Controle Financeiro

5 maneiras de queimar seu dinheiro antes da hora

Marcio Roberto Andrade Marcio Roberto Andrade | Atualizado em: 07/07/2023 | 6 mins de leitura

5 maneiras de queimar seu dinheiro antes da hora

Existem muitos empresários que querem ver seus negócios crescerem mas não sabem como fazer o dinheiro render. E certamente você não quer fazer parte desse grupo! O segredo é não deixar a sua empresa com um controle financeiro desorganizado. Somente assim você conhecerá suas despesas e receitas.

Se você não vê o lucro da sua empresa, é o momento de avaliar como você controla suas finanças. Você pode estar “queimando dinheiro”. Quando um negócio chega ao ponto de sobreviver sem os rendimentos é porque o responsável está adotando más práticas de controle financeiro e cometendo equívocos graves na gestão dos recursos.

Caso você tenha se identificado, saiba que existem práticas para solucionar o seu problema. E é exatamente por este motivo que selecionamos cinco maneiras de jogar o seu dinheiro fora. Fique atento e fuja delas!

1 – Misturar gastos pessoais com os da empresa

Este é um dos erros mais comuns dos empreendedores. A empresa não pode ser considerada uma espécie de caixa eletrônico de onde é possível sacar dinheiro para pagamento de contas ou compras pessoais. Os gastos da casa devem ser separados das finanças da firma.

É imprescindível que o empresário estabeleça um valor fixo para o seu pro labore, que será sua única retirada mensal. Com esse salário, ele deve arcar com todas as contas e despesas da família. O importante é se conscientizar de que o faturamento da empresa pertence estritamente a ela.

Você pode pensar que fazer esse tipo de mudança vai resultar em cortes e um padrão de vida menor. Mas essa é uma situação que deve ser encarada como investimento e que a longo prazo valerá a pena. A correta aplicação dos recursos vai possibilitar o aperfeiçoamento das técnicas de produção e o crescimento dos lucros. E isso também deverá permitir futuras retiradas mensais maiores do que as atuais, sem comprometer a evolução financeira da empresa.

2 – Ausência de capital de giro

Essa é uma questão que está intimamente ligada ao primeiro item da nossa lista. O principal motivo pelo qual o empresário não pode “torrar” o faturamento da empresa com gastos pessoais é o fato de que precisa formar o capital de giro. Esse recurso possibilitará ao empresário garantir o perfeito funcionamento do negócio, mas também tomar decisões importantes como aquisição de novos equipamentos, contratação de mão de obra e expansão da produção. É o capital de giro que permite o crescimento da empresa.

Se o empresário trabalhar sem capital de giro, vai se deparar com situações bastante complicadas. Ele perderá o poder de negociação na aquisição de matéria prima e provavelmente terá que fazer compras parceladas (o que significa custos mais altos). Sem recursos em caixa, um gestor também não conseguirá separar um fundo reserva para despesas fixas anuais como, por exemplo, pagamento de tributos ou férias dos funcionários. Em situações mais sérias, tudo isso pode acabar levando o empresário ao endividamento.

3 – Pagamento de juros, multas e tributos desnecessários

Os impostos são algumas das principais despesas de uma empresa. Ficar livre deles é impossível mas em alguns casos é possível economizar. Se um pequeno negócio possui faturamento anual, por exemplo, menor que R$ 60 mil e tem apenas um funcionário, o empresário pode alterar o contrato social e optar pelo registro de Micro Empreendedor Individual (MEI). Essa categoria é especial e vai pagar ao governo apenas uma taxa mensal de no máximo R$ 39,90.

Já para casos de empresas em que o movimento financeiro é mais expressivo, há a possibilidade de ingresso no Simples Nacional. O sistema simplificou a tributação e apresenta taxas mais baixas. Para saber se esse é o seu caso, consulte um contador e verifique se o seu ramo de atividade pode optar pelo Simples. Essa é uma questão que deve ser avaliada com bastante atenção já que gera uma economia no que se refere aos tributos.

Outro gasto que pode ser evitado é o pagamento de multas e taxas extras em faturas com pagamento atrasado. Por isto é muito importante que o empresário tenha completo controle do vencimento das contas. O mesmo vale para os pagamentos a prazo, que já mencionamos no item 2. O ideal é conseguir realizar pagamentos à vista, para que evitar os juros.

4 – Margem de lucro equivocada

Um erro entre empresas de menor porte é o cálculo equivocado da margem de lucro. “Eu gasto x com a aquisição da matéria-prima e vendo o produto por 2x. Tenho lucro de 100% mas não vejo para onde está indo esse dinheiro”, dizem os empreendedores que não calculam a margem de lucro corretamente.

Nesses casos, o erro está no fato do gestor não considerar todos os custos que tem com a produção. Ele precisa embutir no custo do produto, por exemplo, as contas de água e energia, o material de escritório e até o cafezinho! Mais do que isso: o empresário precisa, por exemplo, saber quanto valem as horas trabalhadas pelos funcionário e dividi-las pelo número de peças produzidas para também levar isso em conta na hora de definir o preço de venda do material.

Depois de fazer todos esses cálculos, alguns empresários descobrem que a margem de lucro para determinados itens produzidos é quase nula. Ou, em situações mais sérias, que a empresa está literalmente pagando para trabalhar. Em qualquer uma dessas hipóteses o empresário estará perdendo dinheiro.

5 – Desorganização no Fluxo de Caixa

Se você se reconheceu em qualquer um dos tópicos acima, falta organização na sua empresa! Você adota práticas equivocadas de gestão financeira e precisa iniciar imediatamente uma estratégia que lhe permita tomar as rédeas da situação. E a melhor ferramenta para auxiliá-lo é o fluxo de caixa. Por meio dele, você terá amplo controle dos valores que entram e saem da sua empresa e conseguirá trabalhar de forma organizada para que as contas não terminem no vermelho.

A partir desse instrumento você poderá fazer lançamentos diários de pagamentos e recebimentos, além de previsões futuras de contas a pagar e dos investimentos que pretende fazer. Por meio da organização de todas essas informações, que devem estar detalhadamente listadas em planilhas, você conseguirá solucionar todos os itens dessa lista de uma única tacada. A chave do fluxo de caixa é apenas planejamento.

Quais as suas dicas para não queimar dinheiro? Comente!

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