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[Guia] Gestão familiar: fuja das armadilhas e alcance o sucesso

Marcio Roberto Andrade Marcio Roberto Andrade | Atualizado em: 01/12/2023 | 6 mins de leitura

Gestão familiar: veja como fugir das armadilhas e ter sucesso no empreendimento

Empreender com pessoas de total confiança ao seu lado é certamente um diferencial. Não por acaso, quando pais e filhos trabalham juntos e motivados, o sucesso parece mais próximo. Mas a gestão de empresa familiar tem desafios muito particulares. E conhecer os obstáculos é o primeiro passo para superá-los.

O que caracteriza uma empresa familiar

Pesquisas realizadas desde a década passada indicam que, no Brasil, mais de 90% das empresas têm gestão familiar. Histórias bem-sucedidas não faltam, incluindo negócios que já ultrapassaram os 100 anos de vida nesse modelo.

Mas não se trata exatamente de uma receita infalível. Quando falta equilíbrio na gestão de empresa familiar, os conflitos afloram e o resultado disso aparece de forma clara no processo sucessório. Quando chega a hora de o fundador passar o bastão, menos da metade dos negócios sobrevivem. Já aqueles que alcançam uma eventual terceira geração são ainda mais raros.

Antes de entender por que isso acontece, é válido conhecer melhor o que caracteriza uma empresa familiar. Há diferentes formas de categorização desse tipo de negócio, mas aqui vamos nos fixar em três formatos básicos de organização:

  • Empresas tradicionais: caracterizada pelo capital fechado e controle total da família sobre os negócios, tanto administrativo quanto financeiro.
  • Empresas híbridas: embora o controle de capital ainda seja exercido pela família, há participação de terceiros na administração, como gestores especializados.
  • Empresas de influência familiar: o controle familiar é apenas estratégico, distanciando-se das decisões financeiras e administrativas, que são conduzidas por acionistas, em sua maioria formados por terceiros.

Vantagens e desvantagens do modelo

Como qualquer tipo de negócio, uma empresa familiar tem pontos fortes e fracos na comparação com os demais. Entre as vantagens, é natural que haja interesse e motivação em alcançar um objetivo comum, mas não é apenas isso.

A estrutura organizacional é mais simples e enxuta, tendo ainda um comando centralizado, o que traz reflexos positivos na comunicação interna e mais flexibilidade para a tomada de decisões.

Não se pode esquecer também que a gestão desse tipo de negócio possui uma visão no longo prazo. Com isso, as ações não são pensadas apenas pelos seus resultados imediatos, mas consideram o futuro da empresa, já se preparando para o que ficará sob a responsabilidade dos herdeiros.

Falamos das vantagens, mas não podemos esquecer dos pontos negativos de uma empresa familiar. Esse é um negócio no qual cargos podem ser ocupados mais facilmente por profissionais sem a devida qualificação. Ou seja, só estão ali por serem parentes de alguém. Não custa lembrar que a inabilidade é um atalho para erros que podem prejudicar bastante a gestão financeira.

Outras problemas que se repetem com maior frequência nesse formato empresarial são aqueles trazidos pelo convívio. Afinal, as pessoas acabam passando muito mais tempo juntas, tanto em casa quanto no ambiente de trabalho. Dessa forma, o conflito é levado de um lado a outro, trazendo prejuízos tanto para a administração quanto para o lado familiar.

Como melhorar a gestão de empresa familiar

Falamos sobre como desentendimentos podem trazer prejuízos para o negócio e para o próprio relacionamento entre os parentes e colegas de trabalho. É importante entender que esse problema é a causa de vários outros desafios na gestão de empresa familiar.

No dia a dia, brigas, discordâncias e mesmo a rivalidade entre familiares podem se sobrepor às melhores práticas de controle financeiro, acarretando no mau uso dos recursos e atrapalhando o monitorando de receitas e despesas.

Se você está pensando que esse é um comportamento pouco profissional, acertou. Mas é importante entender que, nesses casos, as pessoas muitas vezes agem emocionalmente e desconsideram aspectos racionais.

Os desvios contábeis, quando ocorrem, podem não ser intencionais, mas fruto da incapacidade de gestão, da adoção de meios de controle inadequados ou da ausência deles. Se há clareza nas ações e processos, as suspeitas quanto a possíveis atos desonestos se tornam mais raras. Nesse sentido, pode ser útil envolver na administração um terceiro que não seja da família.

Outra palavra-chave quando se fala em qualificar a gestão é comunicação. Quando se busca diálogo e transparência, ainda que uma situação pessoal prejudique o convívio, ficará mais fácil distanciá-la do âmbito profissional.

Como proceder com a sucessão

Quando se fala em conflitos, o processo sucessório costuma ser o mais afetado por esse tipo de situação. Afinal, quem irá ocupar o posto de comando da empresa? E o que caberá aos demais herdeiros? Como garantir que a empresa sobreviva e cresça nessa nova fase?

Todas as respostas devem estar previstas em um planejamento estratégico, que deve ser iniciado muito antes de a troca de gerações efetivamente ocorrer. A ideia é que ele seja bastante abrangente, pensando em todos os detalhes, da escolha do sucesso à sua preparação, do desenvolvimento de lideranças à política organizacional.

Assim como em outras decisões relacionadas à gestão de uma empresa familiar, para a sucessão, uma solução interessante é buscar um profissional especializado no mercado, cujo conhecimento e experiência possam agregar valor ao negócio.

Aqui, mais uma vez, vale a racionalidade. É claro que o fundador de uma empresa gostaria de ver seu filho no comando, mas se ele não foi devidamente preparado para o desafio e não possui as habilidades e capacidades necessárias, por que arriscar a continuidade do negócio colocando-o na linha de frente?

Não se trata, no entanto, de terceirizar integralmente a gestão. O herdeiro (ou os herdeiros) pode e deve atuar junto a esse novo administrador, sendo o elo familiar na direção da empresa, enquanto se prepara efetivamente para assumir uma postura mais executiva, fazendo cursos e adquirindo conhecimento.

Guia traz respostas para a gestão familiar

Abordamos neste artigo algumas das características de uma empresa familiar e também seus desafios comuns. Se você se interessou pelo tema e gostaria de obter mais informações, não deixe de conferir o guia que a ContaAzul preparou para você sobre o assunto.

O material é grátis e pode ser baixado logo abaixo. Ele traz uma visão completa sobre todos os tópicos aqui abordados, permitindo a você descobrir como manter o crescimento dos negócios em todas as suas etapas e auxiliando a enfrentar os obstáculos, a evitar as armadilhas e a alcançar o sucesso.

Você também tem uma dica sobre a gestão de empresa familiar ou talvez uma dúvida? Comente!

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