respaldo da universidade. É aí que entram os professores: eles acompanham as atividades e orientam constantemente os jovens empresários, aumentando a qualidade dos projetos e garantindo o bom funcionamento da empresa. A empresa é formada por uma estrutura hierárquica com presidente, vice-presidente e diretores, eleitos anualmente ou semestralmente de acordo com os procedimentos internos.

Todos os universitários podem integrar o quadro de uma empresa júnior. Os interessados passam por um processo seletivo e os escolhidos são aqueles que demonstram mais capacidade de aprender e de contribuir com o desenvolvimento do negócio, assim como em uma organização tradicional. Os estudantes montam o horário de trabalho de acordo com a demanda e precisam cumprir um determinado número de horas semanais. Assim, os projetos são desenvolvidos nos períodos extraclasse e adaptados ao tempo de cada um.

As tarefas são apoiadas em uma visão acadêmica, permitindo elaborar consultorias, protótipos de novos produtos, estratégias de gestão e marketing ou pesquisas sobre o mercado de atuação com maior eficácia.

Quais são os benefícios de contratar uma empresa júnior?

Além de ajudar no crescimento profissional dos estudantes, esses empreendimentos são importantes para a própria comunidade onde estão inseridos, pois oferecem serviços em diferentes áreas para a população. Como exemplo, podemos citar as consultorias em direito e em contabilidade que ajudam inúmeras pessoas. Além disso, são alternativas mais acessíveis para micro e pequenos empreendedores adquirirem serviços de qualidade a um custo mais acessível, estimulando o empreendedorismo na região e ajudando as empresários a se desenvolverem e conquistarem seu espaço.

Inclusive, essa parceria entre projetos universitários e o mercado é outra vantagem a ser apontada, pois facilita a criação de projetos inovadores. A união da teoria com a prática estimula a criação de novas ideias, proporcionando uma importante vantagem competitiva no caso das empresa. E como isso acontece? As necessidades corporativas são observadas e, por meio dos conhecimentos teóricos, procura-se desenvolver as soluções mais apropriadas.

Trata-se portanto de um benefício mútuo: tanto empreendedor quanto universitários saem ganhando nessa experiência. Ao contratar empresas juniores você ajuda o desenvolvimento pessoal e profissional de alunos da graduação, enquanto seus negócios crescem com projetos de excelência elaborados sob orientação de especialistas.

As empresas juniores também são um importante instrumento para o empreendedorismo jovem, pois podem ser o primeiro passo para que os estudantes iniciem um negócio fora da universidade. Eles podem usar a experiência adquirida para montar uma nova empresa ou, até mesmo, dar continuidade à ideia já iniciada no ambiente acadêmico.

Gostou desta iniciativa? Então informe-se sobre a existência dessas empresas na sua cidade ou região e procure conhecer o trabalho delas. Quem sabe você não encontra uma nova oportunidade de negócio ou um grande parceiro para o seu empreendimento. E se já tiver algum experiência com o assunto, conte pra gente ali nos comentários!

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