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Descubra como usar as 5 forças competitivas de Porter a seu favor

Equipe Conta Azul Equipe Conta Azul | Atualizado em: 26/01/2024 | 5 mins de leitura | ← voltar

Forças competitivas de Porter: entenda

Ao gerir ou implementar um negócio, é normal querer partir logo para a ação e deixar o planejamento estratégico em segundo plano. Mas acredite: analisar com atenção o cenário ao seu redor é fundamental para o sucesso. Assim, mesmo que você já esteja com sua jornada empreendedora em curso, conhecer e aplicar as 5 forças competitivas de Porter pode levar a sua empresa a um novo patamar.

O americano Michael Porter, hoje aos 69 anos, é um dos pensadores mais influentes no campo da administração. Considerado o maior especialista mundial quando o assunto é competitividade e estratégia, já escreveu mais de 125 artigos e 19 livros ao longo de sua carreira. Atualmente, leciona na Harvard Business School (EUA).

O modelo das cinco forças competitivas foi concebido por ele em 1979 e até hoje é utilizado para uma análise minuciosa da competição entre empresas. A seguir, você vai descobrir como Porter pode ajudá-lo a superar a concorrência.

O que são as forças competitivas?

Especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela Universidade Paulista (UNIP), Caroline Gargantini explica que o modelo das cinco forças de Porter foi desenvolvido para que as companhias possam entender seus concorrentes.

Segundo Caroline, o modelo permite que o gestor saiba se posicionar no mercando considerando as cinco forças competitivas. “Elas necessitam ser detalhadamente observadas para emergir uma estratégia corporativa competente e produtiva”, destaca. 

Está na dúvida se o seu negócio pode se beneficiar dessa análise? De acordo com a especialista, qualquer empresa, independente do tamanho ou ramo de atuação, pode se beneficiar desse diagnóstico das forças competitivas para se posicionar melhor no mercado.

Conheça a cinco forças competitivas de Porter

Para que você possa compreender e aplicar as forças competitivas, verifique a seguir quais são elas e como funcionam. Quem explica é Júlio Pascoal, consultor em marketing e gestor de carreiras.

1. Rivalidade entre concorrentes


“Mesmo que muitas empresas não se sintam à vontade com a ideia de que há outras concorrentes vendendo um produto ou serviço semelhante ao seu, isso é inevitável. Principalmente porque toda demanda dever ser suprida por uma oferta – e sempre irá existir outra companhia que deslumbra conquistar também a sua fatia de mercado”, explica Pascoal.

Para superar seus rivais, é preciso entender primeiro quem são eles: onde estão e qual é o seu poder econômico e financeiro, por exemplo. O especialista indica as perguntas essenciais que você deve responder para decifrar a concorrência. São elas:

  • “Como seus concorrentes se organizam em grupos?”
  • “As marcas rivais já se consolidaram?”
  • “Seus concorrentes são admirados?”
  • “Quais as vantagens competitivas de seus concorrentes?”
  • “Como se diferenciar de seus concorrentes diretos?”.

2. Poder de negociação dos fornecedores


Esta questão diz respeito diretamente à relação que você mantém com os fornecedores da empresa. “Muitos gestores ignoram esse tópico, pois entendem que o fornecedor é um grande parceiro, exclusivo. Mas já imaginou se ele decidir vender também para um concorrente – ou, pior ainda, exclusivamente para a concorrência?”, indaga Pascoal.

É por isso que é essencial estudar bem os fornecedores, os valores praticados por cada um, os prazos de entrega e a qualidade do serviço. “Desenvolva boas redes e tenha sempre mais de uma opção para cada atividade envolvida”, resume.

3. Poder de negociação dos clientes


Assim como no caso dos fornecedores, analisar o poder de barganha dos clientes é fundamental. “Tudo que tem exclusividade tende a não dar certo”, enfatiza Pascoal. É preciso considerar qual é a probabilidade de um cliente migrar para a concorrência, analisando informações sobre preços e disponibilidade dos produtos concorrentes.

Para não cair em ciladas, o especialista sustenta que é importante tratar todo cliente com excelência. Assim, é mais fácil solucionar a questão primordial: o posicionamento competitivo do seu negócio.

4. Ameaça de produtos entrantes


Um ponto estratégico desconsiderado por muitos empreendedores é a probabilidade de um novo produto semelhante ao seu entrar no mercado e tomar sua clientela. É importante ter atenção nesse aspecto, justamente para moldar estratégias que ajudem a barrar a entrada dos concorrentes. “Isso pode ser o básico para a sobrevivência do empreendimento”, afirma.

A partir desse entendimento, você pode traçar estratégias para diferenciar seus produtos e serviços, como patentear e fortalecer a imagem da sua marca. Obter contratos de exclusividade também é uma tática para dificultar a entrada de novos concorrentes.

5. Ameaça de produtos substitutos

 

 

Alguns empresários acham que ter um produto inovador os blinda de qualquer concorrência. Mas isso é um grande engano, adverte Pascoal. A questão é que, por mais diferenciada que seja a sua ideia, ela não vai ser novidade para sempre. Ainda mais em um mundo veloz e globalizado.

É por isso que outro ponto estratégico de Porter é considerar a possibilidade de que bens e serviços semelhantes aos seus entrem no mercado. “Esteja sempre atento e procure inovar constantemente. Isso vai criar uma barreira de entrada que irá dificultar a substituição do seu produto”, conclui.  

Fortaleça seu negócio com as forças de Porter

Rivalidade entre concorrentes, poder de negociação dos fornecedores, poder de negociação dos clientes, ameaça de produtos entrantes e ameaça de produtos substitutos. Essas são, portanto, as cinco forças competitivas. Agora que você já as conhece, é hora de agir e implementar as mudanças necessárias para fortalecer sua empresa perante a concorrência.

Com a compreensão desses cinco pontos, o empresário pode identificar as fragilidades e potencialidades de seu negócio no mercado. “Cada ponto apresenta uma provocação, que estimula o gestor a adotar uma estratégia mais tática e criativa”, explica Pascoal.

Por fim, o consultor reforça que é justamente por não priorizar o uso de recursos como as forças competitivas de Porter que muitas empresas brasileiras têm sua mortalidade antecipada. “No Brasil, muitos empreendedores tendem a utilizar apenas seu conhecimento empírico de mercado para moldar sua atuação”, lamenta.

Então, se você está no início de sua jornada empreendedora, não deixe de investir em um bom planejamento estratégico. Gostou das dicas? Conseguiu entender as cinco forças competitivas de Porter e como elas se aplicam no âmbito de sua empresa? Deixe um comentário.

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