Gestão do Negócio

Da teoria à prática no planejamento financeiro para consultores

Marcos Perillo Marcos Perillo | Atualizado em: 22/01/2024 | 7 mins de leitura | ← voltar

Veja como deve ser o planejamento financeiro para consultores

Erros na gestão empresarial cobram a sua conta. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 24,4% dos negócios não chegam ao terceiro ano, e a falta de organização orçamentária está entre as principais razões. Quando a natureza do negócio é de renda variável, tabular receitas e despesas, controlar gastos e construir uma reserva são ações ainda mais importantes. E todas elas devem figurar em um planejamento financeiro para consultores.

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Por que planejar é preciso

Como consultor, o empreendedor pode atuar de forma individual ou constituir uma micro ou pequena empresa e, por meio dela, prestar serviços na área que detém conhecimento, desenvolvendo habilidades individuais ou coletivas. O setor de atuação varia, mas a necessidade de planejar-se financeiramente, não.

Há, basicamente, duas formas de fazer isso. Tal qual a personagem Dorothy e seu dilema entre tijolos amarelos e vermelhos no clássico filme O Mágico de Oz, há uma direção a escolher.

O caminho mais fácil – e que corresponde ao cenário ideal -, passa pela organização preventiva, ou seja, o consultor se antecipa aos problemas e adota o planejamento financeiro mesmo antes de tirar o negócio do papel. Já no trilho cheio de obstáculos, o método representa a saída de emergência para uma crise que poderia ter sido evitada.

Curiosamente, de forma reativa, o empresário que atua em consultoria tem escolhido a opção errada, detecta Altemir Farinhas, educador financeiro com MBA em Responsabilidade Corporativa. “É um caminho que o mantém vivo, mas que representa uma lição ruim, amarga e dolorosa”, diz.

Apesar do momento inoportuno, aqui vale aquele conhecido ditado: “Antes tarde do que nunca”. Conforme Farinhas, o empreendedor recebe alertas em momentos distintos: antes e depois de iniciar o negócio.

O primeiro deles aparece ao deixar o antigo emprego para investir no sonho. “Quando começa, não sabe quanto cobrar e já começa mal. Quando supera essa fase, não formou uma reserva financeira”, relata. Tal condição leva ao segundo alerta, que remete aos dias atuais: “Quando a crise chega, por falta de planejamento, ele perde clientes”, completa.

A boa notícia – sim, sempre há uma solução – é que qualquer que seja o cenário, é possível colocar em prática o planejamento financeiro para consultores. E os passos são praticamente os mesmos – o que muda é o objetivo estabelecido como resultado para a ação.

 

Planejamento financeiro para consultores: como fazer

O primeiro passo você já deu: assumiu a necessidade de planejar financeiramente a sua empresa. A próxima etapa consiste em identificar o atual momento do negócio, para ajustar seus objetivos. Confira três possíveis razões para adotar essa estratégia na sua consultoria.

Pare de gastar mais do que ganha

O problema financeiro na empresa pode ser uma extensão da vida pessoal do consultor. Segundo pesquisa do SPC Brasil realizada no ano passado, quatro em cada dez brasileiros vivem acima do seu padrão de vida e, dessa forma, encerram o mês sem uma reserva financeira ou até mesmo com saldo no vermelho.

Sua empresa está assim? Planejar é cortar gastos, eis uma lição básica e fundamental. Não sabe por onde começar? A planilha de controle é sua amiga. Lance nela todas as receitas e despesas da empresa, o que funcionará como um diagnóstico financeiro.

Está embaralhado com os números? Peça auxílio ao seu contador. Nessa hora, é possível que você perceba que andou misturando as finanças pessoais com as do negócio. “A solução é fazer dois planejamentos: um para casa e outro para a empresa”, orienta Farinhas.

Conforme o especialista, em apenas um mês os resultados começam a aparecer. “Os números afloram, e o empreendedor consegue ver o que está pesando no orçamento. Ele enxerga para onde está indo o dinheiro e percebe que pode estar pagando por coisas que não usa”, refere.

Na prática, é possível adequar custos variáveis que estão entre os principais gastos em pequenas empresas, conforme identificou o Termômetro ContaAzul 1ª edição. Despesas bancárias e de telefonia e internet são as principais candidatas a cortes.

Supere a crise

OK, a instabilidade não é exclusividade de sua consultoria – o noticiário mostra isso todos os dias. Você até tenta reduzir custos e controlar as despesas, mas vê o negócio estagnado, sem possibilidade de crescimento, devido à necessidade de não gastar dinheiro.

Tal situação gera um conflito: sem recursos, não consegue investir para atrair clientes. Sem novos clientes, não há dinheiro para fazer a empresa andar. Mas não precisa ser assim.

Não é hora de cruzar os braços”, alerta Farinha. Para ele, muitos consultores enxergam a crise apenas pelo viés do problema e estancam os investimentos, especialmente quando não há planejamento financeiro no negócio e tampouco uma reserva.

A dica é aliar à sua estratégia uma dose de criatividade e coragem, ou seja, enfrentar a crise. A sugestão do especialista é investir em marketing e propaganda. “Quando a crise passar e a terra voltar a ser fértil, quem plantou, se planejou e se preparou, sairá fortalecido”, aposta.

Invista e faça a empresa crescer

Nada de crise ou de apertos no orçamento: seu momento é outro e a preocupação é fazer novos investimentos para a consultoria decolar. Nessa fase, o planejamento financeiro também ajuda muito.

Se controla receitas e despesas, você tem uma reserva. E se tem uma reserva, a dica é investir até 20% para atrair clientes. O percentual só não é maior justamente em razão do momento econômico, adverte Farinhas. “Acabar com toda reserva pode ser um tiro no pé”, aponta.

Caso esses 20% não sejam suficientes para as ações que você imagina, é importante voltar a atenção para a planilha de custos. “Sempre dá para enxugar mais”, lembra.

Mesmo com pouco dinheiro, é possível direcionar esforços para aumentar a exposição de sua marca. A sugestão de Farinhas é apostar em mídia espontânea e aumentar sua rede de contatos e sey público através de canais como Facebook, LinkedIn e Instagram. “Tem que estar na vitrine. Você pode ser muito bom no que faz, mas se ninguém sabe seu e-mail e telefone, como vão localizar sua empresa?”, questiona.

Comece agora mesmo seu planejamento financeiro

Como você viu neste artigo, não importa em qual fase sua consultoria se encontra: ela vai se beneficiar de um bom planejamento financeiro.

Se a implantação dessa estratégia parece um desafio, lembre-se de que você não precisa fazer tudo sozinho. Além do auxílio do contador para esclarecer os números do seu orçamento, há ferramentas de gestão que tornam todo esse processo mais simples.

Com o sistema de controle financeiro da Conta Azul, por exemplo, você organiza as contas da empresa de forma fácil, contando com serviços de integração bancária, análise de recebimento e de pagamentos, fluxo de caixa, entre outros.

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