Gestão do Negócio

Consultoria em gestão empresarial: por que recorrer ao contador

Marcio Roberto Andrade Marcio Roberto Andrade | Atualizado em: 01/12/2023 | 7 mins de leitura | ← voltar

Consultoria em gestão empresarial

A prestação de contas de toda empresa legalmente constituída deve ser feita por um contador, que pode até atuar em consultoria em gestão empresarial. Embora sua contratação não seja compulsória, em virtude das muitas obrigações fiscais que as empresas contraem, é virtualmente impossível dispensar a ajuda desse profissional.

E é por causa dessa intermediação que o contador faz com o Fisco que seu campo de atuação vem se ampliando. Já faz parte do passado o tempo em que esse profissional era mero prestador de contas e executor de cálculos.

Empresas realmente comprometidas com seus resultados já entenderam que precisam desse especialista se quiserem crescer. Se o seu negócio ainda não tem no contador um apoio para a tomada de decisões estratégicas, talvez seja hora de rever seus conceitos. 

Empresas e contadores: uma aproximação necessária

Buscando entender como se dá a relação entre pequenas empresas e contadores, o Sebrae realizou uma pesquisa com 6.054 donos de negócios. Já falamos sobre ela aqui no blog, mas vale destacar novamente alguns de seus resultados expressivos.

Do total de entrevistados, 72% revelou que já conta com serviços de empresas de contabilidade. Os 28% restantes recorrem a profissionais autônomos para cuidar de suas contas.

Perguntados sobre a execução de serviços como balancete, folha de pagamento, obrigações trabalhistas e tributárias, 97% respondeu que deixa essas tarefas a cargo do contador.

Tamanha adesão explica, em parte, a nota de 7,4 numa escala de 0 a 10, para aferir o quanto concordavam com a ideia de que contadores só servem para cumprir obrigações da empresa.

No entanto, para 79% dos empresários, o contador deveria dar mais recomendações, visando o crescimento do negócio. Dos entrevistados, apenas 25% disseram já receber esse tipo de recomendação com alguma regularidade.

A pesquisa revela outros números, mas esses já seriam suficientes para comprovar que o contador é visto de uma forma, mas trabalha de outra. Poderia ajudar muito mais, mas acaba subutilizado, em função de um problema também detectado pela pesquisa: a falta de comunicação.

Metade dos entrevistados contou que só conversa com o contador até duas vezes por mês. É muito pouco de quem se esperaria mais participação e recomendações.

Por que investir em consultoria em gestão empresarial?

Além do cumprimento das obrigações escriturárias fiscais, cabe ao contador orientar donos de negócios sobre qual regime tributário escolher. Essa é uma etapa vital no planejamento de uma empresa, pois impacta diretamente no quanto ela vai lucrar ou deixar de ganhar.

Uma escolha equivocada sobre qual regime seguir pode trazer consequências desastrosas. Por exemplo, existe uma crença já arraigada de certa forma de que o Simples Nacional é, automaticamente, o melhor regime tributário.

De fato, o Simples é a maneira mais rápida e prática que pequenas empresas encontram para prestar contas. Contudo, isso não significa que sua escolha deva ser feita sem critérios. Dependendo do ramo de atuação, pode ser mais vantajoso para a empresa optar pelo regime de Lucro Presumido, por exemplo.

No entanto, essa escolha implica a consideração de múltiplas variáveis, que vão dizer qual é a melhor opção. O profissional competente para lidar em um cenário tão complexo em termos de tributação é o contador.

Contadores sabem de onde extrair receitas em isenções fiscais

Não é apenas para escolher o regime fiscal mais adequado que o contador exerce papel decisivo. Vamos supor que sua empresa pretende explorar um novo nicho de mercado. Nessa nova empreitada, a organização passará a produzir um tipo de produto cuja matéria-prima deve ser comprada em outros locais.

O contador, por conhecer as minúcias da legislação, pode orientar sobre produtos isentos de IPI, e como tirar vantagem dos incentivos fiscais para alavancar o crescimento da empresa. Se a empresa simplesmente decidisse por assumir uma nova empreitada sem consultá-lo, correria o risco de, no mínimo, reduzir a sua margem de lucro.

Nunca se deve ignorar que o regime tributário brasileiro é extremamente complexo. Ignorar o apoio profissional para lidar com essa complexidade pode gerar consequências graves, que podem repercutir até mesmo depois de dar baixa em uma empresa.

Existe inclusive uma forma de fazer uso das isenções fiscais estrategicamente, conhecida como elisão fiscal. Pode parecer se tratar de um recurso ilícito, mas nada mais é do que o aproveitamento inteligente dos benefícios e exceções que o governo abre na tributação.

Ninguém conhece as finanças da empresa como o contador

Empresários que só conversam com seus contadores duas vezes em um mês estão deixando de receber um feedback valioso. Primeiramente, em muitos casos, nem sempre o capital de giro se mantém estável, já que o fluxo de caixa pode apresentar variações.

Quando operam no “automático”, ou seja, deixam de se reportar à contabilidade para avaliar a quantas andam as contas da empresa, donos de negócios começam a criar uma perigosa zona de conforto.

A falta de comunicação pode gerar a falsa impressão de que está tudo controlado, quando na verdade acontece o contrário. Dinheiro que não é controlado regularmente tende a se esvair, até chegar em um ponto em que as atividades da empresa são severamente prejudicadas.

Contadores não têm bola de cristal. Embora lidem com as finanças, nem sempre estarão preparados para antecipar perdas. Se não é cultivado o hábito de conversar sobre as finanças da empresa como um todo, dificilmente haverá processos ou um fluxo de trabalho orientado a prevenir isso.

Pelo contrário, se o empresário passa a conversar todo dia, podendo até ser em reuniões de trabalho informais, estimula a troca de informações. Contadores ficam sabendo dos projetos da empresa ou se há alguma dificuldade. Donos de negócios, por sua vez, coletam dados financeiros fundamentais para orientar ações, visando crescimento ou para debelar crises.

A consultoria em gestão empresarial é, portanto, a fonte em que líderes devem beber, se quiserem de fato o crescimento sólido e sustentável de seus empreendimentos. Nesse aspecto, o apoio do contador, seja interno ou terceirizado, é fundamental.

Você já tem seu consultor?

Ao entender o que faz um consultor em pequenas empresas, fica fácil perceber como esse suporte especializado pode ajudar. Ele aparece tanto ao livrar seu negócio de ciladas, como em oportunidades de economia e de crescimento.

Neste artigo, destacamos que a consultoria em gestão empresarial começa pelo próprio contador. Nem sempre é necessário contratar uma empresa especializada nisso. Para pequenos negócios, inclusive, muitas das demandas são resolvidas pela simples aproximação com o profissional contábil. Pense nisso!

E você, como vê a necessidade de consultoria em gestão empresarial no seu negócio? Comente!

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