Gestão do Negócio

Economia Colaborativa: Guia Para Impulsionar Sua Empresa

Gabriel Manes Gabriel Manes | Atualizado em: 07/07/2023 | 6 mins de leitura

Já ouviu falar em economia colaborativa, mas ainda não sabe como tendência vai afetar o seu negócio? Confira nosso guia completo.

Esqueça a ideia de que a economia colaborativa é uma moda passageira e de pouca rentabilidade.

A tendência aponta esse como o negócio do futuro, um investimento promissor tanto para novas empresas quanto para outras que já estão no mercado.

E como você vai ver neste artigo, a proposta está aberta a pequenos empreendedores. 

O que é economia colaborativa

Antes de pensar em empreender ou modificar políticas internas na atual empresa, é importante conhecer o conceito. A economia colaborativa, ou compartilhada, se refere a serviços que podem ser divididos e explorados temporariamente, substituindo a necessidade de aquisição de um determinado produto ou bem.

Esse é um modelo de negócio baseado no conceito de troca, de forma que todos aqueles que se envolvem nele, sejam provedores ou clientes, possam se beneficiar de forma clara.

Quer um bom exemplo? O aplicativo Uber. Nesse serviço, um usuário se cadastra como motorista e, durante seus deslocamentos, recebe por transportar outros passageiros de forma segura e confiável.

O Uber é um exemplo de crowdsourcing, que nada mais é do que um negócio que faz uso da inteligência coletiva para resolver problemas comuns (no caso em questão, oferece soluções em transporte).

Você pode dizer que o Uber é uma empresa gigante, o que é verdade. Mas não é essa a principal característica de negócios de economia colaborativa, e sim a inovação, algo que qualquer empresa deve perseguir para vencer, não importa qual seja o seu porte.

Economia compartilhada: como começar?

Se você já tem uma empresa, analise a sua cultura organizacional. Se ainda não tem, reflita sobre os futuros valores do seu negócio. Um alerta frequente de especialistas para empreendedores que desejam investir em uma estratégia colaborativa é identificar se estão preparados para isso.

De fato, a maioria das empresas no Brasil foram moldadas em um sistema bastante diferente, com o controle individualizado nas mãos do proprietário ou administrador, hierarquias claramente definidas e falta de liberdade geral. Caso seja esse o modelo que gostaria de seguir, a economia colaborativa não é para você.

Estaria disposto, por exemplo, a abrir as portas da sua empresa para receber pessoas de fora, interessadas em rever seus processos? Aceitaria se colocar ao lado e não acima desses colaboradores, com ou sem vínculo de emprego, para juntos decidirem o que deve ser feito e como isso deve acontecer?

E o que lhe parece que outros digam o que é melhor para a sua empresa? Parece um desafio e tanto, não é mesmo? Mas isso não significa desvantagem, muito pelo contrário. Um empreendedor com visão apurada identifica nessa estratégia o meio de encontrar uma solução ideal para atendimento a uma demanda do mercado.

Como é possível perceber, na economia colaborativa, é preciso ter a mente aberta e trabalhar a partir do regime de auxílio mútuo.

Estratégias de economia colaborativa para pequenas empresas

O crowdsourcing, sobre o qual falamos antes, é apenas uma das maneiras de se engajar no conceito de economia colaborativa em pequenas empresas. E é bom esclarecer que mesmo que você não tenha uma ideia de negócio tão inovadora como o Uber pode sair ganhando.

Quando você convoca parceiros para desenvolver ou qualificar um produto ou serviço, está recorrendo à inteligência coletiva em benefício da empresa e dos clientes.

A montadora Fiat, por exemplo, manteve durante algum tempo uma plataforma na qual recebia opiniões e sugestões de clientes para criar seus novos veículos. A rede de fast food McDonald’s já lançou mão da economia colaborativa para desenvolver lanches e formas de apresentação deles.

Tomando como base esses dois exemplos, vale imaginar como a sua empresa poderia se abrir ao desenvolvimento de uma ideia coletiva, algo que representasse um novo produto, um novo serviço ou o seu formato de oferta. Dá para perceber que a internet é grande parceira nesse projeto.

Outro formato a avaliar é o de substituição da venda pelo empréstimo. A proposta original do Uber, por exemplo, não era a de usuários como taxistas, fazendo do aplicativo a sua fonte de renda. A ideia era que “emprestassem” um lugar no carro enquanto se deslocavam.

Esse é o raciocínio que se aplica também a outro app, o Airbnb, que reúne pessoas que alugam quartos nas suas casas ou mesmo o imóvel por temporada.

Então, se você não vê a sua atual ou futura empresa criando a partir do esforço coletivo, quem sabe o produto que vende possa ser emprestado, experimentado e compartilhado. Ao menos se pergunte se isso é viável.

Outras estratégias de compartilhamento

Você tem alguma área ociosa na sua empresa? Que tal locar esse espaço para que outro empreendedor o utilize, ainda que nada tenha a ver com seu ramo de atuação? Ambientes de trabalho compartilhados são a base do coworking, outra estratégia de economia colaborativa.

A depender do negócio, esse tipo de interação pode trazer ainda novas ideias, fomentando a criatividade e inovação de parte a parte. Não deixa de ser uma estratégia de benchmarking interno, possibilitando observar, aprender e ajustar os próprios processos a partir daí.

E já que falamos no benchmarking, cuja característica principal é observar a concorrência, você já pensou em criar algo ao lado dela? Pode parecer impensável, mas unir esforços com aqueles que disputam o mercado com você, além de clientes e fornecedores, é o que dá asas à chamada cocriação.

Assim como em uma estratégia de crowdsourcing, aqui vale o conceito de que duas mentes (ou mais) pensam melhor do que uma. A diferença para o outro método de economia colaborativa está nas restrições impostas ao projeto, que não é aberto, mas limitado a um grupo de interessados pré-selecionado.

Mas por que você se uniria a um concorrente? Para desenvolver um produto novo, por exemplo. Lembra da importância da inovação e de como ela é uma marca do conceito de economia colaborativa? Talvez essa parceria seja fundamental para alcançar tal objetivo.

E se você tem uma ótima ideia de negócio, mas falta capital para lançá-la no mercado, pode recorrer ao crowdfunding, que nada mais é do que uma proposta de financiamento coletivo, realizado através de plataformas online.

Dessa forma, você reúne investidores que, futuramente, serão recompensados financeiramente ou terão acesso exclusivo ou prioritário ao produto ou serviço lançado.

Esteja aberto à colaboração

Seja pelo crowdfunding, crowdsourcing, cocriação, coworking ou outra forma de economia colaborativa, há a certeza de que existe mercado para iniciativas baseadas no compartilhamento e participação coletiva.

Para que a sua empresa também possa crescer a partir de propostas como a que apresentamos neste artigo, talvez só falte você estar aberto a colaborar e receber colaborações. Se o seu negócio se beneficia dessa estratégia, perca o medo e deixe que a ajuda mútua transforme seus resultados. 

Acredita que a sua empresa tem potencial para explorar a economia colaborativa? Comente!

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