Gestão do Negócio

Termômetro ContaAzul: Percepção dos pequenos empresários sobre a crise

Vinicius Roveda Vinicius Roveda | Atualizado em: 07/07/2023 | 5 mins de leitura | ← voltar

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Empreendedorismo é assunto de interesse de todo o Brasil. Com a intenção de compartilhar  informações novas sobre o assunto, criamos o Termômetro ContaAzul, uma pesquisa com milhares de empreendedores brasileiros sobre a realidade das pequenas empresas no país.

Muitos sonham em montar um negócio, dedicar-se a sua paixão e conseguir viver disso. No Brasil, essa motivação move 30% da população com idade entre 18 e 64 anos, três em cada dez brasileiros já tem ou ajudou a fundar um negócio próprio. Para se ter uma ideia da ordem de grandeza: são 45 milhões de homens e mulheres prontos para encarar crise, burocracia, carga tributária e toda sorte de desafios para realizar o sonho de ser empreendedor.

De todos os sonhadores do país, já são 10.645.724 de homens e mulheres que saíram do papel e foram para a prática, optando por registrar empresas no Simples Nacional. Ainda há 5.745.197 de Empreendedores Individuais e outros milhões não participantes do Simples.  Juntos, produzem riqueza de R$ 842.011.583.441,52 (é isso mesmo: são trilhões).

As pequenas empresas são responsáveis por 52% dos empregos com carteira assinada no Brasil e por 27% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo dados do Sebrae divulgados em 2015. Essas empresas sofrem e enfrentam o cenário econômico brasileiro, que apresenta retração desde o último trimestre de 2014. A crise afeta também a perspectiva para o restante do ano de 2016.

Revelações do Termômetro ContaAzul

A primeira edição do Termômetro ContaAzul, lançada em março de 2016, combina questionários aplicados a 1.250 empreendedores com informações de uso do ContaAzul, em conformidade absoluta com as políticas de privacidade. O resultado são informações relevantes sobre a situação financeira das micro e pequenas empresas.

Os empresários ouvidos responderam a 10 questões abordando temas como confiança para 2016, mudanças tributárias, impacto da crise, demissões, crédito e ambiente competitivo. Nas respostas, o contexto de crise econômica mostra-se presente no dia a dia das empresas.

O corte de vagas de emprego é um dos dados que mais chama atenção, já que 53,1% das pequenas empresas consultadas demitiram funcionários em 2015. A perspectiva para 2016 indica uma mistura de cautela e medo à busca por novos caminhos por parte das empresas: 47,7% afirmaram que estão estudando novas oportunidades e que pretendem investir nelas, enquanto 36,8% dizem que “apenas sobreviverão” em 2016 sem lucrar. Outros 15,5% temem serem obrigados a fechar seu negócio por causa da crise.

Alguns destaques sobre os números das pequenas empresas e empresários no Brasil:

  • 59,7% dos pequenos empresários brasileiros recorreram a empréstimos nos últimos dois anos e destes, 81,8% usaram o financiamento para capital de giro (o tipo de crédito mais caro entre as linhas oferecidas pelos bancos) para garantir a sobrevivência.
  • Quase 60% das empresas que recorreram a empréstimos o fizeram via bancos privados, apesar de os bancos públicos comumente se apresentarem como capazes de oferecer taxas menores de juros e menores exigências de garantias.
  • 51,8% dos empresários estão cautelosos, afirmando que não tomarão empréstimos em 2016, enquanto 48,2% recorrerão mais uma vez aos bancos. Destes, 55,8% para capital de giro e 31,3% para expansão.
  • 81,4% dizem que foram muito impactados pelas mudanças tributárias realizadas em 2016. Para 64,8% deles, as alterações não inviabilizam o negócio, mas 8,3% avaliam que houve grandes impactos, a ponto de trazer riscos de quebra — ou estímulo a sonegação.

Competição na crise entre pequenas empresas

O Termômetro ContaAzul também apurou como as pequenas empresas enxergam o cenário competitivo que as cercam. De forma surpreendente, 54,4% dos empresários apontaram que a crise fez a concorrência aumentar com a entrada de novos players no mercado, enquanto 25,3% afirmaram que o cenário atual diminuiu a concorrência e 20,3% dizem que a situação não foi alterada. Ainda sobre o tema, 54,6% dos pequenos empresários avaliam que os concorrentes estão mais conservadores, mas 35,4% dizem que eles estão mais inovadores.

Para enfrentar a crise, os empresários acreditam que 73,3% dos seus concorrentes estão mais preocupados em sobreviver e 12,2% afirmam que eles estão diversificando seus negócios. Em contrapartida, pouco mais de 6% acreditam que os concorrentes estão tentando vender suas empresas.

Sobre o Termômetro ContaAzul

Conduzido pela ContaAzul, líder nacional em sistemas de gestão online para pequenos empreendedores, o Termômetro incluiu pesquisa realizada na primeira semana de março é a primeira edição do Termômetro ContaAzul, que trimestralmente apresentará um panorama completo deste segmento. Assim, a segunda edição do Termômetro ContaAzul está programada para junho deste ano.

Os tópicos abordados pela primeira edição do Termometro ContaAzul são:

  • Fluxo  de caixa
  • Gastos mais frequentemente relatados
  • Média por nota fiscal, produtos e serviços
  • Percepção do empreendedor quanto ao impacto da crise
    • – Confiança para 2016
    • – Impacto das mudanças tributárias
    • – Impacto percebido da crise
    • – Para os respondentes que entenderam que a crise causou poca retração nos negócios:
    • – Demissões em função da crise
    • – Financiamento de crescimento
    • – Expectativa de crédito no curto prazo
    • – Ambiente competitivo

A ContaAzul também acredita na força do empreendedor brasileiro. Em janeiro de 2016 o Brasil foi testemunha de um exemplo dessa força com a luta contra a nova regra do ICMS. Articulados e persistentes, os pequenos empresários lutaram pelo seu interesse e, à revelia dos Estados, o Supremo Tribunal Federal se convenceu da causa e derrubou a cláusula 9 do Convênio ICMS 93/2015.

Se você é jornalista e quer saber mais, entre em contato pelo [email protected] ou faça o download do material abaixo.

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