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Análise competitiva para indústrias: passo a passo

Marcio Roberto Andrade Marcio Roberto Andrade | Atualizado em: 26/01/2024 | 7 mins de leitura | ← voltar

Análise competitiva para indústrias

Mesmo em um cenário estável, diferenciar-se no mercado já é uma necessidade. Em tempos de crise, mais ainda. Se você quer levar sua empresa a um patamar de destaque em relação aos concorrentes, uma análise competitiva para indústrias pode ajudar. Com ela, você vai conhecer as suas potencialidades e descobrir como explorá-las.

Diferenciar-se é preciso

Há pelo menos seis boas razões para você promover uma análise competitiva em sua empresa. Confira:

  • Identificar concorrentes diretos ou indiretos
  • Entender as estratégias dos concorrentes para o momento e para o futuro
  • Saber quais são seus pontos fortes e fracos para enfrentar os concorrentes
  • Definir um plano de ação para correção de fraquezas
  • Traçar um plano de ação para fortalecer seus diferenciais
  • Analisar se os resultados estão de acordo com o seu planejamento estratégico.

Da análise competitiva para indústrias, muitos podem ser os resultados. Em uma pequena empresa, não é diferente. Tudo vai depender da estratégia adotada pelo empreendedor, que varia de acordo com as necessidades dos clientes e do mercado, aponta o consultor empresarial Rafael Kreischer Ferreira, que tem MBA em Finanças Corporativas, Auditoria e Controladoria.

A busca contínua por melhorias e inovação é o ponto-chave para a competitividade: “A capacidade de se reinventar de acordo com as mudanças do mercado, transformando aspectos críticos em oportunidades de negócio”, destaca.

Antes de qualquer avaliação externa, porém, é necessário que haja um planejamento estratégico condizente com as possibilidades da indústria e a realidade do mercado. Uma vez por ano, pelo menos, ele precisa ser avaliado e, se for o caso, reformulado.

Como fazer uma análise competitiva para indústrias

Já que é preciso estar de olho na concorrência e explorar os seus diferenciais para ganhar espaço no mercado, vale entender como fazer a análise competitiva para indústrias.

Na opinião do consultor empresarial, a principal opção é recorrer ao modelo de SWOT, traduzido para o português como FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças).

Ao aplicá-lo, basicamente, o empreendedor analisa o seu ambiente interno a partir do pontos fortes e fracos e também o externo, identificando as oportunidades e ameaças. A primeira parte consiste em um diagnóstico atual, que considera o momento da empresa. Já a segunda é uma visão de futuro, entendendo o que se coloca como tendência.

Segundo Kreischer, essa análise permite ao empreendedor elencar fatores cruciais em termos de competitividade e subsidiar uma boa tomada de decisão. “Isso coloca a empresa em situação vantajosa em termos de mercado e economia, tornando-se mais competitiva e no caminho do sucesso”, avalia.

Como aplicar a Análise FOFA

Para ajudar o empreendedor a responder às quatro questões-chave da Análise FOFA, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) divulga um material em PDF, elaborado por Marcelo Nakagawa, professor do Centro e Empreendedorismo do Insper. Confira as dicas:

Forças: Quais são os reais pontos fortes do seu negócio?

  • Seja otimista, mas destaque um ponto forte real e não apenas a sua opinião
  • A objetividade pode não ser fácil, mas pense nas vantagens competitivas da empresa
  • Valide a relação obtida com pessoas que conhecem bem você e seu negócio.

Fraquezas: Quais os reais pontos fracos do seu negócio?

  • Reconheça que sua empresa não faz bem tudo aquilo que poderia fazer
  • Se o termo fraquezas incomoda, pense em oportunidades de melhoria
  • Liste tudo que leva seu negócio a perder vendas ou a aumentar custos.

Oportunidades : Quais são as oportunidades para o seu negócio?

  • Tenha cuidado para não exagerar, enxergando oportunidades onde não existem
  • Elabore a lista de acordo com seus indicadores e metas
  • Priorize as oportunidades de acordo com a estratégia da empresa.

Ameaças: Quais são as riscos para o seu negócio?

  • Liste problemas que seu negócio está enfrentando com a concorrência
  • Inclua dificuldades que pode vir a enfrentar com a concorrência
  • Pense como os concorrentes podem contribuir para reduzir suas vendas ou aumentar seus custos.

Para relacionar as ameaças e também as oportunidades para o negócio, é indicado também o uso da Análise PEST (Política, Econômica, Social e Tecnológica), que pode incluir outros fatores relacionados a essas áreas.

Concluí a análise, e agora?

Você chegou até aqui, usou as dicas para aplicar a Análise FOFA e identificou as suas vantagens comparativas diante dos concorrentes. Como explorá-las para se destacar no mercado? É chegada a hora de agir, elaborando um plano de ação para atacar os riscos e investir nas suas potencialidades.

Lembre-se: o empreendedor de sucesso deve estar sempre um passo à frente dos concorrentes. Mas o que isso quer dizer? “Quando uma empresa está numa situação de ‘vantagem’, deve explorar ao máximo esse diferencial, pois a concorrência perceberá essa diferenciação e correrá atrás para se igualar”, salienta Kreischer. É aí que você precisa se antecipar, em uma busca contínua por uma posição no mercado.

Preço como diferencial competitivo

Quando o empreendedor pretende se diferenciar perante os concorrentes, é natural que pense primeiro no fator preço, mas ao realizar uma análise competitiva, fica fácil perceber que a relação vai muito além disso. Seguir por esse caminho pode, inclusive, representar uma estratégia arriscada, destaca Kreischer.

Como consultor empresarial, ele relata já ter se deparado com casos nos quais o preço de venda de um produto colocava a indústria à beira do prejuízo – o que não gera competitividade para ninguém, salienta. “O preço é um aspecto muito importante quando se fala em concorrência, porém deve fazer parte de todo um planejamento estratégico, ou seja, o empreendedor deve reformular seus produtos ou serviços, a fim de agregar valor”, avalia.

Mesmo que determinada empresa possua um preço um pouco mais elevado que o concorrente, o diferencial pode estar no produto em questão, seja em forma de qualidade, inovação ou design, entre outros aspectos.

Não caia no erro da cópia

Como entre os objetivos da análise competitiva para indústrias está a observação de concorrentes, identificando tendências, um erro comum é ir de acordo com a maré, seguindo o modelo escolhido por eles como um diferencial. Lembre-se: é a concorrência que deve correr atrás de você, e não o contrário.

Kreischer cita o exemplo de uma pequena indústria do ramo de confecções, cujo foco era a moda feminina. Com o mercado desfavorável e a concorrência acirrada, sua proprietária decidiu se dedicar à fabricação de moda praia, já que outras empresas da região estavam migrando para o novo ramo com aparente sucesso.

Convencida a segurar a ideia e realizar uma viagem de caráter empresarial, ela visitou empresas de confecção de moda feminina em diversos estados e participou de uma feira de negócios promovida pelo Sebrae. Ao retornar, seus planos tinham mudado: não queria mais trocar de produto, mas reformulá-lo, expandir seu mercado e buscar novas oportunidades – o que ocorreu em médio prazo e com resultados muito positivos, destaca o consultor.

Para Kreischer, fica a lição: um dos maiores erros que um empreendedor pode cometer é copiar algo que outro esteja fazendo. “É necessário manter o foco e aprimorar o que se faz, sempre buscando outras referências, viajando, participando de eventos em nível nacional e internacional quando há oportunidade, para se reinventar a cada dia e prosperar em seus negócios”, finaliza.

Busque tornar sua indústria competitiva

Os métodos de análise competitiva, como a FOFA, estão aí para ajudá-lo a encontrar o melhor caminho para o futuro do seu negócio. Além de se manter atento ao mercado, coloque em prática as melhores práticas de gestão de finanças, para que sua empresa não perca a capacidade de investimento e siga crescendo, até mesmo em momentos de instabilidade econômica.

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