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Como promover o efeito UAU com seu produto

Equipe Conta Azul Equipe Conta Azul | Atualizado em: 26/01/2024 | 6 mins de leitura | ← voltar

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Você se lembra de alguma solução tecnológica que proporcionou uma experiência tão incrível que você acabou recomendando-a com entusiasmo para seus amigos? Isso é o que acontece quando alguma ferramenta nos causa o efeito UAU.

Segundo Anderson Gomes, head de design da ContaAzul, o mercado Saas (software como serviço) está repleto de plataformas cujo objetivo é resolver os problemas do usuário, mas poucas têm a capacidade de encantá-los verdadeiramente.

Para ele, facilidade no uso, preço acessível e não ter necessidade de instalação são características tão básicas que já são consideradas pré-requisitos na área, ou seja, não agregam valor. Para causar o efeito UAU, é preciso muito mais.

Em artigo publicado no Medium, Anderson Gomes ajuda a entender o que as empresas podem fazer para chegar a esse nível de entrega. As dicas foram republicadas no site da Endeavor e da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Siga a leitura e confira as ideias principais.

Erros comuns ao buscar o efeito UAU

Com base em suas experiências em diversas startups, Anderson Gomes crê que o que normalmente atrapalha as empresas na busca pelo efeito UAU é a falta do foco no usuário. Isso pode acontecer quando:

  • O designer cria soluções sem estudar o usuário
  • O gerente de produto está mais preocupado nos interesses da empresa e da carreira
  • Os desenvolvedores programam soluções complexas para leigos
  • Os investidores pensam apenas em aumentar o faturamento o mais rápido possível
  • Um produto é direcionado para resolver problemas pontuais de uma parcela específica de usuários, não da totalidade – aumentando a complexidade da solução
  • Os produtos sofrem mudanças constantes (experimentos incompletos de mínimo produto viável)
  • Há soluções “Frankenstein”, com várias funcionalidades que não se conectam.

3 características importantes

1 – Pensamento sistêmico

Todo problema possui diversos pontos de vista, que se complementam para culminar em uma visão multidimensional do problema. Cada área da empresa normalmente consegue colaborar com um prisma diferente do problema. Algumas pessoas conseguem conectar esses diversos pontos de vista e criar soluções sistêmicas que equilibram os diferentes interesses.

Estimule e facilite dinâmicas que trazem pontos de vista diferentes e complementares para alcançar soluções mais maduras. O mais importante aqui é ouvir, e não provar quem está certo.

2 – Times heterogêneos com autonomia

Forme equipes multidisciplinares, capazes de resolver problemas de ponta a ponta. Uma meta comum entre profissionais diversificados promove sinergia entre áreas e colaboração. A proximidade aumenta muito quando o time tem um designer, um frontend, um backend, um analista de marketing e um gerente de produto.

3 – Guildas

Conectar pessoas de diferentes equipes, mas com cargos em nível semelhante, possibilita o compartilhamento de boas práticas e melhoria de processos. As guildas ajudam a pensar constantemente como fazer mais com menos e automatizar tarefas. Propósitos internos a um grupo de “semelhantes” produzem projetos entre departamentos e promovem mudanças positivas.

Como começar do jeito certo

Corrigir um grau na direção da bússola hoje pode significar quilômetros de diferença no futuro. Portanto, começar a empreitada já no caminho certo é essencial.

Enquanto a empresa não existir de fato, faça a maior quantidade de testes possível. Entenda profundamente o problema que pretende resolver e crie uma estrutura apenas quando provar que, investindo $ 1, retorna $ 3 de lucro.Sugiro participar de eventos como Startup Weekend e cursos como Empretec para aprender isso na pele.

Foque em um único problema. Cada funcionalidade cria uma análise combinatória de problemas e desfoca sua equipe, o que exige mais investimento e manutenção.

Conheça seus bons e maus hábitos, pois ambos serão replicados pelo seu time de liderados e formarão a cultura da sua empresa.

Defina um propósito claro, acima do lucro, que irá ajudar a priorizar iniciativas, motivar seu time e fazer você continuar quando tudo parecer insolúvel.

Contrate os melhores (profissionais que trabalham duro, superam as expectativas, sobem na carreira de forma rápida e são queridos e respeitados), independentemente da idade ou função. Encontrar pessoas capazes de promover mudanças e trazer resultados de forma autônoma é um grande desafio que você precisa superar – afinal, você não poderá cuidar de tudo sempre.

Como lidar com problemas de usabilidade

E quando o usuário toma conhecimento do produto, experimenta e, por algum motivo, não se converte em cliente? Possivelmente, será necessário repensar a usabilidade da ferramenta. Veja o que você pode fazer.

Identificar perfil de usuários

Suje as botas de lama e vá conhecer seus clientes e seus usuários. Quem são os tomadores de decisão? Quem são os evangelistas do seu produto? Quem são as pessoas que usam seu produto constantemente? Quando descobrir isso, identifique os comportamentos comuns desse público estratégico. Qual é a dor deles que você pretende resolver? Qual é a dor que eles esperam que você resolva?

Sessão de cinema

Assista a vídeos de pessoas utilizando seu produto pela primeira vez e faça uma sessão de cinema e pipoca com seu time. Entregue um bloco de post-its e uma caneta para cada. Peça que todos anotem as dores que observaram nos usuários e depois faça um painel agrupando post-its por semelhança.

Limpe funcionalidades

Imprima todas as telas do seu produto, espalhe as telas em um painel e dê uma caneta vermelha para cada pessoa que estiver na sala. Risque as funcionalidades que são utilizadas por 1% dos seus usuários e que não trazem receita. O que sobrou? Qual é a essência do seu produto?

Dispositivos móveis

Faça o exercício de recriar seu produto em um aplicativo para celular. O que precisa estar na primeira tela? Qual é a sequência ideal para a 1ª experiência? Que funcionalidades precisam estar no bolso do seu usuário o dia inteiro?

Validação com usuários

Parta do princípio de que tudo é hipótese. Falar com usuários diminui o risco de lançar algo que ninguém irá pagar para usar. Quanto melhor você fizer a validação com clientes, reiterar a solução focando em simplificar para seu usuário e analisar métricas (quantitativas e qualitativas), maiores as chances de acertar.

Faça isso antes mesmo da primeira linha de código. Se você é empresário e quer participar de testes de usabilidade do software ContaAzul, acesse este link para se cadastrar.

Trabalhe para trabalhar menos

Trabalhe com componentes validados com usuários – isso cria consistência no seu produto e faz seu time ganhar velocidade a cada arrancada. Esse conceito não serve somente para design.

Mais dicas

Para conferir as dicas de Anderson Gomes para montar uma equipe de design, direcionar o time para obter os melhores resultados e validar a qualidade do produto, confira o artigo original, publicado no Medium.

A moral da história é que o efeito UAU é consequência de muito trabalho, sempre focado no ser humano. Um produto de Saas só será bom para o usuário se essa premissa for seguida desde o início.

Ainda tem dúvidas sobre como causar o efeito UAU? Comente.

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