7 indicadores da crise econômica de 2016 com impacto sobre sua empresa

Empreendedores devem ficar atento a indicadores e notícias de economia

Como você reage à crise econômica de 2016? Fica apenas lamentando ou procura se informar sobre os diferentes índices do mercado para embasar o seu planejamento estratégico? Ter uma postura proativa buscando informação e conhecimento é o primeiro passo para não sucumbir ao cenário de dificuldades.

Um sistema de gestão que conecta as áreas da sua empresa: do financeiro ao comercial

7 indicadores sobre a crise econômica 2016 nas empresas

Preparamos uma lista com alguns indicadores econômicos que impactam as micro e pequenas empresas brasileiras. Você vai ver o que cada um representa, qual o índice atual, qual a sua consequência para as empresas e qual a tendência para os próximos meses.

Antes da lista, cabe uma ressalva. Procuramos embasar as previsões sobre os indicadores em opiniões de especialistas. É importante lembrar que as tendências esperadas agora podem mudar significativamente, seja pela conjuntura do mercado ou pelas ações do governo. Uma decisão como a do STF (Supremo Tribunal Federal) de jugar o pedido de impeachment do presidente em exercício pode trazer mais incerteza para as tendências de cada um dos índices.

1. Crescimento do PIB

O que é: O PIB (Produto Interno Bruto) de um país é a medida em dinheiro do que ele produz na agropecuária, indústria e serviços. Entram nessa conta bens e produtos vendidos ao consumidor final, serviços prestados remunerados, gastos das empresas na sua linha de produção e gastos do governo.

Índice atual: Em 2015, caiu 3,8% na comparação com 2014. Segundo o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco do Brasil), conhecido por funcionar como uma “prévia do PIB”, o acumulado do primeiro semestre de 2016 apresentou queda de 1,44% na comparação com os três meses anteriores.

Impacto nas empresas: Cada setor tem a sua variação, mas, no geral, quando o PIB está alto, a economia cresce como um todo. Há mais dinheiro circulando e o consumo aumenta.

Tendência: Infelizmente a tendência é de queda por mais algum tempo, segundo especialistas. Segundo o último Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central no início de maio, a expectativa é que o PIB encerre 2016 com uma retração de 3,89%. Para 2017, espera-se que ele volte a crescer, a uma taxa de 0,40%.

2. Inadimplência

O que é: Os indicadores de inadimplência registram o número de pessoas que não cumpriram suas obrigações como consumidores, ou seja, não pagaram em dia suas contas.

Índice atual: Segundo a base de dados da Serasa Experian, o número de brasileiros inadimplentes chegou a 60 milhões em março de 2016, um aumento de 3,5% na comparação com a medição anterior, de dezembro de 2015.

Impacto nas empresas: Se mais consumidores estão inadimplentes, isso significa que os comerciantes correm mais riscos. Não recebendo o dinheiro pelas suas vendas, ficam em dificuldades financeiras e podem se tornar inadimplentes também, junto a seus fornecedores. Para o consumidor que paga em dia, o prejuízo é que as empresas podem adotar formas de pagamento mais rígidas.

Tendência: Provavelmente a tendência é de piora no nível de inadimplência. A ANBC (Associação Nacional de Birôs de Crédito) previa, para 2017, uma redução da inadimplência, mas revisou sua projeção devido ao aumento no desemprego – com mais gente sem emprego, a probabilidade de as contas atrasarem aumenta.

3. Índice de confiança dos empresários

O que é: O ICMPE (Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa) é medido pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) junto com o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). Trata-se de uma escala que vai de 0 a 100, que sinaliza quão confiante está o empresário em relação ao seu negócio.

Índice atual: O índice está em 37,92, de acordo com a última divulgação, no início de maio. Houve uma queda de 12,1% na comparação com os meses de março e abril.

Impacto nas empresas: O índice de confiança dos empresários mostra o impacto da crise econômica 2016 nas suas projeções. Enquanto eles estiverem pessimistas, como atualmente, a tendência é segurarem os investimentos e não pensarem em ampliação da produção.

Tendência: Melhora em curto prazo e incerta no longo prazo. Para o presidente da CNDL, Francisco Honório Pinheiro Alves, para que o quadro seja revertido, é preciso encaminhar medidas que ataquem o problema fiscal, segundo ele a raiz da crise econômica. O discurso pró-mercado do presidente em exercício, Michel Temer, tende a aumentar a confiança dos empresários, especialmente nos primeiros meses de gestão. Para o longo prazo, é preciso aguardar as medidas da equipe econômica e os próximos capítulos do processo de impeachment.

4. Desemprego

O que é: O índice de desemprego é chamado de “taxa de desocupação” pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ela mede a porcentagem das pessoas sem emprego em relação às pessoas economicamente ativas.

Índice atual: Em março de 2016, a taxa de desocupação era de 10,9%.

Impacto: O índice de desemprego é um dos elos do círculo vicioso. Ela já representa a queda da produção, e culminará em maior inadimplência e menor consumo, o que, por sua vez, causará mais demissões, aumentando a taxa de desocupação.

Tendência: A tendência é de aumento nas taxas de desemprego diante do cenário atual. Para que a tendência de elevação seja revertida, há diversos fatores envolvidos. Um dos mais citados por especialistas são medidas que promovam a confiança e estabilidade para investidores e empresários brasileiros. Desburocratização, mais rigor na busca pela meta de superávit fiscal, maior comprometimento com o controle da inflação são algumas dessas medidas. Mas tudo depende dos próximos capítulos diante da instabilidade política atual.

5. Inflação

O que é: O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o indicador usado para medir a variação do custo de vida de famílias com rendimento mensal entre 1 e 40 salários mínimos mensais.

Índice atual: O IPCA acumulado dos últimos 12 meses, até abril, é de 9,28%.

Impacto: A inflação é associada a um cenário de incertezas. Prejudica todos os setores, freia o consumo e barra os investimentos das empresas.

Tendência: Tendência de redução, mas ainda em patamares bem elevados. De acordo com o Relatório de Mercado Focus, do Banco Central, o IPCA deve encerrar 2016 em 7%. Nem sempre, porém, as intervenções do Banco Central na economia surtem o efeito desejado no controle da inflação.

6. Taxa Selic

O que é: É a taxa básica de juros da economia brasileira. Ele é utilizada como referência para o cálculo do que os bancos cobrarão de taxas para seus clientes, e para a definição da política monetária do Governo Federal.

Índice atual: 14,25% ao ano

Impacto nas empresas: Quanto maior estiver a taxa Selic, mais caro para você será tomar crédito bancário para capital de giro ou investimentos no seu negócio.

Tendência: A perspectiva é de estabilidade ou redução, ainda que pequena. Segundo o último Relatório de Mercado Focus, a taxa Selic deve encerrar o ano em 13,25% ao ano.

7. Dólar

O que é: A moeda americana é referência monetária mundial. Por conta disso, a maioria das transações com empresas estrangeiras é feita em dólar.

Índice atual: A cotação do dólar está em R$ 3,50 (17 de maio).

Impacto nas empresas: Para as empresas que vendem seus produtos ou serviços para o exterior e, portanto, recebem o pagamento na moeda americana, um dólar alto é favorável. Para quem vende apenas para o mercado interno e usa mão de obra e matéria-prima 100% brasileiras, a alta é boa se os seus concorrentes têm fornecedores estrangeiros. Já quem se dá mal não é apenas quem importa diretamente do exterior, mas também aqueles que adquirem produtos e insumos cujo preço oscila junto com a cotação do dólar.

Tendência: O câmbio é um dos fatores mais imprevisíveis, entre os indicadores em períodos de crise. Analistas especializados tendem a apontar baixa do dólar (valorização do Real), mas a médio e longo prazo há menos certezas.

Informe-se

O resumo da história é:

  • Retração e desemprego:
    A economia está mais parada e o desemprego em alta, sem uma perspectiva de melhora no curto prazo.
  • Juro alto pede atenção:
    Empréstimos bancários estão especialmente caros. Por isso, convém evitá-los ao máximo.
  • Ainda muita indefinição: O cenário econômico deve melhorar mas há muita água para correr nos próximos meses.
  • Instabilidade atrapalha:
    As incertezas e oscilações da economia provavelmente vão continuar no cenário.

Agora que você já conhece alguns dos principais indicadores que dão uma ideia da dimensão da crise deste ano de 2016 e provocam efeitos ruins sobre as empresas brasileiras, não deixe de acompanhá-los. Lembre-se de que estar bem informado é fundamental para não afundar durante as turbulências do mercado.

Mesmo durante a crise, surgem oportunidades. E a busca por manter e crescer os negócios também move cada empreendedor a seguir adiante e fazer sua parte. Mãos à obra.

Manual do corte de custos inteligente  Preparamos um guia para explicar como cortar custos de sua empresa Baixe agora

Sua empresa sentiu  os efeitos da crise econômica 2016? Comente.

Faça agora a gestão financeira do seu negócio em um único lugar