Gestão do Negócio

Empreendedorismo na terceira idade

Vinicius Roveda Vinicius Roveda | Atualizado em: 07/07/2023 | 3 mins de leitura

Empreendedorismo na terceira idade

Hoje, no Brasil, cerca de 650 mil idosos estão atuando estrategicamente. E não é em jogos de dominó ou canastra. Calcula-se que por volta de 3,1% dos empreendedores brasileiros têm mais de 60 anos e, com o aumento na qualidade de vida, o número de empresários nesta faixa etária não vai parar de crescer.

Projeções do IBGE indicam que até 2020 teremos aproximadamente 30 milhões de pessoas na chamada melhor idade, e muitos deles não estarão em casa, vendo a banda passar. Estudo do Relatório GEM 2011 (Global Enterpreneurship Monitor’s) avalia em 21,1 milhões de pessoas o número de empreendedores (17,1% da população) no Brasil de 2010, e aponta que cerca de 1,4 milhão de empresas brasileiras em fase inicial (com até 42 meses de existência) são comandadas por pessoas entre 55 e 64 anos.

A melhor idade tem CHA

De acordo com o Sebrae, depois dos 60 anos pode ser, literalmente, a melhor idade para iniciar um novo negócio. Esses novos idosos esbanjam mais saúde e disposição do que muitos jovens e, se eles tiverem atualizado-se ao longo do tempo, a experiência e a maturidade vão garantir muitos pontos positivos para o empreendedorismo. Questões relacionadas à aposentadoria, como “O que eu vou fazer durante o dia?” podem se transformar em verdadeiros estimulantes. É possível encontrar na maturidade e na experiência de vida características essenciais ao empreendedorismo, como conhecimento (ter o saber), habilidade (saber fazer) e atitude (querer fazer), o famoso CHA.

O Sebrae aponta serviços de assessorias e consultorias como atividades comandadas frequentemente por empreendedores mais “maduros”, por se beneficiarem de conhecimento e experiências aliadas a relacionamentos pessoais e profissionais. Além dessas atividades, o Relatório GEM indica que 36% dos negócios iniciados por idosos estão relacionados à área de alimentação, 20% ao comércio varejista e 16% a atividades imobiliárias.

Qualificação

Contudo, apesar do grande impulso empreendedor, a coordenadora geral do Instituto Prosseguindo (IPROS), especialista em pesquisa e estudos sobre Empreendedorismo na Maturidade, Cláudia Soares de Oliveira acredita que esta faixa etária ainda carece de estímulos governamentais e da iniciativa privada: “É evidente a falta de políticas e programas de apoio governamental ao empreendedorismo na terceira idade, como já ocorre com o empreendedorismo voltado para os jovens no Brasil em programas como o ProJovem Trabalhador, do Ministério do Trabalho e o Jovem Empreendedor, do Sebrae”. Cláudia acredita que não existe idade para empreender, “mas sim a necessidade de desenvolvimento de uma educação empreendedora e acessível às pessoas em qualquer fase da vida”.

Separamos algumas dicas de finanças para você começar a sua empresa. Lembre-se, não importa a idade, pesquisa, estudos e conhecimento são essenciais para bons negócios.

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