Controle Financeiro

Alternativas de crédito para empresas: muito além dos bancos

Marcio Roberto Andrade Marcio Roberto Andrade | Atualizado em: 07/07/2023 | 6 mins de leitura | ← voltar

Veja alternativas para o crédito para empresas

Quantas boas ideias já foram desperdiçadas porque não havia dinheiro para colocá-las em prática? Obter crédito para empresas é uma missão difícil, mas, felizmente, há várias alternativas para conseguir o financiamento necessário para o seu projeto. Com visão, competência e planejamento, você encontra maneiras de viabilizar o seu negócio sem recorrer ao banco.

Desvantagens do crédito bancário

O empréstimo bancário pode parecer a opção mais óbvia para obter crédito para empresas. Mas vale a pena considerar outras possibilidades antes, porque, tomando dinheiro emprestado, você pagará um considerável valor apenas em juros. É como você passasse a ter um novo sócio remunerado: o banco.

Se não houver organização para pagar as parcelas em dia, começa a bola de neve de juros, que poderá levar a sua empresa à falência. Isso sem contar que o acesso ao crédito pode ser complicado, pois uma série de garantias será exigida.

Crédito para empresas: alternativas aos bancos

Para conseguir financiamento para o seu projeto a partir de fontes externas, você precisa entender que os investidores não são filantropos, ou seja, não estão interessados em fazer caridade, e sim em fazer o seu dinheiro render. Em outras palavras, eles só vão investir na sua empresa se tiverem uma boa perspectiva de retorno. Mas cada alternativa funciona de uma maneira particular. Entenda algumas delas:

Recursos próprios

A primeira alternativa de crédito para empresas é, na realidade, uma exceção na nossa lista. É a única opção de financiamento que não exige que você cumpra as exigências do investidor, porque o investidor é você próprio. Há um termo para essa modalidade, em inglês: “bootstraping” significa criar um empreendimento com recursos próprios, sem recorrer a fontes externas.

É muito simples: você guarda dinheiro e, depois de juntar o suficiente, investe no seu projeto. O risco máximo é perder o que foi economizado por muito tempo – mas, por outro lado, você não estará devendo nada ao banco e não terá investidores no seu encalço.

Outro perigo, no caso de empresas nascentes, é não calcular direito o capital de giro necessário para a manter o negócio em operação até começar a ter lucro. Portanto, certifique-se de calcular um valor de investimento realista antes de colocar o projeto em prática, caso contrário você vai acabar recorrendo a um banco, justamente o que estava tentando evitar.

Financiamento coletivo

Você provavelmente já ouviu falar no site Kickstarter, ou os mais conhecidos serviços brasileiros do tipo, como o Catarse, Kickante e Vakinha. Eles operam na lógica do crowdfunding, o financiamento coletivo.

Funciona assim: você cadastra, no site, informações sobre o seu projeto, traçando uma meta de arrecadação e diferentes faixas de contribuição. Os usuários se deparam com a sua ideia e resolvem se contribuem ou não para a sua realização. Se decidirem contribuir e a meta for alcançada até o final do prazo delimitado, receberão uma contrapartida, de acordo com o dinheiro que doaram.

Nos sites mais conhecidos de financiamento coletivo, é possível colaborar com artistas, atletas, projetos sociais, jornalistas… Mas o que vamos destacar aqui é o equity crowdfunding, que são serviços destinados ao financiamento de empresas em troca de participação societária. O primeiro do gênero no Brasil é o Broota, mas há outros sites, como o EqSeed e StartmeUp.

Outra iniciativa parecida é o peer-to-peer lending, no qual uma pessoa empresta dinheiro para a outra, sem a intermediação de bancos. No Brasil, a plataforma Biva atua desse modo, aproximando as duas pontas: uma pessoa que quer investir o seu dinheiro e a empresa que precisa do investimento para continuar crescendo.

Investidor anjo

Os investidores anjo são, geralmente, homens de negócios bem-sucedidos, que têm o interesse em investir o seu dinheiro em uma empresa, apostando no seu crescimento para colher os frutos no futuro. Esse tipo de investidor costuma olhar com mais atenção para startups, que são empresas jovens com alto potencial de crescimento e modelo de negócio inovador.

A partir do aporte, o anjo obtém uma participação geralmente minoritária. Ele não terá uma posição executiva na empresa, mas poderá atuar como mentor, defendendo o seu interesse e ajudando você com a experiência que adquiriu com os anos de prática no universo do empreendedorismo.

Para tentar convencer um possível investidor, você precisa ter cara dura. Tente marcar uma reunião com ele ou então aborde-o em um evento. Mas é fundamental que, para isso, você esteja preparado. Além de uma ideia, você vai precisar explicar objetivamente como a empresa vai ganhar dinheiro a partir do investimento obtido.

Fundos de capital de risco

Os fundos de capital de risco também funcionam investindo dinheiro e adquirindo participação societária na empresa com o objetivo de lucrar futuramente com o seu crescimento. A diferença é que os fundos atuam de maneira estruturada, são formados apenas para isso e costumam investir em empresas com uma base sólida.

Há vários fundos que atuam em uma área específica (projetos relacionados à área de sustentabilidade, por exemplo). Quando o objetivo é alcançado e a empresa cresceu, há o desinvestimento, quando o fundo vende a sua parte e visa outras empresas para investir o dinheiro.

Aceleradoras

As aceleradoras são instituições privadas que investem em startups promissoras. Geralmente, as beneficiadas são escolhidas em eventos que funcionam como uma competição, na qual as melhores ideias são selecionadas.

O interessante é que o conceito de acelerar uma startup não quer dizer apenas aportá-la com recursos, mas sim otimizar a sua gestão, orientar mudanças estruturais e intermediar o contato com possíveis parceiros e investidores.

Assim como nos fundos de investimento, o lucro das aceleradoras depende do sucesso da empresa. É por isso que as competições para selecionar startups são tão rigorosas, pois só vale a pena investir nas ideias com maiores perspectivas de sucesso.

Organização é a chave

Seja qual for a opção que você escolher, é fundamental se organizar e adquirir conhecimento. No caso dos investidores externos, mesmo que a ideia seja boa e que eles deem suporte na gestão e implementação de governança, eles certamente terão ressalvas em investir tempo e dinheiro em um empreendedor que não inspira confiança.

Mesmo no caso do investimento com recursos próprios, você vai precisar de um bom controle financeiro, do apoio estratégico de um contador e de uma gestão eficiente para não desperdiçar tudo o que guardou com tanto esforço. Portanto, trate de buscar entender e dominar as diferentes atribuições de um bom administrador.

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