Gestão do Negócio

Como o benchmarking pode ajudar pequenas empresas

Equipe Conta Azul Equipe Conta Azul | Atualizado em: 07/07/2023 | 6 mins de leitura | ← voltar

Benchmarking em pequena empresa

Se o mercado é competitivo e está difícil superar a concorrência, que tal mirar nela para encontrar o seu verdadeiro diferencial? Ao adotar essa estratégia, você estará fazendo benchmarking, uma das técnicas de administração que podem ajudar pequenas empresas.

O que é benchmarking?

Benchmarking é uma estratégia de gestão empresarial que consiste em melhorar suas práticas e alcançar resultados mais positivos a partir da observação da concorrência.

Você nunca teve a impressão de que o empreendedor vizinho está mais satisfeito, que colegas de sua área de atuação parecem estar lucrando mais ou talvez ouviu dos próprios clientes que seus prazos são mais demorados que a média? Se algo nessa linha ocorreu, você se questionou sobre o motivo?

Não se trata de ir ao mercado, coletar ideias e simplesmente reproduzi-las no seu negócio, pois isso não acarretaria em um diferencial competitivo. A proposta da ferramenta é se manter atualizado, identificando o que pode ser modificado no seu modo de planejar e executar para que a empresa obtenha ganhos de desempenho.

É por essa razão que, quando colocado em prática, o benchmarking pode ser realizado mesmo em empresas que não possuem concorrência direta. Mais do que isso: se a sua empresa tem áreas diferentes, é provável que uma tenha algo a ensinar para a outra, seja na forma como se organiza ou como soluciona as demandas.

Tipos de benchmarking

Ao entender o que é benchmarking, já dá para ter uma ideia de que não existe uma só forma de aplicar a ferramenta. Conheça os seus tipos:

Benchmarking competitivo

Esse é o formato clássico do benchmarking, no qual a busca é pela observação dos principais concorrentes para identificar na sua operação oportunidades de melhoria.

O que o vizinho tem feito melhor que você? Descobrir a resposta é amplamente saudável dentro de uma estratégia para aumentar a sua participação no mercado.

É no preço que ele se destaca, a partir de contratos mais bem construídos junto aos fornecedores? Se ele frequentemente consegue oferecer aos clientes condições melhores sem afetar seus ganhos, talvez seja essa a razão.

O empreendedor concorrente tem apostado com sucesso em ações de marketing? Se as pessoas têm falado da empresa dele, comentado sobre ela nas redes sociais e a indicam para amigos e familiares, pode ser um sinal de que está fazendo a coisa certa.

Quem sabe o melhor desempenho da concorrência não se justifique por ela ter deixado a inovação entrar na sua empresa? Talvez você descubra que foi dessa forma que seus processos se tornaram mais ágeis e produtivos.

O problema está em como encontrar essas respostas, o que explica a maior competitividade do benchmarking competitivo. É por essa razão que algumas empresas optam por contratar uma consultoria externa, o que pode ser interessante se couber no seu orçamento. Afinal, o investimento inicial se justifica se você conseguir elevar o ganhos e, quem sabe, superar a concorrência.

Benchmarking funcional

Não é apenas o concorrente direto que tem algo para lhe ensinar. Essa é a base do benchmarking funcional, estratégia que consiste na observação do processo de trabalho em empresas de outros segmentos, tornando possível obter boas ideias para uma maior produtividade.

A proposta é identificar o que fazem os líderes em setores econômicos distintos ao seu, ou seja, como eles chegaram a essa condição. Se você presta serviços de consultoria, mas não sabe como precificar da forma mais rentável e que seja justa ao cliente, pode aprender com os “grandes”.

O mesmo se aplica às áreas de estoque e transporte, por exemplo. Caso a sua empresa enfrente problemas com armazenagem e despacho de mercadorias, o que será que os negócios de grande porte fazem para acertar o processo, mesmo lidando com um volume muito maior de produtos?

Tal qual no benchmarking competitivo, a dificuldade pode estar em obter essas informações. O caminho também pode passar pela consultoria especializada, mas como estamos falando de empresas líderes, é possível que encontre na internet material suficiente sobre elas.

Benchmarking interno

O benchmarking interno é a observação da própria empresa, suas diferentes áreas e colaboradores, buscando identificar novas formas de realizar velhas tarefas.

Esse é o formato da ferramenta mais fácil de realizar, pois a informação está disponível e ao seu alcance, mesmo que seja necessário observar como a sua filial se comporta no dia a dia. Se você tem duas unidades, uma delas é nota 10 em logística e a outra não passa de 6,5, fica claro que a segunda pode fazer melhor.

E não é preciso ter uma empresa maior para aprender consigo mesmo. Se você for um microempreendedor individual (MEI), por exemplo, pode identificar na forma como lida com um processo a solução para ser mais produtivo em outro.

Você talvez se surpreenderia ao descobrir o quanto a abordagem de uma demanda operacional pode ajudá-lo no administrativo. Se há organização e a correta gestão do tempo para atender um cliente, por que não pode ser assim ao realizar o fluxo de caixa?

Benchmarking cooperativo

Contar com parceiros é sempre uma boa estratégia para fazer a empresa crescer. No benchmarking cooperativo, a proposta é de compartilhamento de informações (você escolhe quais), para que um empreendedor possa aprender com o outro.

Essa é a uma das formas de colocar em prática o benchmarking funcional, sem que seja preciso recorrer a uma consultoria. É claro que, nesse caso, é pouco provável que uma empresa de grande porte tenha interesse na troca com uma pequena. Mas e os seus atuais parceiros? Será que a forma como lidam com processos internos não pode lhe oferecer soluções?

Benchmarking em pequenas empresas

Ao observar com atenção os diferentes tipos de benchmarking, dá para perceber que a ferramenta é capaz de agregar valor a uma pequena empresa. Mas é importante planejar as ações. Conforme dicas do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae-ES), o roteiro inclui:

  • Descobrir o que comparar
  • Descobrir qual é o padrão de excelência atual
  • Determinar que métodos ou processos produzem tais resultados
  • Implantar as melhorias para igualar ou suplantar o padrão de referência de mercado, criando um novo padrão de excelência.

Mas fique atento: é preciso estabelecer um responsável pela ação (pode ser o próprio dono) e a busca por conhecimento não acaba neste artigo. Outra dica importante é saber ouvir seus colaboradores, pois eles têm muito a falar sobre processos que atualmente não funcionam tão bem e sobre as chances de sucesso de novas formas de trabalhar.

Considerações finais

Neste artigo, trouxemos informações sobre o benchmarking e de que forma a técnica administrativa pode colaborar com os resultados em pequenas empresas. Se você gostou da proposta de observar o mercado para fazer mais e melhor, leia mais sobre o assunto, converse com seus parceiros e colaboradores. Ter a mente aberta a novas ideias é certamente um atalho para crescer.

Você já teve alguma experiência com o benchmarking em sua empresa? Comente!

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