Gestão do Negócio

Empresa prestadora de serviços: como abrir e dar os primeiros passos

Equipe Conta Azul Equipe Conta Azul | Atualizado em: 26/01/2024 | 16 mins de leitura

Sobre o que estamos falando?

  • Empresas prestadoras de serviço são aquelas que executam atividades, como assessoria de limpeza, banho e tosa e reparos eletrodomésticos, podendo ser contratadas por pessoas físicas ou jurídicas;
  • Entenda mais sobre as prestadoras de serviço, como abrir e formalizar uma empresa como essa e qual natureza jurídica escolher.
  • Da gestão de contratos ao envio de propostas comerciais, através do ERP da Conta Azul, as prestadoras de serviços podem gerenciar todos os processos desse tipo de negócio, emitir relatórios, NFS-e e Danfs-e.

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Abrir uma empresa prestadora de serviços pode ser um bom negócio. Especialmente se você já tem know-how em alguma área ou conta com um plano bem definido.

Uma das principais vantagens é o custo, que pode ser bastante reduzido em alguns nichos de atuação. Dependendo da empresa prestadora de serviços, não é necessário muito mais do que um computador com acesso à internet.

Ou seja, o investimento inicial, um dos maiores problemas ao abrir um negócio, pode ser menor do que em outros tipos de empresa.

Além disso, a maleabilidade dessa atividade significa, em muitos casos, que o empreendedor não precisa largar correndo o emprego atual para se dedicar ao novo negócio.

Mas não se engane: empreender dá muito, muito trabalho. E há riscos envolvidos, por mais cuidado que você tome.

Por isso, criamos um guia prático que traz dicas importantes para dar seus primeiros passos com uma empresa prestadora de serviços. Neste conteúdo, você lerá sobre:

Está pronto para tirar todas as suas dúvidas sobre empresas prestadoras de serviços? Nós sabemos: não é uma jornada fácil, mas vale a pena! Leia os tópicos a seguir e aprenda tudo a respeito.

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O que é uma empresa prestadora de serviços

Empresa prestadora de serviço é aquela que executa atividades contratadas por pessoas físicas ou jurídicas.

Nesse caso, o lucro da empresa vem exclusivamente da prestação de serviços, ou seja, da obrigação de fazer algo a alguém mediante remuneração, sem venda ou fabricação de um produto.

Esse conceito está definido pela Lei Federal 8.078/1990.

No artigo 3º, parágrafo 2º, é possível encontrar uma descrição do que é um “serviço”:

“Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista”.

Atualmente, o setor de serviços corresponde a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Exemplos de empresas prestadoras de serviços:

  • Marketing digital
  • Conserto de computadores
  • Reparos de eletrodomésticos
  • Contabilidade
  • Assessoria de imprensa
  • Banho e tosa
  • Limpeza e dedetização.

Tipos de empresas prestadoras de serviços em alta

No Brasil, algumas empresas prestadoras de serviço estão com alto potencial de expansão.

É que informa o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na pesquisa Os Negócios promissores em 2019.

O relatório especial apresenta quatro segmentos em alta:

Serviços pessoais

  • Manicure e pedicure
  • Assistência a pacientes no domicílio
  • Restaurantes
  • Cabeleireiros
  • Instalação e manutenção elétrica
  • Fotografia
  • Lavagem
  • Lubrificação
  • Polimento de veículos.

Serviços prestados às empresas

  • Apoio administrativo
  • Serviço de entregas
  • Marketing direto
  • Promoção de vendas
  • Organização de feiras, congressos e festas.

Serviços nas áreas de transporte, saúde e educação

  • Treinamento e desenvolvimento profissional
  • Transporte escolar e transporte de carga
  • Serviço de transporte privativo
  • Ensino de arte
  • Outras atividades de ensino.

Quer outras ideias?

Temos um guia com 15 negócios em alta para investir ainda neste ano.

Entre eles, estão alimentação alternativa (marmitas fit, por exemplo), desenvolvimento de aplicativos (para empresas) e serviços relacionados aos pets (banho, tosa e hospedagem, por exemplo).

Por que formalizar sua empresa de serviços?

Um ponto muito importante do qual vale falar trata-se da formalização de uma empresa de serviços. Antes de qualquer coisa, é importante dizer que essa formalização é indispensável para qualquer tipo de empresa. Mas, ainda assim, muitas seguem na informalidade e acabam tendo diversos problemas durante a vida do negócio. 

Ganhar a confiança e competitividade no mercado: esse torna-se um passo imprescindível para o empreendedor. Em muitos casos, serve até para concorrer a contratos com empresas do governo, em que há a necessidade de formalização.

Além disso, essa formalização evita possíveis problemas fiscais a médio ou longo prazo. Afinal, se o negócio passar por uma fiscalização e não estiver legalizado, provavelmente será fechado e precisará arcar com multas altas.

É o caminho para emitir notas fiscais de serviço – dever das empresas prestadoras de serviços – e estar de acordo com as licitações, por exemplo. 

Por isso, formalizar oferece muito mais oportunidades para as empresas, além de maior tranquilidade. Ter o negócio nessas condições legais é muito mais seguro para crescer e investir.

Aliás, ter acesso a linhas de crédito e soluções para empresários também exigirá esse passo. Por essa razão, você deve imaginar que uma hora ou outra a empresa acaba sentindo essa necessidade ou não evolui.

Também é importante lembrar que, em qualquer nicho de mercado, é natural que as empresas comecem a contratar cada vez mais colaboradores à medida em que vão crescendo. 

Estar formalizada permite que esses contratos sejam feitos de acordo com a lei e os funcionários tenham seus direitos e a empresa cumpra com suas obrigações. Então, quanto antes isso for feito, melhor para todos os lados! 

Em suma, também podemos citar fechamento de parcerias, melhores condições de negociar com fornecedores, obter descontos e produtos diferenciados como vantagens da empresa de serviços devidamente formalizada.

Como abrir sua empresa de serviços

Como vimos, abrir uma empresa prestadora de serviços é uma excelente alternativa para quem deseja empreender.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume do setor cresceu 0,3% no primeiro trimestre de 2019, em um momento de fraca atividade econômica no Brasil.

O IBGE informa ainda que o setor de serviços é o que mais possui empresas registradas no país.

Já em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o setor de serviços foi o carro-chefe em 2018.

O PIB brasileiro foi aquecido por empresas prestadoras de serviço como salões de beleza, imobiliárias, oficinas mecânicas, agências de turismo, escritórios de advocacia, entre outros.

Então, se você quer estar com a empresa de serviços montada para quando a economia finalmente reagir, acompanhe o roteiro a seguir.

1. Escolha o nicho de atuação

Decidido a ter sua empresa prestadora de serviços, é hora de escolher qual o segmento de atuação

Para chegar a ele, comece pensando sobre o que você sabe fazer, qual área domina, quais são suas habilidades e áreas de interesse.

Em um segundo momento, descubra se é possível ganhar dinheiro com o seu negócio.

Não esqueça de pesquisar as tendências de mercado e a concorrência. Nessa hora, vale voltar para o básico: qual é o valor que você vai entregar ao cliente?

Como você vai resolver o problema dele de forma melhor do que o seu concorrente? Se não conseguir responder a essas duas questões, não pule para o próximo tópico.

2. Monte um plano de negócios

O plano de negócios é uma ferramenta essencial para quem não quer entrar nas estatísticas de mortalidade precoce das empresas no Brasil.

De acordo com dados de 2015 do IBGE, 22,8% dos negócios não sobrevivem ao primeiro ano de funcionamento no país, enquanto 52,5% quebraram antes de completar cinco anos.

Os números são assustadores, não?

Sim, o ambiente de negócios no Brasil não é para amadores. Por isso, não seja um. Planejar seu negócio é fundamental para saber quais são os passos e a direção a seguir.

Na prática, o plano de negócios vai definir a viabilidade da sua empresa.

Nele, você vai esboçar informações como público-alvo, perspectivas de mercado, principais concorrentes, investimentos necessários, possibilidades de vendas, valores e missão, entre outros. Sem essa bússola, tudo fica mais difícil.

3. Faça o benchmarking

Observar a concorrência é um ótimo passo a ser seguido antes de abrir sua empresa prestadora de serviços.

O benchmarking é uma estratégia de gestão empresarial para alcançar resultados positivos justamente observando o que fazem os seus vizinhos.

E a técnica não serve só para seus concorrentes diretos.

Cabe também estudar possíveis empresas prestadoras de serviço que podem trabalhar em parceria com você ou, até mesmo, serem suas fornecedoras. Esse instrumento vale tanto para você saber se vale a pena investir no nicho que deseja quanto para se inspirar em ideias de sucesso.

4. Viabilize os recursos

Nicho de atuação definido, plano de negócios na mão, estudo do mercado concluído. O próximo passo é abrir a empresa prestadora de serviço, certo? Calma.

Antes, é preciso pensar em algo fundamental: a origem dos recursos financeiros. Você vai precisar de dinheiro para seu negócio sair do papel. Ao empreender, você terá uma série de obrigações comuns a qualquer empresa.

Será necessário pagar fornecedores, ter crédito para negociar prazos de pagamento, conseguir financiamento, pagar empréstimos, etc. É preciso ter capital inicial.

Caso precise de empréstimo ou financiamento, vale analisar as melhores condições para a sua empresa.

Hoje há muitas opções que fogem do tradicional, como startups que viabilizam juros menores para o pequeno empreendedor.

Mas vale reforçar: a tomada de crédito é um momento delicado, e consultar um contador é uma excelente medida.

Dessa forma, você constrói uma relação de confiança com esse profissional desde o início do negócio e pode trilhar um caminho financeiro mais seguro.

5. Comece a tirar do papel

Depois de seguir as dicas iniciais, chegou o momento de começar a concretizar seu sonho. A etapa seguinte é a da burocracia. Mas não desanime. Estamos quase lá, e não é nada tão complicado assim.

Agora é hora de registrar seu negócio na junta comercial. É o momento de formalizar sua empresa. É com o registro que sua prestadora de serviço vai nascer de fato.

Nessa etapa, é necessário reunir documentos, preencher formulários e receber o Número de Identificação do Registro de Empresa. Com ele em mãos, é possível figurar no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

O processo é relativamente simples.O CNPJ é fornecido pela Receita Federal, e tudo pode ser feito pela internet. As últimas etapas burocráticas consistem em reunir outros documentos.

Com o registro da empresa, o CNPJ e o contrato social em mãos, basta procurar a prefeitura ou uma unidade do Poupa Tempo, se houver em sua cidade. Então é só preencher mais alguns formulários e seguir as orientações necessárias

Cumprindo essa última etapa, você obtém os documentos finais, entre eles a inscrição municipal e os alvarás de licença e de funcionamento.

A partir desse último passo a sua empresa prestadora de serviço está regularizada e pode funcionar. Viu como é simples?

Mas é depois, com a empresa de serviços já aberta, que o desafio realmente começa. O primeiro passo você já deu. Está buscando informações e conhecimento para reforçar sua capacidade empreendedora e aumentar sua chance de sucesso. Agora é preciso ir além.

Qual natureza jurídica escolher? 

Em primeiro lugar, para abrir formalmente a empresa, escolha uma natureza jurídica. Isso significa popularmente o “tipo” que ela será.

Acima de tudo, entender a diferença entre eles e fazer a escolha adequada tem fundamental importância, pois isso definirá o tratamento legal que a empresa receberá.

Veja a seguir as principais para enquadramento:

1. MEI

O microempreendedor individual, ou MEI, é a modalidade mais simples de empresa, que oferece ao empreendedor muitos benefícios.

A modalidade segue o Simples Nacional, é preciso pagar uma pequena taxa por mês e pode-se ter até 1 funcionário. Contudo, o limite de faturamento (que pode ser alterado ano a ano), em 2021 não pode exceder R $130 mil no exercício anual.

Além disso, somente uma lista de atividades é permitida.

O microempreendedor cadastrado nessa natureza tem direito a aposentadoria por idade e recebimento de auxílio em casos definidos na lei, como auxílio-doença.

2. Empresa individual (Eireli) 

A empresa individual (ou Eireli) é uma natureza jurídica em que o dono do negócio tem responsabilidade limitada com as obrigações da empresa.

Ou seja, se algo acontece com a empresa, o patrimônio pessoal do proprietário não é atingido. A empresa é a responsável por seus próprios deveres.

É ideal para empresas pequenas, oferecendo baixo risco e um modelo mais simplificado.

3. Sociedade (LTDA)

A sociedade limitada (LTDA) é uma natureza jurídica mais complexa. Pode ser formada por duas ou mais pessoas e o capital social tem a divisão em quotas.

O poder de decisão dos sócios pode estar relacionado diretamente à expressividade dessas quotas.

Entre os impostos estão o imposto de renda, a contribuição social (COFINS), o PIS, o ICMS e o ISS, que podem depender dos valores movimentados.

Preciso de um espaço físico para minha empresa de prestação de serviços? 

Outra dúvida que pode surgir em quem está pensando em abrir uma empresa prestadora de serviços se há a necessidade de ter um espaço físico.

A resposta é: dependendo bastante. Em geral, toda empresa precisa, sim, estar cadastrada em algum endereço. Porém, empresas que somente prestam serviços e não trabalham com atendimento direto ou fabricação não têm que necessariamente ter um espaço próprio como seria o desses outros negócios.

Mas é importante que haja condições para realizar o serviço (exemplo: um espaço mesmo em sua residência para trabalhar, um escritório e assim por diante).

Então ao ter endereço vinculado (que pode ser a própria casa), você terá um domicílio fiscal.

Quando a empresa é aberta, uma vistoria da prefeitura pode ser feita para fiscalizar o local em que a empresa funciona, dependendo da atividade que ela exerce.

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Vai prestar serviço? Elabore um contrato! 

Por fim, o último conselho para quem vai empreender e prestar serviços é a elaboração de um contrato. Essa é uma forma de resguardar o prestador de serviço, de modo que todas as cláusulas desse trabalho estejam previstas.

A segurança não vem só de receber pelo trabalho e poder reivindicar esse direito, caso sofra problemas de inadimplência. Essa parte é, sim, muito importante, claro, para que a empresa tenha solidez financeira, maior estabilidade e não quebre.

Mas o contrato de prestação de serviços é importante para guiar a relação de modo mais tranquilo para ambos os lados. Tanto o cliente quanto a empresa conseguem ter maior clareza do que faz parte ou não do combinado.

Assim, expectativas e cobranças podem ser ajustadas de acordo com o que está previsto legalmente nesse documento. Mas ele precisa seguir boas práticas, inclusive no caso de um autônomo.

O que deve ter no seu contrato?

Veja a seguir basicamente como ele deve ser preparado e o que deve constar nele, sendo que você também pode usar um modelo:

  • Identificação das partes (quem são o contratado e o contratante)
  • Razão social
  • Duração da prestação de serviços (podendo ser renovada depois)
  • Natureza do serviço
  • Condições para realização
  • Valores a serem pagos
  • Prazos de entrega
  • Demais informações necessárias para a execução
  • Assinaturas das partes e data.

Desse modo, sempre que alguma dúvida surgir sobre o que está incluso ou não na negociação, o contrato pode ser consultado. A empresa se organiza e passa também maior profissionalismo ao cliente. Esse, por sua vez, se sente mais seguro tendo o contrato como garantia de que está tratando com uma empresa idônea.

Para alguns clientes interessados, a falta dele também pode gerar insegurança. Ou seja, ter um contrato pode ser até ponto a favor para conquistar novos clientes! 

Além disso, mais uma vez, cabe lembrar, um sistema de gestão financeira e que dê suporte à administração, é uma tecnologia que pode contribuir e muito para quem quer se estruturar desde o começo.

Que tal experimentar gratuitamente a Conta Azul e ver como um sistema de gestão pode ajudar seu negócio, mesmo que seja de pequeno porte, a se organizar, ter maior controle das informações e crescer?

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